quinta-feira, 14 de julho de 2016

RIVER (série 2015)

Feliz e triste, empolgado e deprê. Essa mistura estranha foi o que senti quando acabei de assistir “River”, uma produção da BBC, estrelada pelo ator sueco Stellan Skargard, criada e escrita por Abi Morgan e dirigida por Richard Laxton, que comecei a assistir sem pretensão nenhuma na Netflix e que me ganhou nos primeiros quinze minutos do episódio piloto.

"River” conta a história de John River (Skargard), um detetive de Londres que lutará para solucionar o assassinato de sua parceira Jakie Stevenson (Nicola Walker), mesmo afastado do caso devido a seu envolvimento pessoal e assombrado pelo fantasma da amiga morta. Essa investigação o levará aos poucos a enfrentar seus problemas pessoais e questionar sua sanidade, colocando sua carreira em risco e o confrontando com verdades esmagadoras.



Conhecia a série seguindo as ótimas dicas do podcast Mamilos e, como citei acima, comecei a assistir sem nenhuma pretensão, mas em menos da metade do primeiro episódio eu já estava rendido ao que a trama me mostrava, começando pela atuação brilhante de Stellan Skargard. O ator sueco está muito bem na produção, transmitindo seriedade, medo, fragilidade, fúria e dúvida; e o mais bacana é que muito do que ele passa para o espectador não é expresso por palavras, mas através do olhar ou de seus movimentos e até de sorrisos; confesso que sempre que ele tinha um dialogo eventual com a “fantasma” de sua colega que terminava em uma boa risada eu os seguia e me via rindo feito bobo na frente do computador.

Essa química entre o protagonista e sua parceira e a atuação de Nicola Walker como a falecida, mas sempre presente Jakie Stevenson foram outros pontos fortes da série. Nicola parece iluminar o ambiente quando sempre que presente, munida apenas de seu sorriso largo, grande olhos verdes e muito bom humor; confesso que foi a cena onde ela provoca o protagonista no episódio piloto cantando o clássico de Tina Charles “I love to love”, que me cativou para ver a série toda em uma maratona.

Além das atuações, a série ainda tem a maravilhosa trilha sonora que traz uma mistura de nostalgia e empolgação utilizando pontualmente hits da era disco como a já citada “I love to love” e clássicos da soul music como “Sunny” cantada por Bobby Hebb. Temos também a apresentação de uma sociedade londrina moderna e representativa, onde a capitã da polícia é uma mulher forte, porém com problemas com seus filhos e marido, mas sem perder sua feminilidade; o novo parceiro de River, Ira King é filho de imigrantes do oriente médio e toda trama de fundo toca no assunto de imigração e busca por condições melhores de vida, o que achei que deu um ar de realidade moderna a série.

Sobre a história, não vou revelar nada sobre a trama central da série, pois se eu contar tudo se perde, mas posso dizer que as revelações finais sobre o que levou a detetive Stevenson à morte são esmagadoras e a identidade do assassino e o motivo dá um amargo na boca. Mas durante as investigações da morte de sua parceira, River ainda segue trabalhando e resolvendo casos paralelos e estes são bem bacanas, como o suposto assassinato de uma menina por seu namorado e a tentativa de suicídio de um empreiteiro no local de trabalho. Junto a isso ainda temos as reveladoras sessões de análise que o protagonista é forçado a comparecer e que vão nos apresentando o perfil do personagem, sua origem e crenças sem que seja necessário algum artifício como narração em off ou explicação pelos olhos de uma terceira pessoa, o que é revelador para saber o porquê do personagem ser do jeito que é, principalmente nos episódios finais.


River é uma excelente série e está ali na Netflix a pleno alcance dos dedos e fechadinha em apenas seis episódios. Me proporcionou muitas horas de diversão, suprindo minha carência de Game of thrones e me tornou fã do ator Stellan Skargard. Brilhante em roteiro, embora não seja inovador; policial investigativa que prioriza a inteligência dos personagens em relação a violência e apresenta uma visão cosmopolita e realista da sociedade. Torço para que mais dessas produções cheguem até nós, mas enquanto não chegam, vou ficar por aqui curtindo esse mix de sentimentos que a série me proporcionou e cantando “I love to love”.

3 comentários:

  1. Acabei de assistir a série e como você falou, me rendi a assisti-lá a partir do momento que entrou a música da Tina Charles, aí vem toda uma preparação para a trama, o último episódio, excelente final, deu saudade.... e como não dá... começa e termina com excelentes atuações, ótima série.

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    1. Não vou mentir pra ti Gessé, O clica que surgiu no episódio piloto, com a parceira do River cantando e dançando " I love to Love", foi o que me prendeu na trama até o final para saber o que acontecia com os personagens.

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  2. Acabei de assistir a série e como você falou, me rendi a assisti-lá a partir do momento que entrou a música da Tina Charles, aí vem toda uma preparação para a trama, o último episódio, excelente final, deu saudade.... e como não dá... começa e termina com excelentes atuações, ótima série.

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