quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

O CICLO DA RECICLAGEM


segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Catando novidades nas redes


domingo, 27 de dezembro de 2015

JESSICA JONES - A série



A DC tem muito a aprender com a Marvel! Eu sei que digo isso a cada  produção que a Marvel lança, mas fazer o quê? É a mais pura verdade! E foi exatamente isso que eu pensei ao terminar de assistir à “Jéssica Jones”, segunda produção conjunta entre a Netflix (essa linda) e Marvel (esse monstro sagrado).
Idealizada por Melissa Rosemberg e estrelada por Krysten Ritter, a série conta a história de Jessica Jones (é mesmo?!), uma ex aspirante a super-heroína, dotada de força sobre humana e capacidade de voo, ganhos em um acidente na adolescência, que após um grande trauma torna-se detetive particular e acaba sendo assombrada tanto pela culpa de seus erros, quanto pela uma psicopática figura  do passado (uuUUUuuuu que meda).


Cara! Eu gostei bastante da série, é claro que não teve o mesmo impacto em mim do que o Demolidor, até porque o demolidor tinha sofrido uma humilhação terrível nas mãos da fox e o resgate que a Netflix fez do personagem foi como uma virada aos quarenta e cinco com um gol de letra do zagueiro reserva (inesperado ao máximo), mas mesmo assim Jessica Jones me agradou bastante (foi um gol de cabeça do camisa 10) . A começar pela representatividade, eu sei que ando falando bastante sobre o assunto, mas é que eu acho importantíssima a ideia de dar voz e vez a personagens que não sigam o mesmo padrão recorrente, do homem, branco, hetero, ocidental, de trinta a quarenta anos e blá,blá,blá e nisso a série acerta em cheio, a protagonista é uma mulher, e mulher de verdade, que apesar de endurecida pela culpa e trauma não perde seu lado feminino e isso é bem bacana, porque a série não apresenta Jéssica como um homem de saia, ou como uma mulher perfeitinha, muito pelo contrário, há profundidade em sua personalidade e isso vai pouco a pouco se revelando quando conhecemos sua dependência pelo álcool, o trauma que carrega e que não a abandona e até seu pavio curto e ironia.  

Outro ponto positivo são os personagens coadjuvantes. Começando pelo grande vilão da série, Killgrave (a figura psicopática do passado), interpretado fodamente por David Tennant, ele é o melhor vilão do universo Marvel até agora, fazendo o Rei do crime parecer um menino chorão e Loki um playboy mimado. O cara é mau de verdade e inconsequente como poucos, seu poder de manipular as pessoas e sua personalidade doentia lhe torna omisso a culpa, fato que somado a seu carisma e sangue frio o colocam no mesmo nível de um coringa do Heath Ledger (sem falar no terno roxo), Luke Cage, que será o terceiro  personagem a ganhar uma série da Netflix também está muito bem representado por Mike Colter, o cara transmite carisma e seriedade, ficou longe do Luke Cage mais zoeiro que eu lia nas velhas revistinhas que a abril lançava por aqui nos meados dos anos oitenta, lembrando sim o Luke do selo Marvel Max; o tempo todo o cara é um cavalheiro (mas com aquele 1%) e o assunto que coloca o personagem no caminho de Jéssica é totalmente orgânico e deixa pontas soltas para serem exploradas na série do herói. Rachael Taylor, que interpreta Trish Walker , melhor amiga de Jéssica (que nas HQ’s é a heroína “Felina” (quem sabe, heim netflix?)), Eka Darville, que interpreta o drogado vizinho Malcolm, Wil Traval como Will Simpson (bazuca) e Carrie-Anne Moss, no papel da advogada Jeri Hogarth fecham os destaques do elenco, todos muito bem.

Aliás a presença de bazuca, faz um link direto com a série do Demolidor e uma possível “queda de Murdock”; do mesmo modo que deixa claro, junto com os traumas causados por Killgrave à protagonista que o tema central da série é o abuso. Frases recorrentes como “Tenho medo de encontra-lo na rua”, ou “Eu não era eu mesma...” dão o tom a série que o grande trauma de Jéssica (transformado em alegoria)  foi um relacionamento abusivo e isso se comprova quando surge o personagem  Will Simpson e este vem a se envolver com Trish Walker. No inicio do relacionamento Will se porta como um bem intencionado e arrependido sujeito, mas conforme a série avança vemos se tornar em um sujeito possessivo e violento, o que remete aos traumas da protagonista e quebra a empatia que temos pelo personagem a principio. Situação muito bem apresentada e explorada desde o primeiro episódio.

Mas o que eu realmente mais gostei da série, tenho que reafirmar, foi a protagonista. Estávamos com falta de uma personagem feminina forte e não sexualizada, mas não masculina; alguém em três dimensões, com problemas e relacionamentos críveis ( que se alternam entre cos e confusão e momentos de verdadeira cumplicidade). Dou grande crédito ao que a personagem transmite à escolha acertada de Krysten Ritter no papel de Jessica Jones, não que eu seja fã da atriz, na verdade só a vi em “Breaking Bad” e não me passava muita naturalidade, o que me fez ter um pouco de medo do que esperar dela na série, por sorte aquele cara nada simpática e olhos que parecem querer saber o que a outra pessoa está pensando combinaram com o papel e ela me convenceu.

A independência da personagem (embora existam pessoas que a cerquem) é muito bacana, e É isso que a DC deve aprender com a Marvel!! Existem problemas sérios acontecendo, mas não é necessária uma equipe de cientistas, hakers e sidekicks para dar apoio, como vemos em Arrow, Flash e supergirl (sempre a mesma coisa DC??), Jéssica tem seus problemas, seus poderes e seus métodos e isso já é mais do que o suficiente, além disso, como toda série de sucesso, o ser humano e seus problemas são o que movem tudo e o “super-herói” é colocado em segundo plano isso dá um ar de realismo fantástico à série e causa empatia em quem assiste, um grande acerto da Marvel herdado do Homem-Aranha do Sam Raimi.

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Outro ponto que a DC tem que aprender com a Marvel, é a utilização de personagens mais obscuros nas suas produções. Não sei quanto a vocês, mas eu não aguento mais produções com o Batman, Superman e Flash (e seu universo), a DC tem dezenas de bons personagens, como Hitman, Starman, a liga da Justiça sombria entre outros, mas parece presa a seus personagens mais icônicos, como os citados acima e quando tenta utilizar algum que foge de sua constelação central, temos produções capengas ou ignoradas, parece que a DC/Warner tem medo de jogar com cartas menores e fugir de sua fórmula de séries.

Adicionar legenda
O que parece motivo para a DC tremer parece ser o segredo do sucesso de “Jéssica Jones”. Assim como em “Os guardiões da Galáxia” o grande segredo da série foi o fato de o personagem ser muito pouco conhecido, o que favoreceu que os roteiristas não ficassem restritos demais a personalidade do personagem dos HQ’s e essa liberdade favoreceu a série, algo que seria pouco aceito em relação a um Wolverine ou Capitão América e que eu espero que a DC imite em seu “Esquadrão Suicida”.


