quarta-feira, 30 de dezembro de 2015
segunda-feira, 28 de dezembro de 2015
domingo, 27 de dezembro de 2015
JESSICA JONES - A série
A DC tem muito a
aprender com a Marvel! Eu sei que digo isso a cada produção que a Marvel lança, mas fazer o quê?
É a mais pura verdade! E foi exatamente isso que eu pensei ao terminar de
assistir à “Jéssica Jones”, segunda produção conjunta entre a Netflix (essa
linda) e Marvel (esse monstro sagrado).
Idealizada por
Melissa Rosemberg e estrelada por Krysten Ritter, a série conta a história de
Jessica Jones (é mesmo?!), uma ex aspirante a super-heroína, dotada de força
sobre humana e capacidade de voo, ganhos em um acidente na adolescência, que
após um grande trauma torna-se detetive particular e acaba sendo assombrada
tanto pela culpa de seus erros, quanto pela uma psicopática figura do passado (uuUUUuuuu que meda).
Cara! Eu gostei
bastante da série, é claro que não teve o mesmo impacto em mim do que o
Demolidor, até porque o demolidor tinha sofrido uma humilhação terrível nas
mãos da fox e o resgate que a Netflix fez do personagem foi como uma virada aos
quarenta e cinco com um gol de letra do zagueiro reserva (inesperado ao
máximo), mas mesmo assim Jessica Jones me agradou bastante (foi um gol de
cabeça do camisa 10) . A começar pela representatividade, eu sei que ando
falando bastante sobre o assunto, mas é que eu acho importantíssima a ideia de
dar voz e vez a personagens que não sigam o mesmo padrão recorrente, do homem,
branco, hetero, ocidental, de trinta a quarenta anos e blá,blá,blá e nisso a
série acerta em cheio, a protagonista é uma mulher, e mulher de verdade, que
apesar de endurecida pela culpa e trauma não perde seu lado feminino e isso é
bem bacana, porque a série não apresenta Jéssica como um homem de saia, ou como
uma mulher perfeitinha, muito pelo contrário, há profundidade em sua
personalidade e isso vai pouco a pouco se revelando quando conhecemos sua
dependência pelo álcool, o trauma que carrega e que não a abandona e até seu
pavio curto e ironia.
Outro ponto
positivo são os personagens coadjuvantes. Começando pelo grande vilão da série,
Killgrave (a figura psicopática do passado), interpretado fodamente por David
Tennant, ele é o melhor vilão do universo Marvel até agora, fazendo o Rei do
crime parecer um menino chorão e Loki um playboy mimado. O cara é mau de
verdade e inconsequente como poucos, seu poder de manipular as pessoas e sua
personalidade doentia lhe torna omisso a culpa, fato que somado a seu carisma e
sangue frio o colocam no mesmo nível de um coringa do Heath
Ledger (sem falar no terno roxo), Luke Cage, que será o terceiro personagem a ganhar uma série da Netflix
também está muito bem representado por Mike Colter, o cara transmite carisma e
seriedade, ficou longe do Luke Cage mais zoeiro que eu lia nas velhas
revistinhas que a abril lançava por aqui nos meados dos anos oitenta, lembrando
sim o Luke do selo Marvel Max; o tempo todo o cara é um cavalheiro (mas com
aquele 1%) e o assunto que coloca o personagem no caminho de Jéssica é
totalmente orgânico e deixa pontas soltas para serem exploradas na série do
herói. Rachael Taylor, que interpreta Trish Walker , melhor amiga de Jéssica (que
nas HQ’s é a heroína “Felina” (quem sabe, heim netflix?)), Eka Darville, que
interpreta o drogado vizinho Malcolm, Wil Traval como Will Simpson (bazuca) e
Carrie-Anne Moss, no papel da advogada Jeri Hogarth fecham os destaques do
elenco, todos muito bem.
Aliás a presença
de bazuca, faz um link direto com a série do Demolidor e uma possível “queda de
Murdock”; do mesmo modo que deixa claro, junto com os traumas causados por
Killgrave à protagonista que o tema central da série é o abuso. Frases
recorrentes como “Tenho medo de encontra-lo na rua”, ou “Eu não era eu
mesma...” dão o tom a série que o grande trauma de Jéssica (transformado em
alegoria) foi um relacionamento abusivo
e isso se comprova quando surge o personagem
Will Simpson e este vem a se envolver com Trish Walker. No inicio do
relacionamento Will se porta como um bem intencionado e arrependido sujeito,
mas conforme a série avança vemos se tornar em um sujeito possessivo e
violento, o que remete aos traumas da protagonista e quebra a empatia que temos
pelo personagem a principio. Situação muito bem apresentada e explorada desde o
primeiro episódio.
Mas o que eu
realmente mais gostei da série, tenho que reafirmar, foi a protagonista.
Estávamos com falta de uma personagem feminina forte e não sexualizada, mas não
masculina; alguém em três dimensões, com problemas e relacionamentos críveis (
que se alternam entre cos e confusão e momentos de verdadeira cumplicidade). Dou
grande crédito ao que a personagem transmite à escolha acertada de Krysten
Ritter no papel de Jessica Jones, não que eu seja fã da atriz, na verdade só a
vi em “Breaking Bad” e não me passava muita naturalidade, o que me fez ter um
pouco de medo do que esperar dela na série, por sorte aquele cara nada
simpática e olhos que parecem querer saber o que a outra pessoa está pensando
combinaram com o papel e ela me convenceu.
