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terça-feira, 19 de junho de 2018

BALA DE PRATA (1985) #Zerocult 7





Fiquei empolgado com o filme brazuca “As boas maneiras” e seu ponto de vista original da maldição do lobisomem. Tanto que queria transformar o mês de junho no mês da licantropia aqui no blogger e para isso resolvi assistir aos filmes que abordassem a mesma temática e que marcaram minha juventude. No entanto, revisitar o cinema dos anos oitenta pode ser tão perigoso quanto sair para passear pelos bosques do Maine em noite de lua cheia, principalmente se o primeiro filme a ser revisitado for baseado em um livro de Stephen King e roteirizado pelo mesmo.  
linda capa do VHS
Sim! Hoje falaremos sobre um clássico do extinto “Cinema em casa” do SBT, “Bala de prata” de 1985, baseado no livro “A hora do lobisomem” do Rei do terror e “estrelado” pelo eterno, mas já falecido, ator mirim Corey Haim; que, após ser reassitido substituiu em mim todo terror de quando eu tinha doze anos por momentos de humor e até de certa vergonha alheia, mas sem com isso destruir a gostosa sensação de nostalgia.

O filme acompanha Marty Coslaw (Haim), um menino paraplégico de doze anos, que junto com sua irmã Jane (Megan Follows), após perderem um amigo, a descobrem que a série de assassinatos que vem acontecendo na cidade onde moram, a pequena e pacata cidade de Tarker’s Mill no Maine, é obra de um lobisomem. Os irmãos agora terão de encontrar um adulto que acredite neles e buscar descobrir quem é a pessoa que carrega a maldição.

Lembro quando assisti “Bala de prata” pela primeira vez! Eu devia ter um pouco menos que idade do protagonista e mesmo o filme passando às duas horas da tarde, não nego que a ideia da trama trazer um guri paraplégico fugindo de um lobisomem em uma cadeira de rodas motorizada no meio dos bosques de uma cidade no interior do interior dos EUA, me assustou bastante. No entanto, rever esse filme mais de vinte cinco anos depois, impressiona como muitos dos filmes oitentistas, diferente de alguns clássicos, mas muito parecidos comigo envelheceram mal, embora continuem divertidos.

O lado divertido do filme é a já mencionada nostalgia no melhor estilo “Stranger Things”, que faz quem tem mais de trinta anos, olhar com carinho todas as extravagâncias da história e relembrar um tempo mais ingênuo e sem o bombardeio de informações que sofremos hoje, onde ainda era possível soltar pipa na rua até de madrugada, ou sair à noite para detonar fogos de artificio ou coisas que o valham. Sem contar que o filme tem uma vantagem sobre as produções modernosas, que é o simples fato de que, diferente da série do streaming mais famoso de todos os tempos, toda aquela breguisse não é emulada, mas real! O filme desenhava um retrato do momento onde foi produzido, o que serve para os jovens matar a curiosidade de como era um mundo sem internet, TV a cabo, celulares e videogames.

De zero a cem em 5.8 segundos!
Mas o que me fez assistir a esse “clássico” até o fim com um sorriso no rosto foi seu lado ruim, que é o roteiro.  Se há uma coisa que eu adoro, são filmes “ruins bons”, aqueles filmes que são produzidos de maneira séria, mas que devido aos cacoetes de seus diretores ou deslize de seus roteiristas agregam certos absurdos que o destacam em meio a tantas outras obras. “Bala de prata” não é diferente, além de trazer todos os estereótipos de filmes de adolescente dos anos oitenta, como o protagonista sendo visto como diferentão (nesse caso deficiente), a irmã que quer ser popular, O tio perdedor e bêbado que é o único que acredita nas crianças e os pais ausentes, nenhuma situação ocorrida no filme parece ter um porque e o questionamento que isso gera rendem bons momentos.

