terça-feira, 27 de setembro de 2016

OBLIVION (2013) - Quando a ficção científica é boa #esquerda_rewiew 4


Um fato que, de uns tempos para cá, vem perturbando meus pensamentos, é imaginar como será nossa comunicação com alienígenas. Comecei a pensar sobre essa situação, faz uns dois meses, depois de rever o ótimo filme "Contato", que é baseado no livro do mesmo nome do grande Carl Sagan e o assunto passou a me seguir desde então, com o trailer de "A chegada", com Amy Adams, que explora a difícil primeira comunicação entre humanos e uma raça de extraterrestres, assim como toda questão da aparição de um disco voador na segunda temporada de "Fargo", onde o personagem de Ted Danson, questiona sobre se o grande problema da raça humana é não saber se comunicar, finalizando com o fato de ter lido "Um estranho numa terra estranha" de Robert A. Heinlein, que conta as desventuras de um humano criado por marcianos e que, trazido para a terra, não consegue compreender os conceitos e intenções humanas.

Estava com todos estes devaneios na mente (sei lá eu porque), quando me deparei com um filme, que a muito eu tinha descartado, por acreditar que se tratava de mais um raso caça níqueis estrelado por Tom Cruise, mas que ao assistir, encontrei uma ficção científia de qualidade, com uma trama bem elaborada e repleta de conceitos bacanas, se trata de "OBLIVION", escrito e dirigido por Joseph Kosinski e lançado pela Universal em 2013, que me fez lembrar o porquê eu adoro tanto esse gênero e colocou meu pensamento sobre comunicação com extraterrestres em outro patamar.


O ano é 2077 e o planeta terra foi destruído durante uma guerra entre os humanos e uma raça alienígena conhecida como Saqueadores. Durante o confronto, os invasores destruíram a lua, iniciando uma série de terremotos e tsunamis, causando destruição e bilhares de mortes, em respostas a raça humana utilizou então seu arsenal nuclear para vencer a guerra o que deixou o planeta inabitável, forçando a humanidade a construir a "Tet", uma estação espacial que, mais tarde, passou a servir de posto intermediário entre nosso planeta e Titã, a Lua de Saturno que se tornou o novo lar da raça humana, no entanto, para que a missão de Titã tivesse total sucesso, alguns humanos foram enviados à terra, encarregados de ajudar a fornecer recursos naturais essenciais a vida nas novas instalações, entre eles Jack Harper (Cruise), um técnico de drones, que trabalha na torre 49 junto com sua amante e oficial de comunicações Vika Olsen (Andrea Riseborough).

Tanto Jack como Vika, tiveram suas memórias removidas para não comprometerem sua missão na terra e passam todos os dias cumprindo suas obrigações de reparo de drones e vigilância das torres de drenagem de água e segurança do perímetro. No entanto, Jack , não se conforma com a ideia de ter de deixar o planeta e, somado a isso, começa a sonhar repetidamente com uma mulher e ter flashs de memórias de um tempo antes da guerra, mais de cinquenta anos antes dele mesmo nascer e essa confusão em sua mente vai crescendo conforme ele sofre a tentativa de captura dos remanescentes dos saqueadores e se agrava quando, após encontrar um sinal sendo enviado para fora do planeta e se depara com os destroços da Nave Odisseia, onde ele vem a encontrar exatamente a mulher com quem vinha sonhando (Olga Kurylenko) e que, mais tarde, lhe conta que era parte de uma missão secreta e que poderá revelar qualquer coisa só depois de estar der posse da caixa preta de sua nave, e , é nessa ajuda a encontrar o item desejado pela misteriosa sobrevivente, que Harper acaba sendo capturado pelos saqueadores, que se revelam totalmente diferentes do que lhe tinha sido informado pelo comando da Tet e esse contato mais do que sua percepção, mudará para sempre a realidade onde Jack acreditava viver.


Vika
Cara! Depois que assisti esse filme me senti muito culpado, por te-lo ignorado na época do lançamento. A história é extremamente interessante e divertida, com reviravoltas que te pegam de surpresa e, o mais legal, é que todas essas surpresas e mudanças ocorrem apenas depois do meio do filme, o que gera um clima de suspense em tentar imaginar o que está acontecendo realmente no território da torre 49.

Quanto a atuação, não tem nada de mais, Tom Cruise faz o papel de Tom Cruise, atirando, correndo, sorrindo e correndo novamente, enquanto as atrizes, elas fazem o papel de mulheres que contracenam com o Tom Cruize (fora a Emily Blunt, que mostrou pra ele quem manda em "no limite do amanhã") , sem demérito, mas mesmo com os motivos da personagem de Andrea Riseborough e da importância da aparição da personagem de Olga Kurylenko, ambas são ofuscadas pela trama e pelo Gigantesco Plot Twist que o filme tem bem no meio e que, para seguir minha análise, vou ter de contar.