A independência
da personagem (embora existam pessoas que a cerquem) é muito bacana, e É isso
que a DC deve aprender com a Marvel!! Existem problemas sérios acontecendo, mas
não é necessária uma equipe de cientistas, hakers e sidekicks para dar apoio,
como vemos em Arrow, Flash e supergirl (sempre a mesma coisa DC??), Jéssica tem
seus problemas, seus poderes e seus métodos e isso já é mais do que o
suficiente, além disso, como toda série de sucesso, o ser humano e seus
problemas são o que movem tudo e o “super-herói” é colocado em segundo plano
isso dá um ar de realismo fantástico à série e causa empatia em quem assiste,
um grande acerto da Marvel herdado do Homem-Aranha do Sam Raimi.
xxx
xxx
Outro ponto que
a DC tem que aprender com a Marvel, é a utilização de personagens mais obscuros
nas suas produções. Não sei quanto a vocês, mas eu não aguento mais produções
com o Batman, Superman e Flash (e seu universo), a DC tem dezenas de bons
personagens, como Hitman, Starman, a liga da Justiça sombria entre outros, mas
parece presa a seus personagens mais icônicos, como os citados acima e quando
tenta utilizar algum que foge de sua constelação central, temos produções
capengas ou ignoradas, parece que a DC/Warner tem medo de jogar com cartas
menores e fugir de sua fórmula de séries.
Adicionar legenda |
O que parece
motivo para a DC tremer parece ser o segredo do sucesso de “Jéssica Jones”. Assim
como em “Os guardiões da Galáxia” o grande segredo da série foi o fato de o
personagem ser muito pouco conhecido, o que favoreceu que os roteiristas não
ficassem restritos demais a personalidade do personagem dos HQ’s e essa
liberdade favoreceu a série, algo que seria pouco aceito em relação a um
Wolverine ou Capitão América e que eu espero que a DC imite em seu “Esquadrão
Suicida”.
Pois bem, gostei
bastante da série “Jessica Jones”, embora eu sinta algumas pequenas quebras de
ritmo durante a série, mas isso influencia muito pouco na trama, a qual eu
achei bem concisa e me fez querer assistir ao próximo episódio assim que o que
estava assistindo terminava e torcer por uma nova temporada. Grande trabalho de
Melissa Rosemberg e de atuações primorosas como a de Krysten Ritter e David Tennant,
mais um acerto da Netflix/Marvel que nos faz contar os dias pelas estreias de “Luke
Cage” e “Punho de Ferro”. Uma grande
dica de diversão para quem tiver um tempinho para dar chance a uma série bem
bacana e fora dos estereótipos e arquétipos tradicionais e uma grande aula de
utilização de personagens obscuros a nossa querida DC comics.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2015
STAR WARS VII: O despertar da força (2015)
Felicidade
! Foi esse sentimento que o episódio VII de Star Wars despertou em
mim. Tudo o que eu queria estava ali naquelas duas horas e quinze
minutos de filme; personagens carismáticos, uma trama pertinente e princialmente, muito respeito a série clássica, mas sem por isso
encher o filme de referências, fato que faz o filme se sustentar
sozinho, isca perfeita para quem queria ver o filme mas não havia
assistido os anteriores. Saí emocionado do cinema e contando os dias
para assistir aos próximos episódios.
Minha
felicidade foi tão grande que não quis escrever nada logo em
seguida, preferi deixar a empolgação baixar e depois ir analisando
os pontos fortes e fracos do filme para poder traçar uma opinião
mais sensata, mas como já se passaram três dias e eu continuo
empolgado e remoendo na minha cabeça as cenas marcantes, resolvi
escrever assim mesmo. Vamos então falar de Star Wars VII: O despertar
da Força.
Dirigido
por J.J Abrams, que também assina o roteiro junto com Lawrence
Kasdan, o filme se passa trinta anos após os eventos de "O
retorno de Jedi", onde o império galático é derrotado pela
aliança rebelde e o imperador Palpatine morto. Nessa nova história
somos apresentados a Rey, uma misteriosa catadora de sucata moradora
do planeta Jakku, a Poe Dameron, o melhor piloto da ,agora chamada,
resistência e a Finn, um desertor dos Stormtroopers, criado desde
bebê para servir aos ideais da misteriosa primeira ordem, um grupo
poderoso que busca derrubar novamente a república e instaurar uma
nova ditadura baseada nas ideias de seu misterioso líder chamado
apenas de Smoke, que tem como aprendiz e braço direito, o misterioso
Kylo Ren.
Dessa
vez não vou dar Spoliers, o filme é tão bacana que, mesmo
empolgado, não quero estragar a sensação de assisti-lo sem saber
nada. Como já disse vou listar algumas coisas que achei positivas as
poucas que não achei grande coisa, mas que mesmo assim não
atrapalham em nada o filme.
Tudo
que há de bom
Com
certeza o grande ponto positivo do filme (como de todo bom filme, a
propósito!) são os personagens. J.J Abrams consegue nos entregar
personagens centrais muito bem construídos e matar a nossa saudade
da personalidade dos personagens da trilogia clássica. Através dos
olhos desses novos personagens, dois em especial (Finn & Rey)
somos apresentados a situação atual da galáxia e a relação e
decisões de ambos são o que movem a história. Rey é uma solitária
catadora de sucata em Jakku, um planeta inóspito, é ela o grande
enigma da trama ( quem é Rey?), lutando pela sobrevivência desde
menina, a vida dura não tirou dela a vontade de fazer a coisa certa,
o que a leva ao encontro de seu destino junto à resistência. Finn
por sua vez é o olhar de quem desperta de uma realidade que percebe
não ser a certa e que, mesmo repleto de medo, não se acovarda, suas
tiradas cômicas são muito legais, dando um alívio cômico a
situação sem tornar o personagem em alívio cômico, o que faz
acreditar nele quando a situação pede.