Exemplos dessas situações, que são o tempero da trama, estão todas ligadas ao próprio Lobisomem, em especial a sua aparição na cidade. (SPOILER À FRENTE) O Lobisomem é o reverendo da cidade (pronto falei) e após algumas mortes em seu currículo, o vemos tendo um pesadelo onde todos de sua paróquia (que toda noite se reúnem para cantar “Amazing grace” ) se transformam em lobisomens e partem para cima dele e ele acorda pedindo a Deus para que a maldição acabe, o que nos induz a pensar que a maldição é , de alguma forma, divina; eu mesmo cheguei a achar que a transformação tinha algo a ver com os pecados de alguns habitantes, pois a primeira vítima é um alcoólatra que batia na mulher e a segunda uma suicida, mas todas as teorias caem por terra, após a irmã do protagonista expor a ideia de que talvez nem o próprio reverendo saiba o porquê das transformações, o que confirma com o mesmo, logo depois, tomando para si a postura de vilão e deixando qualquer resposta apenas na especulação.

"alguém sabe onde encontro um Chapel XXXL?"
Outra coisa maluca que se soma as excentricidades do roteiro é a decisão genial do casal de irmão de chantagear o reverendo/lobisomem via cartas com letras recortadas de revistas, pedindo educadamente para que ele se retirasse da cidade, o que não dá muito certo. Mas esse “deslize” dos irmãos é pinto perto da ideia fantástica de um grupo de cidadãos indignados que decide caçar o “maníaco do bosque” à noite no meio da floresta, portando espingardas e bastões de baseball e a cena que se segue com o lobisomem batendo em um deles com um bastão até a morte (Sim! O lobisomem mata um cara com um bastão de baseball!), fato que gerou a capa do VHS do filme com uma mão peluda e com garras segurando um bastão para duas crianças amedrontadas. E nem vou comentar sobre a piadinha do protagonista ao final sobre sua própria deficiência. Isso, meus amigos, são os anos oitenta!

Apesar das loucuras, ou melhor, graças a mesmas, adorei ter revisitado “Bala de prata”, fez lembrar um tempo mais leve da minha vida, onde os monstros eram pessoas com uma roupa de pelúcia e uma cabeça enorme de lobo, quando não um cara grande com um facão e uma máscara de hóquei e não frustrações que se acumulam e boletos que se empilham. Um clássico do cinema em casa capaz de trazer a nostalgia com força e arrancar gargalhadas de doer a barriga, mas não sem conseguir dar os sustos que promete.

Então, se tiver mais de trinta e cinco anos e quiser assistir a algo que lembre a infância, procure por “Bala de prata” e deixe sua mente passear livre pelos anos oitenta por noventa minutos e aproveite o mês do Lobisomem.

Só tome cuidado com a Lua.

             

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

TURBO KID (2015)




     Todo ano nessa época é igual, um clico parece se fechar e tudo que pode dar errado na minha vida, realmente dá. Tanto que, intimamente, eu costumo chamar Setembro de “o mês do Apocalipse”. No entanto, esse ano decidir não me abalar muito e celebrar o mês de tumultuo com uma temporada de filmes que tem tudo a ver com ele, ou seja, destruição, caos, estranheza e ...apocalipse.

    E para dar uma melhorada na energia, hoje vou falar sobre um filme que oscila entre a comédia e o Gore de maneira despretensiosa e que descobri muito sem querer no catálogo daquele serviço de streaming famoso, que adora estragar adaptações de mangás e do defensor de Kunlun, trata-se de “TURBO KID”, filme canadense de 2015, escrito e dirigido por Anouk Whissel, François Simard e Yoann-Karl Whissel; e, estrelado por Munro Chambers e Laurence Leboeuf , todas pessoa que nunca havia ouvido falar antes e que duvido que ouvirei novamente.

   
O Filme conta a história de um garoto (Chambers) que vive sozinho em um mundo pós-apocalíptico. Ele é fã de quadrinhos, em especial de um personagem chamado “Turbo Rider” e sobrevive catando e revendendo quinquilharias no mercado que se organizou após o fim da sociedade. No retorno de uma dessas vendas, que ele conhece Apple (Laurence Leboeuf), uma estranha e animada garota, com quem vai nutrir algo mais que uma amizade. Mas em mundo onde a sobrevivência fala mais alto, a força é a única lei, então, em uma incursão pelo “lixão” (como denominam o que restou da cidade), Apple é capturada e levada até Zeus  (Michael Ironside) o chefe da gangue que domina o lugar; Porém, O Garoto vai descobrir que as histórias em quadrinhos que lia eram uma homenagem a um herói real, que morreu lutando contra a causa do apocalipse que os atingiu e, munido da maior arma de seu herói, o garoto se tornará Turbo Kid e partirá para resgatar Aplle e derrotar o Infame Zeus.