Pois bem, gostei bastante da série “Jessica Jones”, embora eu sinta algumas pequenas quebras de ritmo durante a série, mas isso influencia muito pouco na trama, a qual eu achei bem concisa e me fez querer assistir ao próximo episódio assim que o que estava assistindo terminava e torcer por uma nova temporada. Grande trabalho de Melissa Rosemberg e de atuações primorosas como a de Krysten Ritter e David Tennant, mais um acerto da Netflix/Marvel que nos faz contar os dias pelas estreias de “Luke Cage” e “Punho de Ferro”.  Uma grande dica de diversão para quem tiver um tempinho para dar chance a uma série bem bacana e fora dos estereótipos e arquétipos tradicionais e uma grande aula de utilização de personagens obscuros a nossa querida DC comics.


quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

STAR WARS VII: O despertar da força (2015)

Felicidade ! Foi esse sentimento que o episódio VII de Star Wars despertou em mim. Tudo o que eu queria estava ali naquelas duas horas e quinze minutos de filme; personagens carismáticos, uma trama pertinente e princialmente, muito respeito a série clássica, mas sem por isso encher o filme de referências, fato que faz o filme se sustentar sozinho, isca perfeita para quem queria ver o filme mas não havia assistido os anteriores. Saí emocionado do cinema e contando os dias para assistir aos próximos episódios.

Minha felicidade foi tão grande que não quis escrever nada logo em seguida, preferi deixar a empolgação baixar e depois ir analisando os pontos fortes e fracos do filme para poder traçar uma opinião mais sensata, mas como já se passaram três dias e eu continuo empolgado e remoendo na minha cabeça as cenas marcantes, resolvi escrever assim mesmo. Vamos então falar de Star Wars VII: O despertar da Força.

Dirigido por J.J Abrams, que também assina o roteiro junto com Lawrence Kasdan, o filme se passa trinta anos após os eventos de "O retorno de Jedi", onde o império galático é derrotado pela aliança rebelde e o imperador Palpatine morto. Nessa nova história somos apresentados a Rey, uma misteriosa catadora de sucata moradora do planeta Jakku, a Poe Dameron, o melhor piloto da ,agora chamada, resistência e a Finn, um desertor dos Stormtroopers, criado desde bebê para servir aos ideais da misteriosa primeira ordem, um grupo poderoso que busca derrubar novamente a república e instaurar uma nova ditadura baseada nas ideias de seu misterioso líder chamado apenas de Smoke, que tem como aprendiz e braço direito, o misterioso Kylo Ren.

Dessa vez não vou dar Spoliers, o filme é tão bacana que, mesmo empolgado, não quero estragar a sensação de assisti-lo sem saber nada. Como já disse vou listar algumas coisas que achei positivas as poucas que não achei grande coisa, mas que mesmo assim não atrapalham em nada o filme.


Tudo que há de bom

Com certeza o grande ponto positivo do filme (como de todo bom filme, a propósito!) são os personagens. J.J Abrams consegue nos entregar personagens centrais muito bem construídos e matar a nossa saudade da personalidade dos personagens da trilogia clássica. Através dos olhos desses novos personagens, dois em especial (Finn & Rey) somos apresentados a situação atual da galáxia e a relação e decisões de ambos são o que movem a história. Rey é uma solitária catadora de sucata em Jakku, um planeta inóspito, é ela o grande enigma da trama ( quem é Rey?), lutando pela sobrevivência desde menina, a vida dura não tirou dela a vontade de fazer a coisa certa, o que a leva ao encontro de seu destino junto à resistência. Finn por sua vez é o olhar de quem desperta de uma realidade que percebe não ser a certa e que, mesmo repleto de medo, não se acovarda, suas tiradas cômicas são muito legais, dando um alívio cômico a situação sem tornar o personagem em alívio cômico, o que faz acreditar nele quando a situação pede.

Além de tudo, Rey e Finn tem um papel muito importante dentro dessa nova saga, que é a representatividade. Desde que o roteiro foi parcialmente divulgado surgiram protestos por parte dos fãs (poucas graças a força) que criticavam o fato de os novos protagonistas serem um homem negro e mulher, presentas representativas que eram quase nulas nos filmes anteriores e que dessa vez chamam a atenção sem interferir em nada na trama, na verdade apenas a enriquecem pois segue o espirito da história que diz que todos e qualquer um podem fazer a diferença, é o que acontece no episódio IV, quando um fazendeiro se torna o herói da galáxia, e isso me tornou muito mais fã da saga e deu um tapa na cara de quem acha que é dono da bola. A história de vida desses personagens também é importante, J.J faz algo maravilhoso ao dar rosto a figuras esquecidas ao longo da série, como quem vive em planetas pouco envolvidos com a trama central e dar voz a personagens tidos como descartáveis, como os Stormtroopers, isso dá uma nova perspectiva e gás à história.
A amizade e a química entre os personagens é algo muito legal e que também remete a trilogia clássica, onde todos os vínculos parecem acontecer de forma muito rápidas e espontâneas, mas que nem por isso pareçam artificiais. Isso me parecia meio forçado na trilogia clássica, ma o diretor conseguiu transformar os motivos em algo tão orgânico e natural, que até a amizade de Luke, han e Léia, na trilogia clássica, tornaram-se mais naturais para mim; Vivem-se momentos de guerra, na verdade todos esses novos personagens nasceram em meio à guerra e quando se encontram sendo vistos como pessoas e sendo bem quistos pelos outros, suas relações tendem a se tornar fortes e verdadeiras, tanto que nos sentimos felizes com seus reencontros e compartilhamos de seus medos quando se separam, é muito bacana!

A ação no filme é algo extasiante. Embora seja um filme que apresenta personagens e elementos novos, é uma continuação, então o ambiente de guerra já está estabelecido e somos jogados em cenas de ação fantástica de batalhas aéreas e de campo, sem contar o corpo a corpo com sabres de luz (muito foda!). Com habilidade, o roteiro faz um mix dos três episódios anteriores, com a apresentação da lenda Jedi, a seita Ren (que seguem os conceitos dos antigos Sith),uma revelação familiar, a ameaça de uma arma definitiva e as batalhas aéreas entre Tie-figthers e X-Wings; é pra prender um cara na cadeira!

O Pouco que me incomodou (mas me incomodou muito pouco)

Uma das coisas que me incomodou foi o status dos personagens clássicos. Fora Luke que se tornou um mestre Jedi e que carrega um fardo mais amargo do que de seu mestre Obi-wan ( desculpa o spolier, mas ele quase não aparece no filme) , Léia, Han e Shewbacca estão exatamente onde começam no episódio IV, fora o título de Léia, que não é mais princesa, seu propósito e ações tem o mesmo foco, a derrota de um inimigo sinistro e a restauração da república; Han Solo e Shewbacca novamente são contrabandistas e, embora carreguem o peso de ter pertencido a aliança rebelde, se aventuram no espaço buscando não se vincularem a nada, mas tal como no episódio IV recebem um chamado da situação para agirem e isso define seus destinos. Eu entendo que a trama diz que tudo é um ciclo, mas a situação desses personagens clássicos poderia ser um pouco diferente, de forma a mostrar uma evolução tanto deles quanto do universo onde estão inseridos. Outra coisa que espero que seja explicado nos filmes posteriores é a o surgimento da primeira ordem e dos Ren, isso é bom e ruim ao mesmo tempo. O bom é que torna mais perto da realidade a situação da derrota do império, óbvio que nem todo mundo ficou feliz com a queda do império galático e forças beneficiadas por vinte anos de ditadura, viriam a convergir para buscar estabelecer a ordem que lhes era mais conveniente, mas como que a república deixou a primeira ordem criar um poder de destruição e intervenção tão grande? Talvez se os rebeldes tivessem um talento político mais apurado do que o militar tal situação não ocorresse, mas isso ainda será explicado (assim espero!)