Além
de tudo, Rey e Finn tem um papel muito importante dentro dessa nova
saga, que é a representatividade. Desde que o roteiro foi
parcialmente divulgado surgiram protestos por parte dos fãs (poucas
graças a força) que criticavam o fato de os novos protagonistas
serem um homem negro e mulher, presentas representativas que eram
quase nulas nos filmes anteriores e que dessa vez chamam a atenção
sem interferir em nada na trama, na verdade apenas a enriquecem pois
segue o espirito da história que diz que todos e qualquer um podem
fazer a diferença, é o que acontece no episódio IV, quando um
fazendeiro se torna o herói da galáxia, e isso me tornou muito mais
fã da saga e deu um tapa na cara de quem acha que é dono da bola. A
história de vida desses personagens também é importante, J.J faz
algo maravilhoso ao dar rosto a figuras esquecidas ao longo da série,
como quem vive em planetas pouco envolvidos com a trama central e dar
voz a personagens tidos como descartáveis, como os Stormtroopers,
isso dá uma nova perspectiva e gás à história.
A
amizade e a química entre os personagens é algo muito legal e que
também remete a trilogia clássica, onde todos os vínculos parecem
acontecer de forma muito rápidas e espontâneas, mas que nem por
isso pareçam artificiais. Isso me parecia meio forçado na trilogia
clássica, ma o diretor conseguiu transformar os motivos em algo tão
orgânico e natural, que até a amizade de Luke, han e Léia, na
trilogia clássica, tornaram-se mais naturais para mim; Vivem-se
momentos de guerra, na verdade todos esses novos personagens nasceram
em meio à guerra e quando se encontram sendo vistos como pessoas e
sendo bem quistos pelos outros, suas relações tendem a se tornar
fortes e verdadeiras, tanto que nos sentimos felizes com seus
reencontros e compartilhamos de seus medos quando se separam, é
muito bacana!
A
ação no filme é algo extasiante. Embora seja um filme que
apresenta personagens e elementos novos, é uma continuação, então
o ambiente de guerra já está estabelecido e somos jogados em cenas
de ação fantástica de batalhas aéreas e de campo, sem contar o
corpo a corpo com sabres de luz (muito foda!). Com habilidade, o
roteiro faz um mix dos três episódios anteriores, com a
apresentação da lenda Jedi, a seita Ren (que seguem os conceitos
dos antigos Sith),uma revelação familiar, a ameaça de uma arma
definitiva e as batalhas aéreas entre Tie-figthers e X-Wings; é pra
prender um cara na cadeira!
O
Pouco que me incomodou (mas me incomodou muito pouco)
Uma
das coisas que me incomodou foi o status dos personagens clássicos.
Fora Luke que se tornou um mestre Jedi e que carrega um fardo mais
amargo do que de seu mestre Obi-wan ( desculpa o spolier, mas ele
quase não aparece no filme) , Léia, Han e Shewbacca estão
exatamente onde começam no episódio IV, fora o título de Léia,
que não é mais princesa, seu propósito e ações tem o mesmo foco,
a derrota de um inimigo sinistro e a restauração da república; Han
Solo e Shewbacca novamente são contrabandistas e, embora carreguem o
peso de ter pertencido a aliança rebelde, se aventuram no espaço
buscando não se vincularem a nada, mas tal como no episódio IV
recebem um chamado da situação para agirem e isso define seus
destinos. Eu entendo que a trama diz que tudo é um ciclo, mas a
situação desses personagens clássicos poderia ser um pouco
diferente, de forma a mostrar uma evolução tanto deles quanto do
universo onde estão inseridos. Outra coisa que espero que seja
explicado nos filmes posteriores é a o surgimento da primeira ordem
e dos Ren, isso é bom e ruim ao mesmo tempo. O bom é que torna mais
perto da realidade a situação da derrota do império, óbvio que
nem todo mundo ficou feliz com a queda do império galático e forças
beneficiadas por vinte anos de ditadura, viriam a convergir para
buscar estabelecer a ordem que lhes era mais conveniente, mas como
que a república deixou a primeira ordem criar um poder de destruição
e intervenção tão grande? Talvez se os rebeldes tivessem um
talento político mais apurado do que o militar tal situação não
ocorresse, mas isso ainda será explicado (assim espero!)
Outro
ponto que eu já havia falado no post "Tudo que eu não quero no
novo Star wars" eram os personagens pouco explorados, e isso
infelizmente continua. Quando soube da presença de Max Von Sydow e
Simon Pegg fiquei achei show, ambos são grandes atores, infelizmente
a presença de seus personagens é mínima. O Pegg ainda é
tranquilo, pois , assim como Daniel Craig, sua participação é
apenas para ter o prazer de estar no filme, o rosto deles nem
aparece, mas eu esperava mais de Max Von Sydow, por toda história e
presença que tem o ator, sem falar da capitã Phasma, que tinha até
um pequeno destaque nos trailers e que não dá um único tiro,
servindo apenas como muleta para uma cena dramática e outra cômica
de Finn, quase uma Bobba fet de saias. Mas assim como no caso da
primeira ordem, ainda se pode explorar a origem e o destino desses
personagens nos filmes posteriores e essa pequena lacuna não diminui
em nada o filme.
Cara,
que filmaço!! seria até ridículo eu indicar esse filme, pois ele é
auto indicável. Não é por menos que está quebrando todos os
recorde de arrecadação e acumulando críticas positivas e fãs por
onde é assistido. Um filme bonito e empolgante, que respeita a
trilogia clássica e não deleta a trilogia ruim (episódios 1,2 e
3), me colocou novamente no universo fantástico que havia me
conquistado quando eu tinha seis anos, dando ares de modernidade à
trama e abrangendo assuntos importantes da sociedade atual, como a
representatividade e oportunidade, um trabalho primoroso de roteiro,
direção e produção, que com certeza será mais um marco na
história do cinema. Que venham mais episódios .