        Não se assuste se a sinopse do filme parece brega, realmente era para ser assim. “Turbo Kid” é uma homenagem despretensiosa ao cinema de baixo orçamento dos anos oitenta, sendo um dos primeiros a seguir a moda ditada pelos "Guardiões da Galáxia" (2014) de James Gunn, porém se assemelhando mais com os filmes anteriores do diretor, como "Super" e "Projeto Belko" devido a sua mistura de humor e ação visceral, do que com o milionário Blockbuster da Marvel studios. 



     Já no inicio do filme, quando somos apresentados ao universo da trama, temos um pequena mostra do que está por vir, quando depois de ouvirmos um narrador contar um pouco do que houve com a sociedade, recebemos o mórbido aviso “Bem vindos ao futuro, bem vindos a 1997”, como se filme fosse realmente uma produção oitentista. Logo após isso conhecemos o protagonista e visualizamos sua rotina de catador, que após encontrar algo que possa trocar por água e comida, segue seu caminho em um vídeo clipe super para cima, típico dos filmes da sessão da tarde, com o garoto voltando para casa em sua bicicleta cross e ouvindo rock carregado de sintetizadores e teclados em suas fitas cassetes enquanto desvia das cabeças de pessoas desavisadas cravadas em estacas pelo caminho.

     
Vilões e Heróis de Bike
Mas não pára por aí, além da influência musical e visual dos anos oitenta, o filme também traz diversas referências, como a temática frequente de mundo sem água, como no clássico trash "Crepúsculo de Aço" (1987) estrelado por Patrick Swayze e falta de combustível, tal qual "Mad Max". Sobre a falta de combustível, o roteiro toma uma decisão totalmente crível, que é , na falta de motores a explosão, todos andam de bicicleta; o que faz sentido e ao mesmo tempo dá um ar cômico a trama, com todo mundo pedalando pra lá e para cá. Já no tocante a falta de água, a história toma contornos mais mórbidos, apresentando uma máquina que transforma pessoas em água pura, que é o que Zeus o vilão está fazendo e para tal
capturou Apple, assim como Frederic, o chefe da Gang Rival, que se tornará um futuro aliado de Turbo Kid.


      Mas não é só isso ( o Gerente enlouqueceu) mais tarde descobrimos que o que levou a destruição da sociedade é mais um clichê dos tempos dos permanentes e roupas multi coloridas, que são ... os robôs! Sim, meus amigos, quem destruiu o mundo como conhecemos, foram os seres mecânicos  revoltados, em uma homenagem nada discreta ao "Exterminador do futuro", com a vantagem de que nesse mundo alguns robôs ficaram de boa com as pessoas e até se apaixonam por elas (ops!)

     
Melhor Arlequina
No entanto, sem só de referência vive esse filme, ele também influenciou outra trama, ainda mais trash que ele mesmo. Sim senhores, Turbo Kid também é cultura e com a personagem da Apple, deu base a outra personagem também empolgada e insana, mas que diferente da original canadense,
alcançou muito mais sucesso (embora seu filme seja muito pior), trata-se da Arlequina de "Esquadrão suicida", que até hoje brilha nos coraçõezinhos dos DCnautas, sem que muitos desses saibam que um anos antes, em um filme com um décimo do orçamento, uma atriz desempenhava exatamente o mesmo papel E O MUNDO PRECISA SABER DISSO!!!


      Além de tudo, o filme tem uma sequência final de combate que mistura comédia pastelão, violência em excesso e sangue sem fim, que me fizeram aplaudir de pé sem saber exatamente por qual das razões.