ALERTA DE SPOILER




É TUDO MENTIRA!!!! Não teve guerra nenhuma entre humanos e alienígenas, os humanos não venceram e foram para Titã e muito menos a Tet é uma estação espacial. A verdade é que a Tet é uma máquina consciente vinda ninguém sabe de onde e que tem como unica finalidade consumir (isso mesmo, como você aí que troca de telefone todo ano). A história verdadeira é que em 2017 a Nasa detectou esse objeto alienígena perto de Saturno e resolveu enviar um grupo de astronautas para verificação e contato (Aí é a parte forçada, pois se hoje não conseguimos mandar pessoas para Marte, imagina para saturno? E porque não mandaram uma sonda?) , dentre os oito enviados astronautas, estavam o comandante Jack Harper e a oficia Vika Olsen e a Dra. Julia ,que era esposa de Harper (bum minha cabeça explodiu!!) , chegando próximos a Tet, Harper e Vika decidem desacoplar o módulo onde Julia e o resto da tripulação hibernava e são levados para dentro da Tet, eles acabam sendo clonados aos milhões e a Tet, após destruir a nossa lua e causar as catástrofes naturais descritas acima, manda um exército de "Tom Cruises" invadir e finalizar o serviço de extermínio dos humanos. Após isso, a Tet cria as torres de vigilância e coloca um casal de Harpers e Vikas em cada um, mentindo que suas memórias foram apagadas, prometendo que um dia irão para Titã e dizendo que as zonas fora das linhas marcadas são radioativas, quando na verdade, essas zonas são os territórios das outras duplas de clones. Enquanto isso o módulo com a Dra Julia ficou vagando no espaço durante sessenta anos e só foi trazida de volta, graças ao sinal que os humanos remanescentes (aqueles que no inicio de filme acreditamos que são os alienígenas) enviaram.

Quando essa maluquice toda é revelada, o filme ganha ares de distopia total. Não existe mais esperança para o protagonista, que entende que nem mesmo os sentimentos que ele nutre pela personagem de Olga Kurylenko são reais, restando a ele o caminho desenhado pelo personagem de Morgan Freeman (que se apresenta como o líder dos sobreviventes humanos) e isso torna o arco final do filme bem pesado e ao mesmo tempo muito bacana.

Um dos Drones. Inspiração em Matrix
O filme apostou em alguns conceitos que lembram muito Matrix. A ideia de uma inteligência artificial que ilude e manipula humanos criados em laboratório para conseguir o que quer, o cara sábio que dá a pista para o protagonista encontrar a verdade (Morgan Freeman está até mesmo sentado na mesma posição que Lawrence Fishburne em Matrix quando faz isso) o fato desse inimigo estar quase que inatingível e possuir drones armados para caçar os sobreviventes, tudo lembra muito o filme das irmãs Wachowski, com uma pitadinha de como os clones deveriam se chocar por saberem que são cópias de outra pessoa que faltou em "A ilha" de Michael Bay.

No entanto, mesmo com esses conceitos que o filme pega emprestado, ele não perde sua qualidade, pelo contrário, ele usa tudo como uma homenagem e mantém sua ótima história e enredo como destaques e consegue prender o expectador atento a todas revelações que vão sendo feitas até o derradeiro embate entre o protagonista e a Tet.

A TET
A Tet, mesmo sendo apresentada como uma espécie de Matriz (de Matrix) mas atuando no plano físico, consegue ser uma ideia bem assustadora e marcante, lembrando em muito o Brainiac (inimigo do Superman) que é uma inteligência artificial alienígena, que racionalizou que o maior problema dos humanos são...os humanos e resolveu dar fim no problema; com a diferença que a Tet é egoísta e quer consumir os recursos da terra para se manter, como sua origem é desconhecida, pode-se pensar que ela foi criada por uma civilização muito avançada, se rebelou contra a mesma e a destruiu e partiu em busca de mais, algo que , embora longe de nossa realidade, pode ser pensado em um futuro humano, quem sabe?!

Claro que não vou contar o final do filme, mas o que posso dizer é que lembra em muito o final de "No limite do amanhã", também com Tom Cruise (sempre ele), mas em "Oblivion" temos uma mistura de redenção, tristeza , esperança e "WTF???". Mas pelo todo da produção, em especial por como a história é apresentada, gostei bastante do filme e espero que o ator continue emprestando sua carinha para produções de ficção científicas tão bacanas. Então aproveita que o filme está passando toda hora na TV a cabo e para para dar uma olhada, se você gosta ficção científica, garanto que vai se comunicar muito bem com o que a trama apresenta e que para mim foi outro nível em questão de contato e comunicação com alienígenas que o cinema vem apresentando ultimamente. Um filmaço, que por muito tempo, para coincidir com o título do próprio filme, eu tinha esquecido.







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