Que
a força esteja com vocês !
quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
O XANGÔ DE BAKER STREET
Quando eu tinha dezenove anos
, trabalhei em uma loja de conveniências em um posto de combustível
no turno da noite. O serviço era mecânico e cansativo (como a
maioria dos empregos), passávamos das vinte duas horas à uma da
manhã atendendo o pessoal que ia ou vinha do trabalho ou a gurizada
que partia para a noite, depois, eu e mais dois colegas de turno, nos
dedicávamos até as seis e meia da manhã, ou a conversas longas
sobre futebol e clima, ou a assistir os filmes da TV, que como
naquele tempo o posto não possuía TV a cabo nos restringia à boa e
velha rede globo com seu corujão ou a falecida intercine.
Foi em uma dessas noites de
Cinema global que assisti ao filme "O Xango de Baker Street",
filme baseado no livro Homônimo de Jô Soares e dirigido por Miguel
Faria Jr e que me surpreendeu pela produção, diversão e
originalidade, tanto que marquei o livro para ser lido desde então
(quase quinze anos) e que agora, depois de ter casado, ter um filho,
plantado duas árvores, comprado um carro, construído uma casa e
terminado a faculdade consegui fazer tendo conseguido a mesma
sensação com o livro que o filme me causara na época.
O livro conta a história de
misteriosos assassinatos que ocorrem no Rio de Janeiro no final do
segundo império. Um assassino misterioso causa perplexidade na
polícia ao, sem causa aparente, matar e arrancar as orelhas de
mulheres durante a noite, deixando em seus pelos pubianos um corda
de violino. Ao mesmo tempo, O Violino Stradivarius da baronesa de
Avaré, que foi dado por Dom Pedro II é roubado e o imperador,
aconselhado por uma atriz Francesa de grande prestígio, resolve
pedir ajuda a um famoso detetive inglês chamado Sherlock Homes para
solucionar o misterioso roubo do instrumento. Os fatos que vão se
revelando cada vez mais ligados, colocando toda corte como suspeita e
apresentando a Holmes, juntamente com todos costumes e jeitinhos
brasileiros, um dos maiores desafios para seus dons dedutivos.
Cara, o Livro é muito bom!
Trás a agilidade de raciocínio e senso de humor de um Jô soares
livre das modernas amarras globais, seu estilo de escrita é leve e
convidativa (porta de entrada para quem gostaria de começar a ler),
sendo contrabalanceada por uma ambientação realista em um Rio de
Janeiro que sonha ser uma cidade européia, com todas contradições
e disparates que isso significa em uma cidade tropical.
elementar meu caro |
A história é repleta de
personagens históricos e o legal é que todos estão lá por um
motivo e não como parte do cenário, tanto que jô dá voz a todos
respeitando o que se conhece de suas personalidade e vida, no
entanto, dentre esses personagens ninguém fala tão alto como os
hábitos brasileiros. Tanto no livro quanto no filme (que teve o
roteiro escrito por Miguel Faria jr e Patrícia Melo) o grande
antagonista, fora o assassino, é o ambiente; o Brasil é retratado
até a nós brasileiros, como uma terra exótica, onde as pessoas
vestem-se com pesadas roupas no melhor estilo europeu em um calor
tropical, misturam a gastronomia européia à africana e estão
sempre dispostas a perder o amigo mas nunca a piada; é uma terra de
riso souto mesmo frente a morte mais terrível, onde o apadrinhamento
vale mais do que o talento, a bajulação reina e onde a aparência
vale mais do que a essência, uma sátira a sociedade brasileira que
parece não ter mudado nada.
Watson e Sherlock inventando a "caipirinha" |
Sherlock Homes e seu fiel
amigo Watson, caem de paraquedas nesse ambiente insólito se
esforçando o máximo, sem nunca conseguir por completo, entender os
costumes desse lugar onde foram jogados. Sobre isso, quem mais mais
transparece esse estarrecimento é o pobre doutor, que é a
personificação de uma ingenuidade inglesa na terra de malandros,
enquanto Sherlock fala um português lusitano fluente (pelo fato de
ter estudado sobre venenos com um "lisboeta" em Macau)
Watson, acompanha o amigo sem literalmente entender uma única
palavra, exposto apenas ao que os olhos lhe mostram; Sherlock, mesmo
fluente na língua de camões, é retratado como alguém de juízo e
deduções duvidáveis, fato amplificado pelo uso que faz dos
"cigarros índios de Cannabis" que lhe são apresentados
pela bela mulata Ana Candelária por quem se apaixona e pelas manias
que o detetive tem de ter opinião sobre tudo apenas dedutivamente ou
de se "disfarçar", como quando vai juntamente com o delegado
responsável pela investigação sobre os assassinatos em um manicômio
vestido de marinheiro, trajando além da farda, um nariz postiço,
gancho na mão e perna de pau , sendo que todos o conhecem dos
jornais(hilário). Confesso que a principio fiquei um pouco
contrafeito pela decisão do autor de colocar o maior detetive do
mundo (fora o Batman) como um abobado, mas com o passar dos capítulos
entendi que o ambiente é tão louco que nem o maior gênio da
investigação dedutiva poderia se sobre por à esses manicômio sem
muros que é o Brasil.
O mistério que gira em torno
do assassino e sua personalidade também é um ponto forte, assim como o clima que Jô Soares cria para narrar os assassinatos e a
descrição das mortes, me fez ter nossos sinistros por dois dias.
Desde o início do livro todos personagens são apresentados como
suspeitos, mas só vamos fazer o link entre as pistas e o assassino
ao final do livro e através do esclarecimento do próprio assassino,
e o legal é que as pistas deixam o assassino na nossa cara e só
percebemos bem depois, quando juntamos os detalhes mais corriqueiros
apresentados sobre o personagem que é o assassino e as passagens do
livro que falam dele aparentemente sem pretensão . O mais bacana da
história é, no epilogo, ainda trazer revelações sobre o
assassino e dando continuidade a sua história, que como em todo
bom romance histórico se mescla com o real.