        
      Pois então, "Turbo kid" está lá, flutuando tranquilamente entre outros diversos títulos naquele bendito serviço de streaming; discreto e impassível, mas certeza de diversão garantida. Um filme que mostra que não é preciso gastar malas e mais malas de dinheiro em um filme para que ele seja divertido e nem atola-lo em efeitos especiais para chamar a atenção, basta uma boa ideia e alguns atores desconhecidos para aceitar o trabalho. Um filme que caminha entre o cômico e o Gore, mas abraça com força os clichês da década de 1980 sobre o apocalipse e que me arrancou muitas risadas nesse meu mês tão sombrio.




terça-feira, 11 de julho de 2017

TRIPLO X - REATIVADO (2017) um desabafo



Quinze anos atrás, os X-games se popularizavam, a Mtv ainda ditava regras para a molecada e as tatuagens começava a se tornar parte do estilo das pessoas; nessa época, o som do momento era o Hip-hop e seu maior expoente era o Eminem, o sonho de consumo da gurizada era um playstation 2 e a Sheila Mello saiu nua na edição da Playboy de Janeiro e a Kelly Key na de Dezembro e, no cinema, eram os confusos tempos pós Matrix, onde cada diretor, produtor e roteirista sonhava em acertar no alvo da mesma maneira que os irmãos Wachowski.

Foi do meio desse caos que surgiu um filme que (pelo ponto de vista do estúdio) buscava misturar tudo que alegrava a gurizada, sejam tatuagens, música, esportes radicais, vídeo game, mulheres gostosas, muita ação e a mínima necessidade de pensar. Tudo isso protagonizado por um ator da nova geração, mas com todo aquele jeito de personagem dos anos oitenta. Assim, estreava em Setembro de 2002 "XXX" (triplo xis para os chegados), estrelado por Vin Diesel e Samuel L. Jackson. Um filme de espionagem, que trazia os resquícios de confronto da guerra fria e pretendia ser empolgante, estiloso e modernoso.

No entanto, uma década e meia depois, em dias de sequências, reboots e remakes, eis que do limbo das franquias surge, pelas mãos do diretor D.J Caruso e contando com a volta de Vin diesel, "XXX: Reativado" matando nossa curiosidade sobre, o que diabos aconteceu com o mítico Xander Cage e nos apresentando sua turminha do barulho e mais do obscuro mundo da espionagem "moderna".

Pois bem, em "XXX: Reativado" descobrimos que Xander Cage não foi à óbito como se soube em "XXX 2: estado de emergência" (esqueci que existia esse filme com o Ice Cube) e após um grupo terrorista roubar um item tecnológico apelidado de "Caixa de pandora", que tem a sutil capacidade de derrubar satélites que estão em órbita como se fossem mísseis em lugares onde o portador do item quer, e um desses satélites, supostamente, matar seu amigo e mentor Augustus Gibbons (Samuel L. Jackson), Xander volta a ativa para dar cabo do grupo de vilões e vingar a morte do amigo.


Então tá! O que esperar de um filme lançado nos dias de hoje, mas que é uma sequência de uma produção do inicio do século, que tem inspiração em elementos da guerra fria e exportes radicais, com um gostinho de filme dos anos oitenta e com todos exageros e cores do anos noventa? Pois é!! Garimpei de um lado, cavei do outro e para não dizer que não achei nada, digo que os momentos onde o filme soa como uma comédia (comédia involuntária, mas mesmo assim uma comédia), caso se consiga segurar o constrangimento e continuar encarando a tela da TV, são muito engraçados.


Começando pelo prólogo, onde vemos o personagem de Samuel L. Jackson recrutando mais um gênio para o projeto triplo X e o recruta é ninguém mais ninguém menos que o camisa dez da seleção brasileira de Futebol, Neymar Jr. A cena ganha ares de comédia, não só pelas caras e bocas que o jogador apresenta ao tentar parecer mais sério do que o normal, mas pela apresentação dos personagens e desfecho que a mesma tem.
Sobre a apresentação dos personagens, esse filme copia a horrível apresentação que se vê em "esquadrão suicida", que lista na tela, tudo que o personagem é, suas característica e pretensões, tal qual uma lista de vídeo game e , quando aparece o Neymar, diz que ele "achava que seria recrutado para os vingadores" ( Samuel L. Jackson entende?!) Pra quê? Para nosso capitão, camisa 10 e pegador de atrizes dizer,em tom humilde, que não é herói?! fato que se mostra falso, quando logo a seguir, quando o lugar onde ele estava almoçando com seu recrutador é assaltado, Ney jr nocautear o assaltante chutando um porta guardanapos na cabeça do meliante, o que é seguido por um grito de "Goooolll" da parte de Auguste Gibbons, que deveria ter morrido ali, naquela hora, antes de abrir a boca.

