sexta-feira, 8 de agosto de 2014

QUATRO MOMENTOS NA TV E CINEMA PARA MATAR UMA INFÂNCIA


4 - O final da série “Alf, O Eteimoso”

Quem viveu nos anos oitenta lembra do Alf, o extraterrestre. Quando veio para o Brasil, o programa passava nas manhãs de domingo , perto do meio dia na rede globo, horário que, naquela época, era reservado as crianças. A série mostrava a vida de Alf, um alienígena, vindo do destruído planeta Melmac e suas aventuras no cotidiano de uma família humana que o encontrou e adotou. O programa era um sucesso, brinquedos foram lançados e teve até uma série animada mostrando a vida de Alf em seu planeta natal antes da destruição. No entanto o final da série é angustiante! E por sorte só assisti bem depois, quando eu já estava adulto, quando a série já estava passando na BAND; no último episódio, agentes do governo americano descobrem que a família esconde um extraterrestre em casa e o levam embora ,isso depois de uma triste despedida, o que para bom entendedor significa que ele foi levado para ser estudado por cientistas americanos ! Ou seja, em algum lugar na área 51 deve haver um pequeno corpo dissecado escrito “ o último Melmaquiano”.
Por favor galera...Não me entreguem para a CIA !!!

3 - O Final da série “Família Dinossauro”

A última série de domingo ao meio dia a passar na globo. Acompanhava o cotidiano de Dino, um dinossauro suburbano e seus familiares e amigos; como tudo que era novidade virou um sucesso, roupas eram estampadas com os personagens, brinquedos eram vendidos e as falas do programa eram repetidas à exaustão, quem daquela época nunca gritou: “Querida cheguei!” ao entrar em casa, ou ouviu um “Não é a mamãe” de um brincalhão? Até Claudinho e bochecha criaram uma dança imitando os movimentos do dinossauro Dino!! No entanto, depois de algum tempo no ar, a tecnologia que fez de Família Dinossauro um sucesso começou a ficar ultrapassada e os produtores tinham de dar fim a série, e, porque não dar o fim real dos dinossauros para uma série cômica infantil? Pois foi o que foi feito! Depois de acompanhar uma seqüência de erros do dinossauros com a natureza, conflitos e a explosão de vulcões a série termina com a família reunida em casa, olhando pela janela enquanto na rua vemos neve e fuligem caindo e plantas desfolhadas, sugerindo um inverno fruto das nuvens de poeira causadas pelos vulcões , ou seja, a família dinossauro morre de fomo isolada dentro de casa!! A imagem que me vem a cabeça ao lembrar desse episódio é de Baby, o membro mais novo da família, olhando para a cara da mãe e perguntando “O que vamos fazer?”(ou algo assim) e a mãe olhando silenciosa o vazio e depois o capitulo acabando com uma tela negra, enquanto os créditos passavam em silêncio. Sorte minha ter visto esse episódio só depois de adolescente, mesmo assim foi amargo.

Olá, vocês poderiam conseguir comida para nossa família... estamos com fome desde a pré-história !
2 - A Morte do Jiban

No final dos anos oitenta e inicio dos noventa, houve uma invasão de heróis japoneses no Brasil, um desses heróis era o “policial de aço Jiban” , uma resposta japonesa ao robocop, mas com bem menos violência e com o típico humor nipônico característico de todo tokusatsu. Jiban apresentava a história de Naoto Tamura, Policial do departamento de Tóquio, da Central City, que morre quando salva a vida do Dr. Igarashi e de Ayumi de um monstro do perverso Biolon. Tamuta é ressuscitado e reconstruído para se tornar o Policial de Aço Jiban e finge ser um policial atrapalhado para manter a identidade secreta(dados Wikipédia). Durante a série, o personagem sofre uma crise onde o vilão consegue encontrar seus pontos fracos, o que culmina com sua morte, no episódio onde isso acontece ele tem um braço decepado e, demonstrando dor e sofrimento , morrendo ao ser travessado por uma espada em seu coração. Lembro que fiquei atônito e ansioso, pois nunca havia visto um herói morrer, o que se estendeu até o final do episódio seguinte onde ele é ressuscitado pelas lágrimas de Ayumi, a neta de seu criador, um tapa na cara do moleque de dez anos que eu era!
Uma arma grande não adianta nada quando não se tem braço e coração!
1 - A Morte de Kaori (Akira)

O filme “Akira” , baseado no mangá homônimo de Katsuhiro Otomo, foi um dos principais responsáveis pela popularização dos Animes e Mangás no ocidente. A trama mostra a história de Kaneda, um membro de uma gangue de motoqueiros da nova Tóquio, que se vê dento de uma trama política após seu amigo Tetsuo sofrer um acidente provocado por um menino paranormal. O filme que é um marco na animação e considerado (por mim) uma das maiores obras cinematográficas japonesas já feitas, inspirou livros e filmes como “Matrix”, mas para mim, representou a morte da infância. Assisti ao mesmo em VHS quando tinha uns nove anos e a cena que me transformou na pessoa que eu sou hoje foi a morte de Kaori, a namorada de Tetsuo. Kaori , havia seguido Tetsuo até o estádio olímpico de tóquio, onde o memso havia descoberto que Akira estava morto e que não havia rivais para ele (Tetsuo desenvolvera poderes paranormais após o acidente) , é quando, ao entrar em confronto com o ex-amigo Kaneda, perde o controle e se transforma em uma massa de carne deformada, destruindo tudo a seu redor e esmagando Kaory no processo, lembro dos gritos do dublador de Tetsuo; “ Kaneda!! Kaneda!! Ajude a Kaori...Kaneda! .... eu matei a Kaori, eu a matei!”, aquela cena foi tão chocante para mim que tive de assistir novamente o final do filme mais tarde , porque não consegui prestar atenção em mais nada após os gritos de Tetsuo, foi ali que vi que desenhos, Hq's e livros carregavam mais do que diversão, traziam experiências, muitas delas, não muito agradáveis.

Kaori sendo esmagada pelo que, um dia, foi seu namorado


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