domingo, 12 de novembro de 2017

A MORTE TE DÁ PARABÉNS (2017)




       Ninguém quer viver na mesmice! É para fugir da rotina, que as pessoas mudam o corte de cabelo, pulam de paraquedas, viajam para lugares diferentes, experimentam novos sabores e fazem o que for preciso para ter em suas vidas a sensação de novidade sempre presente. Mas, se se sentir como estivesse trancado em uma rotina já é horrível, imagina ficar realmente preso para sempre no mesmo dia, e mais, ficar preso para sempre no PIOR dia de sua vida, a data de seu assassinato?! Pois essa é a trama central de “A morte te dá parabéns”, filme de fantasia /suspense/ terror dirigido por Chirstopher B. Landon ( “Como sobreviver a um ataque zumbi”), produzido pela blumhouse (a mesma de “Corra!”) e estrelado por ninguém muito importante, que me divertiu ao apresentar uma mistura de um dos temas que mais falei, com um dos que mais  fujo: loop temporal e terror.

   
A história é a seguinte, Tree é uma estudante universitária que tem sua simpatia, generosidade e empatia, inversamente proporcionais a sua popularidade, beleza e influência e, ela É muito bonita, popular e influente! Ou seja, Tree não é uma pessoa legal, e, todo esse amargor só cresce quando, após um porre na noite anterior, ela acorda, no dia de seu aniversário, totalmente desorientada na cama de um colega que mal conhece. Só que esse não será um aniversário comum, pois depois de sair do alojamento onde passou a noite e passar por mais um dia normal na universidade, trocando alfinetadas com a fútil líder de sua irmandade, desprezando os parabéns de sua melancólica colega de quarto, ridicularizando um ex-pretendente e visitando o trabalho de seu amante/ professor, Tree, ao sair para ir a mais uma noite de festa, se depara com uma estranha figura, trajando negro e uma máscara da mascote do time local e depois de uma perseguição ela é assassinada! Tudo poderia terminar para ela nesse exato momento, se sem entender nada, ela acordasse, novamente, na manhã de seu aniversário no quarto de seu colega para reviver o mesmo dia, restando a ela, depois de continuar, noite após noite, sendo assassinada de maneiras diferentes e voltando para manhã do mesmo dia, nada mais do que tentar entender o que está acontecendo e descobrir quem é seu assassino para assim quebrar o loop temporal.


     Achei a ideia do filme bem bacana! Misturar terror adolescente que remete a clássicos como “Pânico” e “Haloween” com um loop temporal que lembra  “feitiço do tempo”, “ARQ” e “No limite do amanhã”, consegue trazer algo novo para a tela, ao mesmo tempo que dá um frescor a ambos estilos já bem batidos, ganhando mais um aditivo  quando, após a protagonista aceitar seu destino, há um acréscimo de humor na trama e depois, uma pitada de drama, quando é descoberto que as múltiplas mortes de tree custam um preço alto para ela; sem contar que, no decorrer da história, quando a protagonista percebe que não é alguém de quem sua mãe poderia se orgulhar, acabamos nos rendendo a seu carisma e torcendo por ela.

      No entanto, apesar de sua boa ideia e de ser bem divertido, o filme perde um pouco do que poderia entregar por causa de sua montagem e escolhas de roteiro. O principal erro a meu ver, é a introdução de um assassino em série, famoso dentro do universo do filme, que surge para distrair a atenção da protagonista. Penso que nada teria de errado na presença do personagem na trama, caso ele  fossemos perfeitamente apresentado desde o início da história, no entanto, isso não acontece e , apenas prestando muita atenção em detalhes, como quando a TV do quarto da protagonista está ligado, ou quando ela está na lanchonete com Carter (o colega onde ela sempre acorda no quarto) é que vemos menções ao dito serial killer, o que não explica o fato de que ela tenha certeza de que é ele que está a matando dia após dia, a não ser que exista ainda um erro de montagem no filme e esse para mim é o segundo grande erro.

    Assistindo ao filme pela segunda vez (sim, eu estava com tempo) se percebe que ao apresentar fotos das vítimas do dito assassino, todas são loiras e bem parecidas com a protagonista, em especial uma que lembra a mãe de Tree, que aparece em flashbacks. Ou seja, pode-se entender que a mãe da protagonista foi morta pelo assassino e que, como é seu aniversário, e como ela diz, fazer aniversário no mesmo dia da mãe e o assassino estar na cidade, talvez, isso tenha algo a ver, mas parece que a montagem vacilou e  absolutamente nada em relação ao assassino, suas vítimas e porque ela acredita que ele é o responsável por tudo que está acontecendo à ela, é explicado.


     Então, sem querer me repetir, se você estiver a fim de matar um pouco da saudade dos filmes de terror dos anos oitenta e noventa, mas ao mesmo tempo quer algo que apresente uma coisa nova e fora da caixa mas sem ter a obrigação de pensar muito, assista a “A morte te dá parabéns” um filme que mesmo sendo meio repetitivo em si, com certeza não vai te prender na maior das mesmices. 



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