A cena que se segue é uma afronta a todo brasileiro. Segundos depois de vermos Neymar salvar a vida de Gibbons, concontramos Xander Cage pela primeira vez. Ele está escalando uma antena de TV no meio de uma floresta na república Dominicana e salta da antena em direção a floresta tendo apenas suas bermudas, regata, mochila e SKIS em seus pés... Isso mesmo, o desgraçado desce uma montanha na mata de ski, depois pega um skate e corre até chegar em uma área cercada por homens de metralhadora, que parecem ser milicianos ou traficantes e instalar o equipamento da antena em uma TV para que todos possam assistir satisfeitos... BRASIL (1) X ALEMANHA (7) !!! Maldito Xander Cage!!!


Se alguém se mexer eu toco Calipso !
Na sequência, após salvar o dia, pegar uma gostosa e tomar uma cerveja, nosso herói vai para a praça, onde sofre o mesmo teste que no filme de 2002 e descobre que seu recrutador preferido está morto. De posse dessa informação e sem querer o apoio das forças especiais americanas, Xander resolve convocar seu próprio grupo de "elite". São eles: Adele Wolf, uma sniper tão sorridente e tatuada quanto nosso protagonista e que passa mais tempo pedindo para dar um tiro, do que atirando em alguém; Tennyson Torch, um motorista de fuga e dublê que quer bater o recorde de acidentes (e que é o ponto alto da equipe, pois se trata do ator que faz o Cão de caça em GoT e que está muito engraçado) e o jovem "Nicks", que como arma em seu currículo está o fato que já pegou a Lady gaga e tem o dom de transformar qualquer festinha de garagem em uma Rave.. talentos esolhidos a dedo para enfrentar um grupo composto por Donnie Yen (mestre de Kung Fu) ,Tony Jaa (mestre de Muay Thay), Michael Bisping (mestre de MMA) e Deepika Padukone (mestra em ser gata). Seria esse grupo de Xander um grupo de "contra-inteligência"? Só pode ser!

Depois de reunir essa turminha muito louca, xander parte para Londres, para pedir ajuda para o melhor racker do mundo para rastrear o grupo do mal. E como não poderia ser diferente, em um filme de espionagem, o especialista é UMA especialista e "força" nosso herói a satisfazer meia dúzia de ajudantes sedentas de sexo, para poder lhe entregar a informação, o que não faz sentido nenhum, pois depois descobrimos que nenhum desses terroristas manja nada de computação e que poderiam ser facilmente rastreados pela equipe de apoio do governo, transformando toda cena em apenas uma desculpa para mostrar o quanto o protagonista é Bonzão com as mulheres, algo que convence tão pouco, como a pretensão de transformar o insipido Vin diesel em alguém carismático e legal, o fazendo sorrir o tempo todo. Duas péssimas escolhas de roteiro, que só o ator acreditou, tentando colocar em prática ao forçar uma paquera com uma repórter brasileira.


O mar é o mais carismático nessa foto
Papo vai, papo vem, alguns beijos e muito tiro, porrada e bomba depois, descobrimos que os terroristas, na verdade são agentes recrutados para o projeto XXX e que o vilão é um político americano querendo resolver as coisas pelo medo (como poucos!) o cara é eliminado e DO NADA, a responsável pela caçada aos terroristas se mostra uma vilã maligna do mal!! Não sei se dormi minutos antes, mas realmente não entendi porque ela se tornou maléfica... e nem por que toda a equipe do governo fez o mesmo, chegando ao ponto de o avião que levava nossos heróis ao redor do mundo quase cair e os soldados continuarem tentando matar o fantástico Xander Cage, sem medo de partirem para a terra dos pés juntos.


