Feliz e triste, empolgado
e deprê. Essa mistura
estranha foi o que senti quando acabei de assistir “River”, uma
produção da BBC, estrelada pelo ator sueco Stellan Skargard, criada
e escrita por Abi Morgan e dirigida por Richard Laxton, que comecei a
assistir sem pretensão nenhuma na Netflix e que me ganhou nos
primeiros quinze minutos do episódio piloto.
"River” conta a história
de John River (Skargard), um detetive de Londres que lutará para
solucionar o assassinato de sua parceira Jakie Stevenson (Nicola
Walker), mesmo afastado do caso devido a seu envolvimento pessoal e
assombrado pelo fantasma da amiga morta. Essa investigação o levará
aos poucos a enfrentar seus problemas pessoais e questionar sua
sanidade, colocando sua carreira em risco e o confrontando com
verdades esmagadoras.
Conhecia a série seguindo as
ótimas dicas do podcast Mamilos e, como citei acima, comecei a
assistir sem nenhuma pretensão, mas em menos da metade do primeiro
episódio eu já estava rendido ao que a trama me mostrava, começando
pela atuação brilhante de Stellan Skargard. O ator sueco está
muito bem na produção, transmitindo seriedade, medo, fragilidade,
fúria e dúvida; e o mais bacana é que muito do que ele passa para
o espectador não é expresso por palavras, mas através do olhar ou
de seus movimentos e até de sorrisos; confesso que sempre que ele
tinha um dialogo eventual com a “fantasma” de sua colega que
terminava em uma boa risada eu os seguia e me via rindo feito bobo na
frente do computador.
Essa química entre o
protagonista e sua parceira e a atuação de Nicola Walker como a
falecida, mas sempre presente Jakie Stevenson foram outros pontos
fortes da série. Nicola parece iluminar o ambiente quando sempre que
presente, munida apenas de seu sorriso largo, grande olhos verdes e
muito bom humor; confesso que foi a cena onde ela provoca o
protagonista no episódio piloto cantando o clássico de Tina Charles
“I love to love”, que me cativou para ver a série toda em uma
maratona.
Além das atuações, a série
ainda tem a maravilhosa trilha sonora que traz uma mistura de
nostalgia e empolgação utilizando pontualmente hits da era disco
como a já citada “I love to love” e clássicos da soul music
como “Sunny” cantada por Bobby Hebb. Temos também a apresentação
de uma sociedade londrina moderna e representativa, onde a capitã da
polícia é uma mulher forte, porém com problemas com seus filhos e
marido, mas sem perder sua feminilidade; o novo parceiro de River,
Ira King é filho de imigrantes do oriente médio e toda trama de
fundo toca no assunto de imigração e busca por condições melhores
de vida, o que achei que deu um ar de realidade moderna a série.
Sobre a história, não vou
revelar nada sobre a trama central da série, pois se eu contar tudo
se perde, mas posso dizer que as revelações finais sobre o que
levou a detetive Stevenson à morte são esmagadoras e a identidade
do assassino e o motivo dá um amargo na boca. Mas durante as
investigações da morte de sua parceira, River ainda segue
trabalhando e resolvendo casos paralelos e estes são bem bacanas,
como o suposto assassinato de uma menina por seu namorado e a
tentativa de suicídio de um empreiteiro no local de trabalho. Junto
a isso ainda temos as reveladoras sessões de análise que o
protagonista é forçado a comparecer e que vão nos apresentando o
perfil do personagem, sua origem e crenças sem que seja necessário
algum artifício como narração em off ou explicação pelos olhos
de uma terceira pessoa, o que é revelador para saber o porquê do
personagem ser do jeito que é, principalmente nos episódios finais.
River é uma excelente série
e está ali na Netflix a pleno alcance dos dedos e fechadinha em
apenas seis episódios. Me proporcionou muitas horas de diversão,
suprindo minha carência de Game of thrones e me tornou fã do ator
Stellan Skargard. Brilhante em roteiro, embora não seja inovador;
policial investigativa que prioriza a inteligência dos personagens
em relação a violência e apresenta uma visão cosmopolita e
realista da sociedade. Torço para que mais dessas produções
cheguem até nós, mas enquanto não chegam, vou ficar por aqui
curtindo esse mix de sentimentos que a série me proporcionou e
cantando “I love to love”.
Acabei de assistir a série e como você falou, me rendi a assisti-lá a partir do momento que entrou a música da Tina Charles, aí vem toda uma preparação para a trama, o último episódio, excelente final, deu saudade.... e como não dá... começa e termina com excelentes atuações, ótima série.
ResponderExcluirNão vou mentir pra ti Gessé, O clica que surgiu no episódio piloto, com a parceira do River cantando e dançando " I love to Love", foi o que me prendeu na trama até o final para saber o que acontecia com os personagens.
ExcluirAcabei de assistir a série e como você falou, me rendi a assisti-lá a partir do momento que entrou a música da Tina Charles, aí vem toda uma preparação para a trama, o último episódio, excelente final, deu saudade.... e como não dá... começa e termina com excelentes atuações, ótima série.
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