Outro ponto que eu já havia falado no post "Tudo que eu não quero no novo Star wars" eram os personagens pouco explorados, e isso infelizmente continua. Quando soube da presença de Max Von Sydow e Simon Pegg fiquei achei show, ambos são grandes atores, infelizmente a presença de seus personagens é mínima. O Pegg ainda é tranquilo, pois , assim como Daniel Craig, sua participação é apenas para ter o prazer de estar no filme, o rosto deles nem aparece, mas eu esperava mais de Max Von Sydow, por toda história e presença que tem o ator, sem falar da capitã Phasma, que tinha até um pequeno destaque nos trailers e que não dá um único tiro, servindo apenas como muleta para uma cena dramática e outra cômica de Finn, quase uma Bobba fet de saias. Mas assim como no caso da primeira ordem, ainda se pode explorar a origem e o destino desses personagens nos filmes posteriores e essa pequena lacuna não diminui em nada o filme.

Cara, que filmaço!! seria até ridículo eu indicar esse filme, pois ele é auto indicável. Não é por menos que está quebrando todos os recorde de arrecadação e acumulando críticas positivas e fãs por onde é assistido. Um filme bonito e empolgante, que respeita a trilogia clássica e não deleta a trilogia ruim (episódios 1,2 e 3), me colocou novamente no universo fantástico que havia me conquistado quando eu tinha seis anos, dando ares de modernidade à trama e abrangendo assuntos importantes da sociedade atual, como a representatividade e oportunidade, um trabalho primoroso de roteiro, direção e produção, que com certeza será mais um marco na história do cinema. Que venham mais episódios .

Que a força esteja com vocês !






segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

O XANGÔ DE BAKER STREET



Quando eu tinha dezenove anos , trabalhei em uma loja de conveniências em um posto de combustível no turno da noite. O serviço era mecânico e cansativo (como a maioria dos empregos), passávamos das vinte duas horas à uma da manhã atendendo o pessoal que ia ou vinha do trabalho ou a gurizada que partia para a noite, depois, eu e mais dois colegas de turno, nos dedicávamos até as seis e meia da manhã, ou a conversas longas sobre futebol e clima, ou a assistir os filmes da TV, que como naquele tempo o posto não possuía TV a cabo nos restringia à boa e velha rede globo com seu corujão ou a falecida intercine.

Foi em uma dessas noites de Cinema global que assisti ao filme "O Xango de Baker Street", filme baseado no livro Homônimo de Jô Soares e dirigido por Miguel Faria Jr e que me surpreendeu pela produção, diversão e originalidade, tanto que marquei o livro para ser lido desde então (quase quinze anos) e que agora, depois de ter casado, ter um filho, plantado duas árvores, comprado um carro, construído uma casa e terminado a faculdade consegui fazer tendo conseguido a mesma sensação com o livro que o filme me causara na época.

O livro conta a história de misteriosos assassinatos que ocorrem no Rio de Janeiro no final do segundo império. Um assassino misterioso causa perplexidade na polícia ao, sem causa aparente, matar e arrancar as orelhas de mulheres durante a noite, deixando em seus pelos pubianos um corda de violino. Ao mesmo tempo, O Violino Stradivarius da baronesa de Avaré, que foi dado por Dom Pedro II é roubado e o imperador, aconselhado por uma atriz Francesa de grande prestígio, resolve pedir ajuda a um famoso detetive inglês chamado Sherlock Homes para solucionar o misterioso roubo do instrumento. Os fatos que vão se revelando cada vez mais ligados, colocando toda corte como suspeita e apresentando a Holmes, juntamente com todos costumes e jeitinhos brasileiros, um dos maiores desafios para seus dons dedutivos.

Cara, o Livro é muito bom! Trás a agilidade de raciocínio e senso de humor de um Jô soares livre das modernas amarras globais, seu estilo de escrita é leve e convidativa (porta de entrada para quem gostaria de começar a ler), sendo contrabalanceada por uma ambientação realista em um Rio de Janeiro que sonha ser uma cidade européia, com todas contradições e disparates que isso significa em uma cidade tropical.

elementar meu caro 
A história é repleta de personagens históricos e o legal é que todos estão lá por um motivo e não como parte do cenário, tanto que jô dá voz a todos respeitando o que se conhece de suas personalidade e vida, no entanto, dentre esses personagens ninguém fala tão alto como os hábitos brasileiros. Tanto no livro quanto no filme (que teve o roteiro escrito por Miguel Faria jr e Patrícia Melo) o grande antagonista, fora o assassino, é o ambiente; o Brasil é retratado até a nós brasileiros, como uma terra exótica, onde as pessoas vestem-se com pesadas roupas no melhor estilo europeu em um calor tropical, misturam a gastronomia européia à africana e estão sempre dispostas a perder o amigo mas nunca a piada; é uma terra de riso souto mesmo frente a morte mais terrível, onde o apadrinhamento vale mais do que o talento, a bajulação reina e onde a aparência vale mais do que a essência, uma sátira a sociedade brasileira que parece não ter mudado nada.


Watson e Sherlock inventando a "caipirinha"
Sherlock Homes e seu fiel amigo Watson, caem de paraquedas nesse ambiente insólito se esforçando o máximo, sem nunca conseguir por completo, entender os costumes desse lugar onde foram jogados. Sobre isso, quem mais mais transparece esse estarrecimento é o pobre doutor, que é a personificação de uma ingenuidade inglesa na terra de malandros, enquanto Sherlock fala um português lusitano fluente (pelo fato de ter estudado sobre venenos com um "lisboeta" em Macau) Watson, acompanha o amigo sem literalmente entender uma única palavra, exposto apenas ao que os olhos lhe mostram; Sherlock, mesmo fluente na língua de camões, é retratado como alguém de juízo e deduções duvidáveis, fato amplificado pelo uso que faz dos "cigarros índios de Cannabis" que lhe são apresentados pela bela mulata Ana Candelária por quem se apaixona e pelas manias que o detetive tem de ter opinião sobre tudo apenas dedutivamente ou de se "disfarçar", como quando vai juntamente com o delegado responsável pela investigação sobre os assassinatos em um manicômio vestido de marinheiro, trajando além da farda, um nariz postiço, gancho na mão e perna de pau , sendo que todos o conhecem dos jornais(hilário). Confesso que a principio fiquei um pouco contrafeito pela decisão do autor de colocar o maior detetive do mundo (fora o Batman) como um abobado, mas com o passar dos capítulos entendi que o ambiente é tão louco que nem o maior gênio da investigação dedutiva poderia se sobre por à esses manicômio sem muros que é o Brasil.

O mistério que gira em torno do assassino e sua personalidade também é um ponto forte, assim como o clima que Jô Soares cria para narrar os assassinatos e a descrição das mortes, me fez ter nossos sinistros por dois dias. Desde o início do livro todos personagens são apresentados como suspeitos, mas só vamos fazer o link entre as pistas e o assassino ao final do livro e através do esclarecimento do próprio assassino, e o legal é que as pistas deixam o assassino na nossa cara e só percebemos bem depois, quando juntamos os detalhes mais corriqueiros apresentados sobre o personagem que é o assassino e as passagens do livro que falam dele aparentemente sem pretensão . O mais bacana da história é, no epilogo, ainda trazer revelações sobre o assassino e dando continuidade a sua história, que como em todo bom romance histórico se mescla com o real.

Ana Candelária, a paixão tropical de Holmes
O livro não perde nada para o filme e vice-versa. Ambos são muito bacanas e merecem ser celebrados. Infelizmente o brasileiro ainda carrega seus preconceitos em menosprezar toda produção nacional de cinema e busca igualar os livros brasileiros voltados para diversão com os grandes clássicos de nossa língua; isso enquanto assiste transformers e lê 50 tons de cinza (uma pena!), pois quando somos bons (mesmo colocando muito humor na receita) somos bons de verdade.