Depois disso, Ratátátá, bum, pow, soc, iiiáaáá.....!! e a ação acaba e sem nenhuma atuação digna, colocando em posição de constrangimento atores de ação do cinema asiático no naipe de Tony Jaa e Donnie Yen e reafirmando a breguisse da franquia. Vemos as duas equipes, que outrora eram rivais e inimigas, agora reunidas como uma família, tendo o majestoso Xander, como seu líder , restando no coração de quem sobreviveu as quase duas horas de cenas aleatórias sem roteiro, o desejo verdadeiro de que as próximas missões de Xander Cage sejam tão secretas, mas tão secretas, que não sejam mais filmadas.

Depois de tudo ainda descobrimos que o personagem do Samuel L. Jackson não morreu, foi tudo parte de um plano para trazer os traidores à luz e reativar Xander Cage, tudo isso em um diálogo que faz tantas menções ao Nick Fury e aos vingadores (com Samy Jackson trajando um sobre tudo de couro, se fingindo de morto, de cabeça raspada e até um óculos com um tapa olho) que só faltou o Vin Diesel gritar "EU SOU GROOT"!! Tenho certeza que a Marvel só não deve ter processado essa produção para não ter seu nome ligado a algo tão horrível.


E assim desperdicei duas horas da minha vida, que senti ainda mais falta, ao assistir "zootopia" logo em seguida e me deparar com um roteiro infinitamente melhor construído, personagens mais profundos e carismáticos, referências bem colocadas e inteligentes, assim como trama envolvente...tudo isso em um filme que deveria ser para crianças... mas isso é outra (e melhor) história, sem tatuagens, sorrisos forçados e , definitivamente, sem os sete a um da Alemanha.




terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

HOWL IN SPACE - #zeroproductions_1


O que aconteceria se um sujeito com licantropia, ou seja, a maldição de se transformar em lobisomem fosse um astronauta parte de uma missão para ir à lua? A resposta para essa pergunta está no filme que nunca será produzido baseado no conto que nunca escrevi e que resenho abaixo, dando sinopse e indicando elenco, direção e produção.

Wagner Moura é Erick Mendes
O Ano é 2033 e a Terra se encontra com problemas energéticos. James Arkin Cane é um geólogo e médico inglês, que é recrutado pelo programa espacial conjunto entre seu país e a Nasa para participar da missão Selene-7, que se dirigirá até uma base na lua a fim de seguir os estudos para verificar a possibilidade da construção de uma usina autônoma de energia solar em nosso satélite natural.

Acompanhado de mais sete membros, entre eles a piloto sul coreana You-jim Bae, o engenheiro camaronês Arthur Ngacame Lupindo e o matemático e programador brasileiro Erick Mendes, James enfrentará uma viagem de quinze horas até chegar a seu destino e dar continuidade aos estudos que podem revolucionar a história de nosso planeta.

No entanto, o que nem mesmo o próprio James sabe é que ele é herdeiro de uma maldição terrível, que é passada de pai para filho e que se manifesta somente depois da morte de seu progenitor, o médico inglês é um lobisomem e seu pai que assistiu nervoso ao lançamento do foguete que levaria o filho até a lua, não resisti à emoção, vindo a falecer quando o filho vislumbrava o satélite de dentro da nave.

No meio da confusão e perplexidade, resta a tripulação buscar se proteger durante as seis horas de viagem que ainda restam no que parece ser um pesadelo ocorrendo dentro de uma nave que viaja a vinte e oito mil quilômetros por hora em direção ao que torna a criatura cada vez mais forte. A única esperança é alcançar a base, contatar a terra e juntando o conhecimento dos sobreviventes, conseguir uma forma de parar o monstro.


Sharlto Copley é James A. Cane
A direção do filme vai ficar aos cuidados do diretor Sul-africano Neill Blomkamp, por seu histórico de filmes de ficção científica que contém uma dose de gore e que carregam em si aquela falta de fé em um futuro brilhante e limpinho, o que ajudaria na criação da ideia visual de um mundo que precisa se esforçar para encontrar soluções para problemas como a falta de energia.