Ana Candelária, a paixão tropical de Holmes |
O livro não perde nada para o
filme e vice-versa. Ambos são muito bacanas e merecem ser
celebrados. Infelizmente o brasileiro ainda carrega seus preconceitos
em menosprezar toda produção nacional de cinema e busca igualar os
livros brasileiros voltados para diversão com os grandes clássicos
de nossa língua; isso enquanto assiste transformers e lê 50 tons de
cinza (uma pena!), pois quando somos bons (mesmo colocando muito
humor na receita) somos bons de verdade.
O que posso dizer é que a
escrita ágil de Jô e seu humor negro despertou em mim uma vontade
de ler mais de suas obras. Com certeza vou buscar um tempo para ler o
"Assassinato na Academia brasileira de letras" e "As
esganadas" , que pelo que eu li seguem uma linha parecida. Deixo
a dica de "O Xango de Baker Street" Um livrão que por sua
crítica social leve, mas ácida, continua atual mesmo depois de
vinte anos de publicação, continua atual e, pela diversão que o
livro proporciona, sendo uma agradável leitura para quem quer
relaxar e uma porte de entrada ao mundo dos livros para quem começa
s se interessar por literatura e ficção.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2015
TUDO que eu NÃO quero no novo STAR WARS
Essa sim é uma nova esperança |
Houve um despertar!! Ontem, dia
17/12/15, estreou no Brasil STAR WARS VII e como grande fã não é
preciso dizer nada sobre minha expectativa para assistir ao filme. Da
minha parte eu só posso dizer que confio em J.J Abrams muito mais do
que em George Lucas (sem tirar o crédito destes) e infinitamente
mais na Disney do que na FOX (retirando totalmente o crédito da
segunda).
Me preparando para esse marco do
cinema (A força que nos ajude), fiz como muitos fãs e resolvi
assistir todos os seis filmes anteriores a fim de relembrar detalhes
e poder fazer um paralelo com esse novo episódio e também matar um
pouco a saudade dos personagens que marcaram a minha infância me
apresentando um universo de fantasia e ficção científica. No
entanto, assistindo a hexalogia muita coisa presente me causou um
desconforto, para não dizer frustração(é o problema de se ficar
velho), na grande maioria isso ocorre nos episódios 1,2 e 3, mas
também na a trilogia clássica, embora nessa última bem menos.
Então resolvi escrever um pouco sobre isso, que embora seja
irrelevante serve para listar tudo que eu NÃO
quero no novo filme.
Muitos efeitos especiais e
personagens desperdiçados
Quando assisti (e re assisti) ao
episódio 1: a ameaça fantasma, Achei o início bem bacana, com os
Jedi chegando e tentando um acordo “diplomático” com a federação
do comércio, embora a diferença na paleta de cores já causasse um
estranhamento, porque dava um ar fake ao ambiente, mas se releva
porque é um filme adolescente (viva com isso), no entanto, após uma
tentativa de acerto com os inimigos que se revelam, nossos queridos
cavaleiros Jedi vão parar em Nabu e lá conhecem o Gungan Jar Jar
Binks que NÃO TEM NENHUMA UTILIDADE NO FILME A NÃO SER, SER
IDIOTA!! desculpa o desabafo mas é verdade, o fato é que a presença
de Jar Jar não faz diferença e ele só está ali para provar aos
clientes em potencial das indústrias LIGHT & MAGIC o que se
consegue fazer com efeitos especiais; tudo bem o mundo gira por causa
do dinheiro, mas por que dar tanta importância para esse personagem
se vão abandoná-lo no filme posterior? Talvez por isso os fãs
odeiem Jar jar, por ele ser a personificação em CGI do que dá
errado na trilogia Nova, que é o uso de computação gráfica em
tudo e o desperdício de personagens.
terrivis |
O abuso de efeitos visuais dá o
primeiro tapa na cara de quem procura uma experiência parecida como
a que teve assistindo a trilogia clássica, o grande choque é que
não há efeitos práticos na trilogia nova e isso nos tira da
imersão da trama, parecendo nos mostrar o tempo todo que é só um
filme. Todo tempo somos bombardeados por cores vibrantes, naves
cromadas, milhares de robôs atirando seus lasers coloridos e
marchando em linha reta para a destruição (poxa um dróide deve
custar caro), eu sei que as cores eram para demonstrar um tempo mais
alegre quando a república mantinha a ordem, mas faz a gente
questionar se o sombrio império que a seguiu não era realmente um
lugar mais sóbrio para se viver. A batalha dos Gungans contra os
dróides em Nabu é outra parte irritante, são mais de quinze
minutos de CGI capenga que não acrescenta nada a não ser uma
tentativa falha de dar um ar de comédia a uma batalha que deveria
ter um tom dramático e isso sem usar nenhuma pessoa ou cenário real
o que datou o filme e o pior é que fatos como esse se repetem nos
episódios 2, Quando os Jedi (sem usar a força ou o cérebro) se
atiram no centro de uma arena cercada de Dróides se tornando alvos
fáceis e morrendo como moscas em um fundo verde irritante e no
episódio 3 através dos cenários de Luta entre Anakin e Obi Wan que
parecem de plástico.