O que posso dizer é que a escrita ágil de Jô e seu humor negro despertou em mim uma vontade de ler mais de suas obras. Com certeza vou buscar um tempo para ler o "Assassinato na Academia brasileira de letras" e "As esganadas" , que pelo que eu li seguem uma linha parecida. Deixo a dica de "O Xango de Baker Street" Um livrão que por sua crítica social leve, mas ácida, continua atual mesmo depois de vinte anos de publicação, continua atual e, pela diversão que o livro proporciona, sendo uma agradável leitura para quem quer relaxar e uma porte de entrada ao mundo dos livros para quem começa s se interessar por literatura e ficção.



sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

TUDO que eu NÃO quero no novo STAR WARS

Essa sim é uma nova esperança 
Houve um despertar!! Ontem, dia 17/12/15, estreou no Brasil STAR WARS VII e como grande fã não é preciso dizer nada sobre minha expectativa para assistir ao filme. Da minha parte eu só posso dizer que confio em J.J Abrams muito mais do que em George Lucas (sem tirar o crédito destes) e infinitamente mais na Disney do que na FOX (retirando totalmente o crédito da segunda).
Me preparando para esse marco do cinema (A força que nos ajude), fiz como muitos fãs e resolvi assistir todos os seis filmes anteriores a fim de relembrar detalhes e poder fazer um paralelo com esse novo episódio e também matar um pouco a saudade dos personagens que marcaram a minha infância me apresentando um universo de fantasia e ficção científica. No entanto, assistindo a hexalogia muita coisa presente me causou um desconforto, para não dizer frustração(é o problema de se ficar velho), na grande maioria isso ocorre nos episódios 1,2 e 3, mas também na a trilogia clássica, embora nessa última bem menos. Então resolvi escrever um pouco sobre isso, que embora seja irrelevante serve para listar tudo que eu NÃO quero no novo filme.

Muitos efeitos especiais e personagens desperdiçados

Quando assisti (e re assisti) ao episódio 1: a ameaça fantasma, Achei o início bem bacana, com os Jedi chegando e tentando um acordo “diplomático” com a federação do comércio, embora a diferença na paleta de cores já causasse um estranhamento, porque dava um ar fake ao ambiente, mas se releva porque é um filme adolescente (viva com isso), no entanto, após uma tentativa de acerto com os inimigos que se revelam, nossos queridos cavaleiros Jedi vão parar em Nabu e lá conhecem o Gungan Jar Jar Binks que NÃO TEM NENHUMA UTILIDADE NO FILME A NÃO SER, SER IDIOTA!! desculpa o desabafo mas é verdade, o fato é que a presença de Jar Jar não faz diferença e ele só está ali para provar aos clientes em potencial das indústrias LIGHT & MAGIC o que se consegue fazer com efeitos especiais; tudo bem o mundo gira por causa do dinheiro, mas por que dar tanta importância para esse personagem se vão abandoná-lo no filme posterior? Talvez por isso os fãs odeiem Jar jar, por ele ser a personificação em CGI do que dá errado na trilogia Nova, que é o uso de computação gráfica em tudo e o desperdício de personagens.

terrivis
O abuso de efeitos visuais dá o primeiro tapa na cara de quem procura uma experiência parecida como a que teve assistindo a trilogia clássica, o grande choque é que não há efeitos práticos na trilogia nova e isso nos tira da imersão da trama, parecendo nos mostrar o tempo todo que é só um filme. Todo tempo somos bombardeados por cores vibrantes, naves cromadas, milhares de robôs atirando seus lasers coloridos e marchando em linha reta para a destruição (poxa um dróide deve custar caro), eu sei que as cores eram para demonstrar um tempo mais alegre quando a república mantinha a ordem, mas faz a gente questionar se o sombrio império que a seguiu não era realmente um lugar mais sóbrio para se viver. A batalha dos Gungans contra os dróides em Nabu é outra parte irritante, são mais de quinze minutos de CGI capenga que não acrescenta nada a não ser uma tentativa falha de dar um ar de comédia a uma batalha que deveria ter um tom dramático e isso sem usar nenhuma pessoa ou cenário real o que datou o filme e o pior é que fatos como esse se repetem nos episódios 2, Quando os Jedi (sem usar a força ou o cérebro) se atiram no centro de uma arena cercada de Dróides se tornando alvos fáceis e morrendo como moscas em um fundo verde irritante e no episódio 3 através dos cenários de Luta entre Anakin e Obi Wan que parecem de plástico.

Quanto ao desperdício dos personagens podemos citar quatro, fora o próprio Jar jar, (que poderia ter um porque estar ali a não ser grana para o dono da franquia), que poderiam ser muito melhores aproveitados, dando mais profundidade a toda a história. Começando pela Mãe de Anakin Skywaker, a Dona Shmi. A mulher é uma escrava em tatooine, mas ninguém tenta saber como ela se tornou escrava e o que a fez especial para os “midiclorians” gerarem seu filho (que mancada midiclorians), ela poderia ser apresentada como uma mulher forte que protege e inspira o filho, mas ao invés disso se apresenta como alguém sem personalidade e acomodada que a princípio é contra qualquer ambição do filho de sair da escravidão e só se convence do contrário quando um desconhecido Qui-gon jinn dá uma explicação furada a ela e o pior é que, assim como Jar jar ela é abandonada, vindo a servir de motivação para que Anakin começar a trilhar o caminho para o lado negro no outro filme (só se ferrou).
O segundo personagem desperdiçado é justamente Qui-gon Jinn. Mestre Jedi um tanto rebelde, que por ser cabeça dura, resolve criar e treinar a criança que destruiria a ordem Jedi a que ele era fiel e mataria seu principal Padawan, mas erros acontecem, no entanto matar o personagem no episódio 1, sem quase nenhum aprofundamento deixa um amargo na boca e faz questionar se a “força” é grande mesmo na ordem Jedi. Lembro que quando assisti ao filme a primeira vez pensei: “Não pode ser… ele só deve estar ferido!” mas não, acabava ali a participação do mestre de Obi Wan, de maneira semelhante a como o próprio Obi Wan deixaria a série no episódio IV e o pior é que Quin-gon ainda foi morto pelo terceiro personagem da lista dos desperdiçados Darth Maul.

Darth Maul utilizado (p´-bum-tss)
Quando a revista SET apresentou na sua capa o novo vilão de Star Wars eu pirei. O cara era muito foda, tinha uma cara que dava medo, olhos insanos e trazia um bastão de energia; parecia um ninja vindo do inferno, fiquei empolgado para vê-lo em ação, então quando partimos para o filme essa ação não dura mais do que cinco minutos em uma coreografia duvidosa e de final sem graça… poxa! Custava deixar o cara vivo por mais um filme e matá-lo junto com Qui-gon de forma épica, tipo morrendo juntos quando quin-gon salva o mundo? NÃO, na sua ânsia por apressar as coisas George Lucas joga um personagem cheio de potencial no vaso sem nem dar uma segunda olhadinha antes de apertar a descarga.

Bobo e gordo, o grande desperdício
Para fechar a lista e falando em jogar no vaso e dar descarga, penso que ninguém é mais unanimidade quando se fala em desperdício do que no bom e velho Boba Fett . O caçador de recompensas que surge na comitiva de Jaba, com todo seu ar de fodão e persegue Han Solo até congelá-lo em carbonite, tem uma “morte” ridícula servindo de lanche para o monstro Sarlacc. Graças aos fãs e ao universo expandido o personagem ganhou profundidade, personalidade e uma dezena de histórias não canônicas e, de coração espero que as lendas se tornem reais e em breve um filme com o personagem apareça pelos cinemas dessa galáxia.