O diretor de fotografia seria Guilhermo Navarro, responsável por “Pacific Rim”, “Jackie Brown”, “O Labirinto do Fauno” e “Blade II”. O Cara sabe criar ângulos que favorecem a ação e ao mesmo tempo agregam na dramaticidade da cena e para um filme que vai ter de oscilar entre o detalhe do medo de cada personagem e quadros abertos que demonstrem a vastidão do espaço ninguém melhor que o cineasta mexicano.

A trilha sonora, deveria ser composta misturando o estilo moderno de Ramin Djawadi e a clássica de John Williams (não me perguntem como, é só uma ideia). Com o primeiro teríamos o compasso da ação, do mesmo modo que ele fez com “Pacific Rim” e com o segundo a parte épica da imensidão espacial.

Gemma Chan é a capitã You-jim Bae

Nos papéis principais teríamos uma constelação de atores multiétnicos que além de mostrar a cara de um novo mundo, globalizado e cooperativo, embora caótico do futuro, ainda deixariam um recado ao público mostrando que diversidade é importante:

No papel do amaldiçoado médico e geólogo James A. Cane, eu escolho o ator Sul-Africano Sharlto Copley. Além do cara estar em todos os filmes do diretor Blomkamp (e que certamente seria exigência do mesmo) o ator tem uma cara estranha típica das histórias de lobisomem contadas no interior e na cultura brasileira (minha homenagem ao interior das terras tupiniquins), sem contar que sua expressão facial e gritos, presentes em todos os filmes onde o ator teve falas, são o que a produção precisa para chamar a atenção desde os trailers.

Como a Piloto You-jim Bae, minha indicação vai para a triz inglesa Gemma Chan, não só pelos traços orientais , mas pelo trabalho na série “Humans”, que me conquistou do mesma forma que a série da AMC e pela beleza não tão comum nos blockbusters.

Djimon Hounsou é Arthur Ngacame
O papel do Engenheiro Camaronês Arthur Ngacame Lupindo, ficaria reservado ao ator Djimon Hounsou, que além da experiência, tem o talento e a força para dar a gravidade que o filme necessita para não ser uma produção trash, embora toda a trama tenha o tempero de trash que faria o projeto divertido.

E como o Programador brasileiro, indico o ator Baiano Wagner Moura, que ganhou o papel graças a sua notoriedade nos E.U.A em produções como "Narcos", além de já ter trabalhado anteriormente com o diretor Neill Blomkamp em “Elisium” o que facilitaria no andamento da produção. 

Pensei em chamar o filme de “Lunar”, mas lembrei de que já havia um filme de ficção científica com esse nome, então pensei em “moonligth”, o que faria referencia à lua e a luz (já que a tripulação tem por objetivo buscar energia através da lua), mas me disseram que alguém já usou e ganhou um prêmio importante com um filme com esse nome, assim cogitei algo como “Space Wolf”, mas além de brega , me pareceu muito parecido com “space Ghost”, então vou ter de usar algo mais anos oitenta e acho que vou chamar o filme de “HOWL IN SPACE” que tem muito a ver com a trama.

Como todo filme dos anos oitenta, ele deverá ter um subtítulo e sendo um terror no espaço, pensei em colocar:  “No espaço ninguém pode ouvir você gritar”, mas esse também já usaram, então deixarei sem subtítulo e no lugar vou surpreender o público com um trailer que unirá suspense e intensidade, fazendo o público torcer para o verão americano chegar mais cedo.
 Então está aí, a ideia, o roteiro, elenco, direção e responsáveis pela trilha sonora. Agora só fico no aguardo da oportunidade de entregar isso nas mãos de um figurão dos estúdios americanos e sentar e ver a grana pingando na minha conta.