Quanto ao desperdício dos personagens
podemos citar quatro, fora o próprio Jar jar, (que poderia ter um
porque estar ali a não ser grana para o dono da franquia), que
poderiam ser muito melhores aproveitados, dando mais profundidade a
toda a história. Começando pela Mãe de Anakin Skywaker, a Dona
Shmi. A mulher é uma escrava em tatooine, mas ninguém tenta saber
como ela se tornou escrava e o que a fez especial para os
“midiclorians” gerarem seu filho (que mancada midiclorians), ela
poderia ser apresentada como uma mulher forte que protege e inspira o
filho, mas ao invés disso se apresenta como alguém sem
personalidade e acomodada que a princípio é contra qualquer ambição
do filho de sair da escravidão e só se convence do contrário
quando um desconhecido Qui-gon jinn dá uma explicação furada a ela
e o pior é que, assim como Jar jar ela é abandonada, vindo a servir
de motivação para que Anakin começar a trilhar o caminho para o
lado negro no outro filme (só se ferrou).
O segundo personagem desperdiçado é
justamente Qui-gon Jinn. Mestre Jedi um tanto rebelde, que por ser
cabeça dura, resolve criar e treinar a criança que destruiria a
ordem Jedi a que ele era fiel e mataria seu principal Padawan, mas
erros acontecem, no entanto matar o personagem no episódio 1, sem
quase nenhum aprofundamento deixa um amargo na boca e faz questionar
se a “força” é grande mesmo na ordem Jedi. Lembro que quando
assisti ao filme a primeira vez pensei: “Não pode ser… ele só
deve estar ferido!” mas não, acabava ali a participação do
mestre de Obi Wan, de maneira semelhante a como o próprio Obi Wan
deixaria a série no episódio IV e o pior é que Quin-gon ainda foi
morto pelo terceiro personagem da lista dos desperdiçados Darth
Maul.
Darth Maul utilizado (p´-bum-tss) |
Quando a revista SET apresentou na sua
capa o novo vilão de Star Wars eu pirei. O cara era muito foda,
tinha uma cara que dava medo, olhos insanos e trazia um bastão de
energia; parecia um ninja vindo do inferno, fiquei empolgado para
vê-lo em ação, então quando partimos para o filme essa ação não
dura mais do que cinco minutos em uma coreografia duvidosa e de final
sem graça… poxa! Custava deixar o cara vivo por mais um filme e
matá-lo junto com Qui-gon de forma épica, tipo morrendo juntos
quando quin-gon salva o mundo? NÃO, na sua ânsia por apressar as
coisas George Lucas joga um personagem cheio de potencial no vaso sem
nem dar uma segunda olhadinha antes de apertar a descarga.
Bobo e gordo, o grande desperdício |
Para fechar a lista e falando em jogar
no vaso e dar descarga, penso que ninguém é mais unanimidade
quando se fala em desperdício do que no bom e velho Boba Fett . O
caçador de recompensas que surge na comitiva de Jaba, com todo seu
ar de fodão e persegue Han Solo até congelá-lo em carbonite, tem
uma “morte” ridícula servindo de lanche para o monstro Sarlacc.
Graças aos fãs e ao universo expandido o personagem ganhou
profundidade, personalidade e uma dezena de histórias não canônicas
e, de coração espero que as lendas se tornem reais e em breve um
filme com o personagem apareça pelos cinemas dessa galáxia.
Roteiro que se contra diz , clichês
e diálogos que não fazem sentido
Quando George Lucas escreveu Star Wars
eu DUVIDO que realmente ele tenha pensado a saga como seis filmes
começando pela origem de Anakin, mas se isso realmente é verdade e
ele só não começou do episódio um porque não havia tecnologia e
nem dinheiro para produzir o filme na época, foi a providência
divina que nos poupou essa tragédia. Imagina o mundo sem o maior
plot twist da história? Quantas piadas e situações divertidas
perderíamos se a famosa frase “Eu sou seu pai” já fosse sabido
desde o início? Esse fato ilustra que a trilogia nova é muito mais
um prequel do que o início de uma sequência e que como prequel não
pensado a princípio, traz falhas no roteiro que por vezes nos fazem
rir e por outras nos irritam.
Uma das grandes contradições no
roteiro são as lembranças de Obi-Wan (excluindo o fato
convencionado de que ele seja um grande mentiroso), o penúltimo Jedi
da velha geração não consegue se lembrar de nada! No império
contra-ataca ele diz que foi treinado por Yoda, no entanto, quem
assistiu a ameaça fantasma sabe que seu mestre era Qui-gon Jinn!
Poxa esqueceu do mestre? O cara morreu na tua frente e tu não faz
uma mínima menção a ele… que sacanagem! Outra coisa é quando o
R2D2 diz pertencer a ele e Obi-Wan diz que nunca teve um dróide, o
que é desmentido nos filmes da trilogia nova quando vemos ele
acompanhado por R2D2 desde o episódio 1 quando a nave onde é
tripulante chega a ser salva pelo robô e tem mais, ele mesmo tinha
um dróide pessoal em sua nave durante as guerras clônicas! Digo
mais, depois de deixar Anakin para morrer queimado e descobrir que
ele se tornara Vader, diz a Luke que o pai era um Jedi e que “pediu”
para entregar seu sabre de luz ao filho, sendo que nos filmes novos é
estabelecido que os Jedi não podem casar ou ter filhos e que o
Anakin jamais pensou em mandar sabre de luz nenhum a qualquer criança
… Resumindo: Ou Obi-Wan é mentiroso ou sofre de Alzheimer!
Outro fato é sobre R2D2 e Chewbacca.