Roteiro que se contra diz , clichês e diálogos que não fazem sentido

Quando George Lucas escreveu Star Wars eu DUVIDO que realmente ele tenha pensado a saga como seis filmes começando pela origem de Anakin, mas se isso realmente é verdade e ele só não começou do episódio um porque não havia tecnologia e nem dinheiro para produzir o filme na época, foi a providência divina que nos poupou essa tragédia. Imagina o mundo sem o maior plot twist da história? Quantas piadas e situações divertidas perderíamos se a famosa frase “Eu sou seu pai” já fosse sabido desde o início? Esse fato ilustra que a trilogia nova é muito mais um prequel do que o início de uma sequência e que como prequel não pensado a princípio, traz falhas no roteiro que por vezes nos fazem rir e por outras nos irritam.

Uma das grandes contradições no roteiro são as lembranças de Obi-Wan (excluindo o fato convencionado de que ele seja um grande mentiroso), o penúltimo Jedi da velha geração não consegue se lembrar de nada! No império contra-ataca ele diz que foi treinado por Yoda, no entanto, quem assistiu a ameaça fantasma sabe que seu mestre era Qui-gon Jinn! Poxa esqueceu do mestre? O cara morreu na tua frente e tu não faz uma mínima menção a ele… que sacanagem! Outra coisa é quando o R2D2 diz pertencer a ele e Obi-Wan diz que nunca teve um dróide, o que é desmentido nos filmes da trilogia nova quando vemos ele acompanhado por R2D2 desde o episódio 1 quando a nave onde é tripulante chega a ser salva pelo robô e tem mais, ele mesmo tinha um dróide pessoal em sua nave durante as guerras clônicas! Digo mais, depois de deixar Anakin para morrer queimado e descobrir que ele se tornara Vader, diz a Luke que o pai era um Jedi e que “pediu” para entregar seu sabre de luz ao filho, sendo que nos filmes novos é estabelecido que os Jedi não podem casar ou ter filhos e que o Anakin jamais pensou em mandar sabre de luz nenhum a qualquer criança … Resumindo: Ou Obi-Wan é mentiroso ou sofre de Alzheimer!

Outro fato é sobre R2D2 e Chewbacca. No episódio 3 manda-se apagar a memória do Dróide de protocolo (C3Po), mas ninguém fala para apagar a do R2D2 e conforme vimos nas sequências existem pessoas que falam a língua dos dróides, então porque o R2D2 não disse para o Luke e Léia (ou para o site EGO) que eles eram irmãos? Queria ver uma pegação incestuosa? Ou dizer ao Luke que o pai dele era o Darth Vader? Podia ser depois dele conhecer o vilão e antes do vilão revelar… seria um trauma a menos pro guri; isso sem falar na conversa entre ele e o Chewbacca que poderia esclarecer muito a todos dentro da Millenium Falcon. Ainda sobre esses personagens periféricos, uma coisa que me irrita neles é sua imortalidade… os caras transitam por toda a saga e ainda estarão nesse novo filme… não sei quanto vive um Wookie, mas se ele já era adulto nas guerras clônicas e está vivo 30 anos depois no despertar da força, eu imagino que ele tenha pelo menos 75 anos e se tornou um guerreiro da melhor idade sem nenhum fiozinho de pelo branco (beleza!), mas e os Dróides??? Cara a tecnologia voa, tem gente que troca de celular todo ano… mas esses benditos dróides seguem na ativa, sem atualizações aparentes por mais de 70 anos!!! difícil de crer!

 Sobre Clichês dentro da saga, eu espero que no Despertar da força, ninguém tenha a mão decepada! Sério cara!! quando eu vi o Darth Vader arrancar a mão do Luke no império contra ataca (quando eu tinha uns 8 anos), aquilo me chocou e me marcou pelo sofrimento e toda a revelação que se segue a cena e isso deve ter acontecido da mesma foma com diversas pessoas, e o Lucas marotão resolveu transformar em maneta todo mundo que ele teve chance, isso já vemos no filme que se segue (o retorno de Jedi) onde Luke arranca a mão do pai, mas aí naquelas de tornar tudo um ciclo sem pé e nem cabeça, temos em “O ataque dos clones” Anakin tendo a mão decepado pelo Conde Dooku e no episódio 3, no início, temos Anakin cortando as duas mão de Dooku e no fim Obi-Wan cortando braços e pernas de Anakin,(caramba o pessoal que faz próteses nessa galáxia deve tá jogando dinheiro pra cima) Isso fica muito chato! É o mesmo que o memorável grito de NÃÃÃÃOOOO desferido por Luke ao descobrir que Vader é seu pai e que se repete , com Anakin, ao saber que Padimé morreu, aí não dá né Lucas! Falando em NÃÃÃÃOOO!!..Tenho medo que no novo filme um boato se comprove e jogue tudo no lixo, o fato de que Kylo Ren (vilão do filme) e Rey (a mocinha/guerreira) sejam irmãos...e gêmeos, tal qual Léia e Luke aí quem vai gritar NÃÃÃOOO!!! sou eu!

Sobre Diálogos sem sentido eu não vou me ater, basta assistir o “ataque dos clones” e “A vingança dos Sith”...Pela Força, o que é isso?! Revejam toda a sequência romântica de Anakin com Padimé no planeta natal da moça… é terrível! Um exemplo (quando eles estão na Praia):

Anakin: “ Eu não gosto de areia”
Padimé: “ Por que?”
Anakin: “Ela entra em tudo, é pegajosa, irritante...”
Padimé: “ humm!”

Em a “Vingança do Sith”, quando Anakin leva Mace Windu para prender Palpatine e no confronto o futuro imperador começa a jogar raiozinho e a gritar “PODER...PODER SEM LIMITES...PODER...” (que raiva!) Fora a balaca do imperador para forçar o Anakin a mudar de lado, a qual não convenceriam nem um guri de 6 anos e as milhares de falas desnecessária onde uma conversa de Bips e apitos do R2D2 com os urros do Cewbacca seriam mais interessantes.

Nossa Ficou Gigante!! Mas embora existam 4 páginas de mimimi da minha parte, posso dizer em minha defesa que apenas um fã atento prestaria tanta atenção nesses detalhes e se indignaria dessa forma e que se eu quisesse falar coisas boas seria redundante com tudo que já escreveram e não caberia em um livro de duzentas páginas.

Eu espero sinceramente que o filme seja um marco na história do cinema e uma redenção pelo que foi feito na trilogia “nova”, como já disse no início confio em J.J Abrams e na Disney e quero contar para meu filho e netos que eu assisti ao despertar da força nos cinemas para vê-los com inveja (he-he). Vou me despedindo porque a força já despertou e há muito trabalho a ser feito. Até a próxima !

E que a força esteja com você !






sábado, 3 de outubro de 2015

LISTA NEGRA (Black music old school)

  A rede plim-plim estreou a série "lista negra", uma dessas séries meio CSI que ninguém se prende muito. Resolvi então lançar a minha lista negra, uma lista de Black music old school que sempre andam na minha cabeça.


1-  How can you mend a broken Heart?(Al Green)

 Um clássico do mestre Al Green e uma das poucas coisas boas presentes no filme "O livro de Eli" do Denzel Washington.


2- Let's Stay Together (Al Green)

  Outro hino de Al Green , trilha que toca ao fundo da cena onde Marssellus Wallace diz a Butch coolidge que ele deve perder a luta no filme "Pulp Fiction".