quarta-feira, 27 de maio de 2015

KUNG FU CONTRA AS BONECAS

   Esqueça os filmes de kung fu do “Força Total da Band” e as cenas épicas de chineses acertando golpes que tiram fumaça quando acertam seus oponentes, esqueça a escancarada de pernas do Van Dame e as coreografias de Jakie Chan, o filme definitivo sobre artes marciais foi filmado no Brasil em uma época onde o politicamente correto não havia nascido e o baixo orçamento e o no sense ditavam as regras no cinema, estou falando de “Kung Fu contra as bonecas” , filme de 1975, produzido pela Galante (a mesma produtora do assustador Cinderela Baiana, com a Carla Perez.) e dirigida e estrelada por Adriano Stuart.
Chang se preparando para luta
O Filme conta a história de Chang, filho de um chinês com uma pernambucana, que retorna para sua terra natal após anos na China estudando a arte do Kung Fu, chegando no Brasil descobre que sua família foi morta (incluindo seu porquinho) pelo bando do famigerado Cangaceiro Azulão, que estão tomando a terra dos pequenos fazendeiros a fim de colocar em prática o terrível plano de um coronel de construir uma estrada pelo local (ou algo assim). E, assim vai atrás de sua vingança auxiliado por Maria, uma lutadora de capoeira que também teve o pai morto pelo bando de cangaceiros, munidos apenas de suas habilidades e falta de noção.
O filme é tão ruim, mas tão ruim que é bom !!       As “Bonecas” do título se referem aos próprios cangaceiros, que são Gays. Cada um deles usa uma cor de roupa diferente, no melhor estilo power Rangers, com um número costurado em suas costas como se fossem jogadores de futebol, o próprio “Azulão” (interpretado por Maurício do Valle, o inimigo clássico dos filmes dos trapalhões) vai durante o filme desmunhecando mais e mais, chegando ao ponto de cantar músicas da Carmem Miranda enquanto seu “guarda costas” apalpa sua bunda (é sinistro)!! O protagonista Chang, vivido pelo próprio diretor Adriano Stuart, não luta nada, mas mata qualquer um de rir com suas caretas e grito de fúria, em contrario de Maria (Helena Ramos), que chega a parece que luta mesmo e levando a situação a sério (dentro dos limites da galhofa).
 
soco mais fatal que o do Johnny Cage
    Durante uma hora e meia, somos fuzilados com a mais pura comédia pastelão e frases engraçadíssimas. O filme começa mostrando o pai do protagonista indo as compras e o balconista dando a ele um gravador com microfone onde ele fala sua lista de compras em chinês e é traduzido automaticamente, o gravador traduz a lista da seguinte forma “ 35 kg de linguiça, 4 sacos de feijão, 345 pasteis, 250 pirulito de morango, etc.”(muito bom!). Em todos momentos de tensão, Chang tem flashbacks de seu mestre passando ensinamento que ele descarta na cena seguinte, nesses flashbacks, Chang está vestindo uma roupa de formatura, fazendo menção ao fato de ter terminado seu treinamento, em uma sala repleta de velas, se destacando o mestre “Chinês” que é um ator negro com bigodes brancos a la Pai-mei que o chama de “pernilongo. Os cangaceiros do bando de Azulão, por serem jogadores de futebol, passam o tempo todo cantando “é camisa dez na seleção” em homenagem a seu líder, que como todo craque traz o número dez nas costas; Chang, ao conhecer Maria e a defende-la do bando, acerta um golpe no melhor estilo Bruce Lee no saco de um dos cangaceiros, ao virar o corpo do sujeito e ver que o mesmo tem um número dois nas costas solta a frase “eu sempre odiei lateral direito!” (É muito no sense), E oque falar da indumentária do herói, que anda pela caatinga tocando um sax miniatura e trajando um chapelão de Cowboy e um sobretudo, tendo por baixo uma camiseta babylook rosa com os dizeres “kung fu”,isso sim é herói!

   Sem mais delongas, Assistam “Kung Fu contra as bonecas” uma joia da boca do lixo, um filmaço de chorar de rir fruto de uma época onde a diversão era o que interessava e não o patrocínio da Petrobras. tão ruim, mas tão ruim, que é ótimo, chegando a ser distribuído internacionalmente com o singelo nome de "Bruce lee vs Gay power" mostrando como se faz marketing e que não importa ser ruim, o importante é não ser bobo . Diversão Garantida.
QUEBRA TUDO CHANG !!