No episódio 3 manda-se apagar a memória do Dróide de protocolo
(C3Po), mas ninguém fala para apagar a do R2D2 e conforme vimos nas
sequências existem pessoas que falam a língua dos dróides, então
porque o R2D2 não disse para o Luke e Léia (ou para o site EGO) que
eles eram irmãos? Queria ver uma pegação incestuosa? Ou dizer ao
Luke que o pai dele era o Darth Vader? Podia ser depois dele conhecer
o vilão e antes do vilão revelar… seria um trauma a menos pro
guri; isso sem falar na conversa entre ele e o Chewbacca que poderia
esclarecer muito a todos dentro da Millenium Falcon. Ainda sobre
esses personagens periféricos, uma coisa que me irrita neles é sua
imortalidade… os caras transitam por toda a saga e ainda estarão
nesse novo filme… não sei quanto vive um Wookie, mas se ele já
era adulto nas guerras clônicas e está vivo 30 anos depois no
despertar da força, eu imagino que ele tenha pelo menos 75 anos e se
tornou um guerreiro da melhor idade sem nenhum fiozinho de pelo
branco (beleza!), mas e os Dróides??? Cara a tecnologia voa, tem
gente que troca de celular todo ano… mas esses benditos dróides
seguem na ativa, sem atualizações aparentes por mais de 70 anos!!!
difícil de crer!
Sobre Clichês dentro da saga, eu
espero que no Despertar da força, ninguém tenha a mão decepada!
Sério cara!! quando eu vi o Darth Vader arrancar a mão do Luke no
império contra ataca (quando eu tinha uns 8 anos), aquilo me chocou
e me marcou pelo sofrimento e toda a revelação que se segue a cena
e isso deve ter acontecido da mesma foma com diversas pessoas, e o
Lucas marotão resolveu transformar em maneta todo mundo que ele teve
chance, isso já vemos no filme que se segue (o retorno de Jedi) onde
Luke arranca a mão do pai, mas aí naquelas de tornar tudo um ciclo
sem pé e nem cabeça, temos em “O ataque dos clones” Anakin
tendo a mão decepado pelo Conde Dooku e no episódio 3, no início,
temos Anakin cortando as duas mão de Dooku e no fim Obi-Wan cortando
braços e pernas de Anakin,(caramba o pessoal que faz próteses nessa
galáxia deve tá jogando dinheiro pra cima) Isso fica muito chato! É
o mesmo que o memorável grito de NÃÃÃÃOOOO desferido por Luke ao
descobrir que Vader é seu pai e que se repete , com Anakin, ao saber
que Padimé morreu, aí não dá né Lucas! Falando em
NÃÃÃÃOOO!!..Tenho medo que no novo filme um boato se comprove e
jogue tudo no lixo, o fato de que Kylo Ren (vilão do filme) e Rey (a
mocinha/guerreira) sejam irmãos...e gêmeos, tal qual Léia e Luke
aí quem vai gritar NÃÃÃOOO!!! sou eu!
Sobre Diálogos sem sentido eu não
vou me ater, basta assistir o “ataque dos clones” e “A vingança
dos Sith”...Pela Força, o que é isso?! Revejam toda a sequência
romântica de Anakin com Padimé no planeta natal da moça… é
terrível! Um exemplo (quando eles estão na Praia):
Anakin: “ Eu não gosto de areia”
Padimé: “ Por que?”
Anakin: “Ela entra em tudo, é
pegajosa, irritante...”
Padimé: “ humm!”
Em a “Vingança do Sith”, quando
Anakin leva Mace Windu para prender Palpatine e no confronto o futuro
imperador começa a jogar raiozinho e a gritar “PODER...PODER SEM
LIMITES...PODER...” (que raiva!) Fora a balaca do imperador para
forçar o Anakin a mudar de lado, a qual não convenceriam nem um
guri de 6 anos e as milhares de falas desnecessária onde uma
conversa de Bips e apitos do R2D2 com os urros do Cewbacca seriam
mais interessantes.
Nossa Ficou Gigante!! Mas embora
existam 4 páginas de mimimi da minha parte, posso dizer em minha
defesa que apenas um fã atento prestaria tanta atenção nesses
detalhes e se indignaria dessa forma e que se eu quisesse falar
coisas boas seria redundante com tudo que já escreveram e não
caberia em um livro de duzentas páginas.
Eu espero sinceramente que o filme
seja um marco na história do cinema e uma redenção pelo que foi
feito na trilogia “nova”, como já disse no início confio em J.J
Abrams e na Disney e quero contar para meu filho e netos que eu
assisti ao despertar da força nos cinemas para vê-los com inveja
(he-he). Vou me despedindo porque a força já despertou e há muito
trabalho a ser feito. Até a próxima !
E que a força esteja com você !
sábado, 3 de outubro de 2015
LISTA NEGRA (Black music old school)
A rede plim-plim estreou a série "lista negra", uma dessas séries meio CSI que ninguém se prende muito. Resolvi então lançar a minha lista negra, uma lista de Black music old school que sempre andam na minha cabeça.
1- How can you mend a broken Heart?(Al Green)
Um clássico do mestre Al Green e uma das poucas coisas boas presentes no filme "O livro de Eli" do Denzel Washington.
2- Let's Stay Together (Al Green)
Outro hino de Al Green , trilha que toca ao fundo da cena onde Marssellus Wallace diz a Butch coolidge que ele deve perder a luta no filme "Pulp Fiction".
3 - Across 110th street (Bobby Womack)
Minha música preferida do Bobby Womack e tema de abertura do filme "Jackie Brown" do Tarantino. Fala sobre as dificuldades de fugir do que o mundo te impõem e vencer na vida. Sonzeira!
4 - Trouble Man (Marvin Gaye)
Marvin Gaye em sua essência. Musica que fecha "Capitão América 2" , um dos melhores filmes da MARVEL estúdio até agora. "... há apenas três coisas com certeza: Impostos, mortes e problemas"
5 - Many Rivers to across (Jimmy Cliff)
Cara! Quando o episódio 10 da primeira temporada do "Demolidor" começa com o enterro do Ben Urich e toca "Many Rivers to across", o arrepio que se sente é a comprovação de que você é humano. Uma música que se soma a "Across 110 th Street" no que tange as dificuldades da vida. Mágico!!
bonus track (porque eu gosto!)