3 - Across 110th street (Bobby Womack)

 Minha música preferida do Bobby Womack e tema de abertura do filme "Jackie Brown" do Tarantino. Fala sobre as dificuldades de fugir do que o mundo te impõem e vencer na vida. Sonzeira!


 4 - Trouble Man (Marvin Gaye)

  Marvin Gaye em sua essência. Musica que fecha "Capitão América 2" , um dos melhores filmes da MARVEL estúdio até agora. "... há apenas três coisas com certeza: Impostos, mortes e problemas"


 5 - Many Rivers to across (Jimmy Cliff)

  Cara! Quando o episódio 10 da primeira temporada do "Demolidor" começa com o enterro do Ben Urich e toca "Many Rivers to across", o arrepio que se sente é a comprovação de que você é humano. Uma música que se soma a "Across 110 th Street" no que tange as dificuldades da vida. Mágico!!



                      bonus track (porque eu gosto!)

  
  *Al Green - A lover's Hideway



** Otis Redding - The dock of the bay



***Otis Redding - Higher and higher 



     Minha dica??  Procurem mais sobre os indivíduos na lista, eles merecem muito a atenção de todos!

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

BLACK MIRROR - Mas que baita série !

   O inicio do século XXI nasciam as ferramentas que se desenvolveriam e conectariam nos dias de hoje todo o planeta, aproximando quem está longe, proporcionando conhecimento, mas não permitindo que nada mais seja restrito e secreto. A cada minuto milhares e milhares de vídeos, fotos e pensamentos são compartilhados em rede para que qualquer um veja, tornando a vida de todos pública por menos que estes queiram e criando um fenômeno de influência cíclica entre a vida real e virtual cada vez mais forte. Pois jogando essa influência da tecnologia na enésima potência e imaginando o que isso poderia influenciar no cotidiano das pessoas, que nasceu “BLACK MIRROR”, série criado por Charlie Brooker e transmitida pela emissora canal 4 da Inglaterra.

   Black Mirror estreou em 2011 na Inglaterra e conta até agora com duas temporadas que somam sete episódios; o nome da série (espelho negro) faz referência direta aos visores de computador, smartphones e TV's tão presentes e influentes em nosso dia a dia; Seu formato retoma o estilo de histórias curtas como “Além da imaginação” e “contos da cripta”, onde cada episódio conta uma história única , separadas no tempo e realidade das demais histórias contadas nos outros episódios e sempre com um elenco e diretores diferentes, como se fossem filmes de uma hora.
   Descobri a série através do Anticast e resolvi conferir, e, para a minha surpresa a série é muito boa. Não chegou a ser amor a primeira vista, na verdade achei o episódio piloto meio fraco , não que ele seja ruim, sua realização e ideia são muito legais, mas por girar em torno de uma figura que é muito distante da minha realidade ( o primeiro episódio tem por protagonista o primeiro ministro inglês) não consegui a empatia necessária para me prender na história, o que foi corrigido logo a seguir quando escolhi dois episódios aleatórios (já que são histórias individuais) e assisti o terceiro episódio da primeira temporada e o segundo da segunda e fiquei embasbacado.
   A primeira coisa que me prendeu na série é o ótimo clima ficção científica e o fato de não explicar nada, respeitando a inteligência de quem assiste. As coisas vão acontecendo e se explicando sem pressa, sem narrador em off ou aquelas conversas bobas do tipo : “olha meu braço é biônico,pois graças aos avanços da tecnologia do ano 2072...”; Não! Em Black Mirror o episódio começa e caímos de paraquedas no universo que é apresentado sem saber o que está acontecendo e para onde vamos e isso nos dias de hoje, onde tudo é explicadinho, é ouro. Outro fato, e que tem totalmente a ver com a boa ficção científica, é que a série trata de pessoas, tendo todas situações decorrentes de problemas ou de inovação tecnológica como pano de fundo que impulsionam a trama e não como estrelas da série e isso torna tudo (ou quase tudo) que ocorre em cada episódio muito crível e só posso dar exemplo disso falando um pouco sobre os dois episódio que gostei mais.  

Urso branco
O episódio que me causou mais impacto foi “Urso Branco”, dirigida pelo criador da série, que é o segundo da segunda temporada. Nesse episódio uma mulher acorda sem memória em um quarto, de frente para uma tela com um símbolo que parece uma daquela naves dos joguinhos clássicos do Atari, ela vai gritando por ajuda em uma casa que não sabe se é sua e se depara com uma foto sua com um homem e uma pequena foto 3x4 de uma menina, então ela começa a ter flashs de memória com o homem e a menina e percebe logo a seguir que está sendo filmada por todos os lados por pessoas que transitam nas ruas ou ficam nas sacadas das casas, mas ninguém interage com ela, ao mesmo tempo, surge uma figura mascarada portando uma espingarda e parte atrás dela atirando , as pessoas começam a se aproximar filmando sem se meter na perseguição, em um clima que lembra o caso de Kitty Genevese, presente na hq do Wachtmen então ela encontra um posto de combustível onde um casal (que age normalmente) explica para ela que um sinal zumbificou as pessoas e a maioria se tornou um expectador, filmando e fotografando tudo sem interagir com nada, enquanto um grupo de pessoas que não foram atingidas pelo sinal resolveu criar o caos e caçar as outras, sendo a única opção procurar a origem do sinal, chamado urso branco, e destruí-lo. O clima é de uma distopia e a falta de memória da protagonista te coloca no mesmo nível dela, mas não dá para se enganar, em Black Mirror nada é tão óbvio, não há heróis e nada fica como começa, o final desse episódio é um tapa na cara e garanto que até os créditos serão apreciados.

Reveja o que aconteceu
   Outro episódio que tem todo aquele gosto de ficção científica bem escrita é o chamado “A história inteira de você”, dirigida por Jesse Armstrong. Nesse episódio, que parece se situar a algumas décadas no futuro, as pessoas possuem um implante atrás da orelha que lhes dá acesso a um back up de memória automático que possibilita rever suas memória recentes e distantes , com a possibilidade de zoom, leitura labial e foco em detalhes, sendo possível ver internamente (em sua própria mente) ou compartilhada ( aparecendo em TV's para que todas analisem) e também possui um assistente automatizado que diz as condições mentais e físicas do usuário, nessa realidade somos apresentados ao protagonista, um advogado que volta de um trinamento e encontra sua esposa em uma festa com os ex-colegas da faculdade e acaba desconfiando das atitudes da esposa com um desses ex-colegas , surge aí uma busca atras da verdade desse possível relacionamento em um mundo onde as memórias podem ser vistas e a possibilidade de mentir é quase nula, deixando a pergunta: “o que pode ser feito quando não se pode mentir ou esquecer?”. Simplesmente fantástico!

    Balck Mirror, foi para mim, o maior achado desses últimos tempos, ficção científica sutil e de qualidade. A Netflix, que não é boba e nem nada e vem crescendo no universo das séries, apresentando maravilhas como “Demolidor” e “Narcos”, já mostrou interesse em produzir mais temporadas da série e quem sabe ainda em 2016 nos presenteie com novas histórias. Enquanto esses novos episódios não saem, eu digo que vale muito a pena conferir os sete que estão ai dando sopa nas internets da vida esse espelho negro nosso de cada dia.


quinta-feira, 27 de agosto de 2015

O SENHOR DAS MOSCAS (1963) - zerocult #2

   Um grupo de sobreviventes de um acidente aéreo se vê isolado em uma ilha deserta tendo de lutar para sobreviver e na ausência de um poder que monitore seus atos, o lado mais selvagem de suas personalidades vai se mostrando, a razão vai sendo deixada de lado e a força e a selvageria vão dominando o grupo. Não! Não estamos falando de “Lost” , mas sim de um clássico de 1963 , “ O senhor das moscas”, dirigido por Peter Brook e adaptado do livro Homônimo de Willian Golding.
   O filme gira em torno da cisão entre esses sobreviventes em dois grupos, que começa com a apresentação dos personagens da trama. De um lado temos Ralph, que é escolhido como líder pelo voto dos sobreviventes e com a ajuda de seu colega “Porquinho”, cria leis para manter a ordem, como a obrigação de segurar uma concha para poder ter a palavra em assembléia e organização de um grupo para manter uma fogueira acesa para chamar a atenção de possíveis viajantes que passem próximo a ilha e possam resgata-los, ele é comedido e sensato e busca manter a sanidade e união do grupo; do outro lado temos Jack, líder do coral,que é arrogante e confiante,e, que aos poucos vai se destacando ao organizar os meninos do coro como caçadores, se tornando responsável pela alimentação do bando e dominando o grupo pela força. Além dos dois garotos que vão liderar cada facção, o filme ainda aprofunda dois dos personagens, ambos pertencentes ao grupo de Ralph, um deles é “porquinho”, que como comentado anteriormente ajuda Ralph na organização das regras da ilha e é a razão dentro da história, em nenhum momento ele se deixa levar pela selvageria ou anarquia que vai dominando seus colegas e sofre tanto por se manter fiel a seus valores, quanto por não se enquadrar nos padrões ditados por quem vai dominando a situação; o outro personagem é Simon, um dissidente do coral, que nos é apresentado desmaiando logo no inicio, indicando a falta de empatia pela “fraqueza” que os futuros caçadores já possuíam, ele é o tímido que não reage mas não teme, ele é a coragem discreta que paga o preço por ser diferente. Quanto ao grupo de Jack, o diretor faz questão de mostra-los como selvagens ou animais, tanto que quase não há falas destes, apenas gritos, momentos de caçadas e danças, podendo-se dizer que o grupo de Jack representa o caos mais primitivo da raça humana e que aflora sempre que não existem amarras sociais.
    Conforme os dias vão passando e as dificuldades aparecendo, o grupo vai se polarizando e esse fato é intensificado com o possível aparecimento de um monstro na ilha. A presença desse “monstro” é fator determinante para a derrocada da razão na sociedade que se forma, pois grande parte dos garotos parte para o lado de Jack por entender que apenas os caçadores são capazes de protege-los e assim o grupo de caçadores começa a desenvolver uma espécie de religião, onde a cabeça de suas caças torna-se uma oferenda ao monstro em troca de proteção. Dessa forma o poder chega as mãos de Jack através de dois pilares: A força e a religião. Essa parte da história é o ponto alto do que o autor parece querer mostrar com a máxima “O homem é lobo do homem.”, quando a força e a religião tomam o mesmo lado do poder, não há mas sensatez que possa chamar o grupo de meninos à razão e nesse momento que temos as duas vozes racionais do filme silenciadas , Simon e Porquinho, o primeiro por poder desmascarar o que se passa por trás do monstro e o segundo por confiar na razão de quem já havia sido dominado pela selvageria.
 
Porquinho e Ralph
 Ralph acaba só, ilustrando a opinião diferente que mesmo correta é perseguida em meio a involução proporcionada pelo estado de selvageria e medo da força e legitimado pela religião extrema. Podemos chamar de medo, porque vemos alguns dos meninos ainda conversando escondido com Ralph e explicando os planos de Jack, que já havia deixado uma vara afiada em duas pontas para quando o encontrasse , mas incapazes de se levantarem contra o novo líder que distribui castigos e ameaças àqueles que o desobedecem. Assim a perseguição a Ralph se intensifica culminando com o incêndio da parte da floresta onde ele se encontra e o fazendo fugir para a praia sendo perseguido pelos caçadores, o que acaba fazendo com que eles se deparem com marinheiros que ficam atônitos com a situação dos meninos, transmitindo assim o olhar da razão e sociedade e temos um close no rosto de Jack entendendo o que fez ao ter esse choque com a realidade de adultos chegando na ilha e terminamos o filme com as lágrimas de Ralph.

    O quê falar desse filme? É simplesmente um filmaço, feito em uma época em que o cinema não tratava o espectador como um imbecil e livre do politicamente correto. Há bulling com o coitado do Porquinho (até mesmo por parte de Ralph), assassinato de crianças e selvageria. O filme é um conto que ilustra um fato que sempre esteve presente em todas as sociedades que é o domínio pela força, seja esta física, religiosa ou psicológica, além de nos apresentar o processo de quebra das convenções sociais e desobediência as regras mais cristalizadas da sociedade nos momentos extremos e que se torna único por fazer isso utilizando crianças, que teoricamente, seriam as pessoas menos inclinadas para esse tipo de comportamento; além disso ainda nos coloca para refletir sobre liderança e poder.
   A direção de Peter Brook tem aquele toque clássico do final dos anos cinquenta, passando ao expectador uma tensão que 
Jack e seus caçadores
cresce aos poucos e que se torna constante no final do filme. A direção de fotografia é bem marcante, trabalhando com foco nos olhos dos personagens ou planos de seus rostos para deixar claro seus entendimentos sobre a situação, fato que é bem eficiente devido a boa atuação dos atores mirins.
    O filme conta com cenas memoráveis, como o discurso de porquinho apelando pelo retorno à razão dos colegas e os questionando sobre qual tipo de líder eles prefeririam, um sensato ou um selvagem, o que lhe é respondido de forma derradeira. Também quando um dos gêmeos mais jovens conta como foi seu encontro com o “monstro” e quando Ralph, vendo que seu poder de líder vai se diluindo, se recusa a chamar os dissidentes para não deixar claro aos outros que o grupo está se dividindo.

Como já dito antes, é um filmaço que coloca varias questões para se pensar. Tornou-se um clássico para mim em seus primeiros dez minutos e merece ser visto por todos, principalmente em dias como os de hoje, onde MAIS DO QUE NUNCA , o homem é o lobo do homem.

Quem quiser ver On-line, segue link

http://www.filmotecaonline.com.br/2015/01/o-senhor-das-moscas-lord-of-flies.html

sábado, 22 de agosto de 2015

Geração Sherlock

 Quando eu era adolescente li “um estudo em vermelho”, a primeira história do Sherlock Holmes e me diverti muito com a descrição que Sir Arthur Conan Doyle, através da boca do Dr Watson, fazia do detetive. Segundo ele, Sherlock era totalmente focado em sua ciência, sabendo tudo sobre plantas, em especial as venenosas, era tão hábil que desenvolveu um teste sanguíneo para identificar criminosos (isso no século 19), estudava a mente de bandidos para traçar paralelos, estudava os tipos de terrenos e disfarces , em resumo era um gênio de sua área e um profissional extremamente produtivo e eficaz (exceto no livro do Jô Soares, diga-se de passagem).
Nem tão competente, nem tão genial

 No entanto, conforme a história avançava e se multiplicava em outros contos eu ia observando que aquele foco extremo pelo trabalho ia se transformando em obsessão e essa em frustração, a ponto do maior detetive da literatura inglesa só conseguir relaxar através do uso de drogas, sacrificando sua vida pessoal e até sua higiene (pelo que se entende do filme do Guy Ritchie) e eu pensava: “Se fosse na vida real, esse cara morreria de infarto ou de um AVC em menos de um ano, tamanho stress que ele se cerca .”
Cool e só

  Mal sabia eu que o padrão de pessoa produtiva, mais de vinte anos após eu ler o livro, seria o padrão Sherlock Holmes, onde a sociedade cobra um foco total em algo que a gente faz, ignorando ou ridicularizando qualquer válvula de escape, qualquer momento a parte, e, assim as pessoas, frustradas e pressionadas pela obrigação social de nunca sair do personagem produtivo e genial, vão buscando em derivados de valium, prozacs e seus semelhantes, drogas menos exóticas do que as usados pelo famoso detetive, o alívio que, simplesmente ser quem são as daria. E essa falta de liberdade e certeza de uma obrigação desumana vai se apresentando a uma geração inteira como a queda d'água onde Sherlock encontrou o seu fim, nos puxando para baixo e nos fazendo desaparecer na escuridão e ruido de quem nos coloca com últimos dentre seus interesses.
Cachimbo da paz


sábado, 1 de agosto de 2015

HOMEM-FORMIGA

  Quando a Marvel estúdios anunciou que faria um filme solo do Homem-formiga eu torci o nariz, afinal, um personagem extremamente pequeno (entendeu?!) dentro do universo Marvel não deveria estrear como protagonista de um filme, ainda mais sendo esse filme o responsável por fechar a segunda fase do projeto Marvel nos cinemas e ainda por cima logo após vingadores 2 ! Mas, assim como com “Os guardiões da Galáxia” eu queimei minha língua.
  O filme conta a história de Scott Lang ( o segundo homem-formiga dos quadrinhos) interpretado por Paul Rudd, um ex-presidiário que depois de cumprir sua pena por violar uma empresa tida como uma das mais seguras do mundo, volta as ruas tentando recomeçar de maneira honesta mas sofre com a dificuldade de conseguir um emprego devido a ficha suja e com a tentação dos amigos (Luis, Dave e Kurt) em dar um grande golpe.
Melhor Poster
  Depois de perder o único emprego que consegue em uma sorveteria e ser esculachado na casa da ex-mulher quando vai visitar a filha, ele decide aceitar a ideia dos amigos e invadir a mansão de um misterioso milionário onde supostamente haveria um cofre com uma grande fortuna, sem imaginar que tudo fazia parte de um teste orquestrado por Hank Pyn (O homem-formiga original) interpretado por Michael Douglas , que busca um substituto para invadir a Cross Tecnologia, empresa presidida por Darrem Cross, seu antigo assistente e aluno que trouxe à tona o projeto de encolhimento através do protótipo de guerra chamado de jaqueta amarela, o que vinha a muito sendo mantido em sigilo por Pyn, que sempre temeu que seu projeto acabasse caindo em mãos erradas e que conta com sua filha, Hope Van Dyne (Evangeline Lilly), que espiona a Cross Tecnologia enquanto trabalha como executiva de Darrem Cross.
  Scott encontra no cofre o uniforme de Pyn e o experimentando passa por mais um teste, sendo que depois do mesmo resolve devolver o traje e acaba preso; mas Hank Pyn resolve dar mais uma chance ao protagonista e junto com sua filha resolvem trina-lo para que se torne o Homem-formiga e frustre os planos de Darrem Cross.
  Só escrevo sobre filmes se eles me agradam ou desagradam de alguma maneira e nesse caso o que posso dizer é que Homem-Formiga me agradou pela surpresa, a começar pela introdução do filme que é de tirar o chapéu, não por alguma cena explosiva ou algo parecido, mas pela utilização dos efeitos especiais e ligação que faz entre o filme e o universo Marvel nos cinemas. Nessa cena temos um Michael Douglas rejuvenescido trinta anos graças à maquiagem digital, o efeito é tão bom que dá para pensar que realmente é o filho do ator e em cinco minutos somos apresentados a personalidade explosiva do Dr Hank Pyn e os tramites de uma S.H.I.E.L.D comandada pela agente Carter e Howard Stark e que vive a paranoia da guerra fria.
 
 Outro fator positivo é o estilo comédia de ação que virou regra da Marvel após o sucesso de “Guardiões da Galáxia”, ao contrário de em “Vingadores 2” onde nem sempre as piadas funcionam, por estarem presentes em situações que deveriam ser tratadas com um pouco mais de seriedade, em “homem-formiga” as piadas parecem mais naturais, talvez pelo fato de o próprio protagonista não levar a sério seu alter ego de super-herói e também pelo elenco de apoio, como rapper T.I que faz participação como Dave um dos amigos pilantras do protagonista e consegue arrancar algumas risadas do espectador, mas o destaque é Michael Peña, que interpreta Luis ,o amigo e ex-colega de cadeia de Scott Lang; é através dele que as tramas mais absurdas são reveladas aos herói no melhor estilo “no sense” com a narração em off de cada detalhe de como surgem suas ideias, acompanhadas de interpretações literais do que o personagem fala, é hilário!
  As cenas de ação são muito bem construídas, como quando o protagonista se vê obrigado a invadir o QG dos Vingadores acreditando que se tratava de um velho depósito das industrias Stark e se diante do Falcão(Anthony Mackie) e parte para pancadaria vencendo o vingador graças ao uso de seu traje, ou quando no ato final temos o embate do homem-formiga com o Jaqueta amarela e os vemos lutar dentro de uma mala e depois em um ferrorama , quando magistralmente o diretor muda a referência ótica da cena para nos divertir com um jogo de proporção .
  Não gostei do vilão. Suas motivações são pouco claras, por vezes ele parece uma criança mimada brava com o pai, por outras uma caricata mente diabólica no pior estilo de filme dos anos cinquenta; Durante o filme algumas dicas são dadas para tentar explicar essa insanidade por parte de Darrem Cross, afirmando que sua exposição as “particulas Pyn” (formula do encolhimento) é o que o deixou insano, o que faz questionar por que apenas ele parece afetado?! A interpretação da Evangeline Lilly como a Vespa (sim! A cena pós crédito deixa isso claro) não me agradou muito também, ela parece orgulhosa e prepotente demais, até quando não está fingindo para iludir Cross e por vezes ela me pareceu desconfortável no papel, mas embora esses dois personagens quebrem um pouquinho a mágica, isso não prejudica o filme em si. Outro ponto negativo é a trilha sonora quase inexistente, se não fosse o mambo ou salsa que sobe na hora que o simbolo da Marvel aparece, eu diria que não há música no filme e isso quebra um pouco a empatia e grandiosidade em que uma musiquinha poderia dar uma turbinada.
Achei o vilão pequeno
  Achei que homem-formiga fechou bem a segunda fase da Marvel nos cinemas. Talvez a estranheza que ele tenha causado e o fato de não alcançar o sucesso financeiro pensado pelo estúdio se deva não a qualidade do filme (que ao meu ver é muito boa), mas ao universo em que ele está inserido e o que esse universo vem proporcionando ao público. Só para lembrar , o universo Marvel foi iniciado em 2008, ou seja , já são sete anos construindo histórias interligadas onde se tem no mínimo dois filmes de super-heróis por ano e a inclusão de novos heróis com suas histórias de origem podem parecer mais do mesmo para o grande público, mas acima disso, homem-formiga é uma grande filme de origem e o coloco apenas abaixo de Homem de Ferro e Guardiões da Galáxia nesse quesito. Fica agora a expectativa pela guerra civil e Dr Estranho em 2016, assim como as séries da Netflix pertencentes ao mesmo universo e que eu continue a queimar a língua quando um projeto que parece meio bobo for anunciado....mas acho que um filme do Speedball já seria um pouco de desespero, mas se lançassem, eu estaria lá para ver.