*Al Green - A lover's Hideway
** Otis Redding - The dock of the bay
***Otis Redding - Higher and higher
Minha dica?? Procurem mais sobre os indivíduos na lista, eles merecem muito a atenção de todos!
1- How can you mend a broken Heart?(Al Green)
Um clássico do mestre Al Green e uma das poucas coisas boas presentes no filme "O livro de Eli" do Denzel Washington.
2- Let's Stay Together (Al Green)
Outro hino de Al Green , trilha que toca ao fundo da cena onde Marssellus Wallace diz a Butch coolidge que ele deve perder a luta no filme "Pulp Fiction".
3 - Across 110th street (Bobby Womack)
Minha música preferida do Bobby Womack e tema de abertura do filme "Jackie Brown" do Tarantino. Fala sobre as dificuldades de fugir do que o mundo te impõem e vencer na vida. Sonzeira!
4 - Trouble Man (Marvin Gaye)
Marvin Gaye em sua essência. Musica que fecha "Capitão América 2" , um dos melhores filmes da MARVEL estúdio até agora. "... há apenas três coisas com certeza: Impostos, mortes e problemas"
5 - Many Rivers to across (Jimmy Cliff)
Cara! Quando o episódio 10 da primeira temporada do "Demolidor" começa com o enterro do Ben Urich e toca "Many Rivers to across", o arrepio que se sente é a comprovação de que você é humano. Uma música que se soma a "Across 110 th Street" no que tange as dificuldades da vida. Mágico!!
bonus track (porque eu gosto!)
*Al Green - A lover's Hideway
** Otis Redding - The dock of the bay
***Otis Redding - Higher and higher
Minha dica?? Procurem mais sobre os indivíduos na lista, eles merecem muito a atenção de todos!
quinta-feira, 24 de setembro de 2015
BLACK MIRROR - Mas que baita série !
O inicio
do século XXI nasciam as ferramentas que se desenvolveriam e
conectariam nos dias de hoje todo o planeta, aproximando quem está
longe, proporcionando conhecimento, mas não permitindo que nada mais
seja restrito e secreto. A cada minuto milhares e milhares de vídeos,
fotos e pensamentos são compartilhados em rede para que qualquer um
veja, tornando a vida de todos pública por menos que estes queiram e
criando um fenômeno de influência cíclica entre a vida real e
virtual cada vez mais forte. Pois jogando essa influência da
tecnologia na enésima potência e imaginando o que isso poderia
influenciar no cotidiano das pessoas, que nasceu “BLACK MIRROR”,
série criado por Charlie Brooker e transmitida pela emissora canal 4
da Inglaterra.
Black
Mirror estreou em 2011 na Inglaterra e conta até agora com duas
temporadas que somam sete episódios; o nome da série (espelho
negro) faz referência direta aos visores de computador, smartphones
e TV's tão presentes e influentes em nosso dia a dia; Seu formato
retoma o estilo de histórias curtas como “Além da imaginação”
e “contos da cripta”, onde cada episódio conta uma história
única , separadas no tempo e realidade das demais histórias
contadas nos outros episódios e sempre com um elenco e diretores
diferentes, como se fossem filmes de uma hora.
Descobri a série através do Anticast e resolvi conferir, e, para a
minha surpresa a série é muito boa. Não chegou a ser amor a
primeira vista, na verdade achei o episódio piloto meio fraco , não
que ele seja ruim, sua realização e ideia são muito legais, mas
por girar em torno de uma figura que é muito distante da minha
realidade ( o primeiro episódio tem por protagonista o primeiro
ministro inglês) não consegui a empatia necessária para me prender
na história, o que foi corrigido logo a seguir quando escolhi dois
episódios aleatórios (já que são histórias individuais) e
assisti o terceiro episódio da primeira temporada e o segundo da
segunda e fiquei embasbacado.
A
primeira coisa que me prendeu na série é o ótimo clima ficção
científica e o fato de não explicar nada, respeitando a
inteligência de quem assiste. As coisas vão acontecendo e se
explicando sem pressa, sem narrador em off ou aquelas conversas bobas
do tipo : “olha meu braço é biônico,pois graças aos avanços da
tecnologia do ano 2072...”; Não! Em Black Mirror o episódio
começa e caímos de paraquedas no universo que é apresentado sem
saber o que está acontecendo e para onde vamos e isso nos dias de
hoje, onde tudo é explicadinho, é ouro. Outro fato, e que tem
totalmente a ver com a boa ficção científica, é que a série
trata de pessoas, tendo todas situações decorrentes de problemas ou
de inovação tecnológica como pano de fundo que impulsionam a trama
e não como estrelas da série e isso torna tudo (ou quase tudo) que
ocorre em cada episódio muito crível e só posso dar exemplo disso
falando um pouco sobre os dois episódio que gostei mais.
Urso branco |
Reveja o que aconteceu |
Outro episódio que tem todo aquele gosto de ficção científica
bem escrita é o chamado “A história inteira de você”, dirigida
por Jesse Armstrong. Nesse episódio, que parece se situar a algumas
décadas no futuro, as pessoas possuem um implante atrás da orelha
que lhes dá acesso a um back up de memória automático que
possibilita rever suas memória recentes e distantes , com a
possibilidade de zoom, leitura labial e foco em detalhes, sendo
possível ver internamente (em sua própria mente) ou compartilhada (
aparecendo em TV's para que todas analisem) e também possui um
assistente automatizado que diz as condições mentais e físicas do
usuário, nessa realidade somos apresentados ao protagonista, um
advogado que volta de um trinamento e encontra sua esposa em uma
festa com os ex-colegas da faculdade e acaba desconfiando das
atitudes da esposa com um desses ex-colegas , surge aí uma busca
atras da verdade desse possível relacionamento em um mundo onde as
memórias podem ser vistas e a possibilidade de mentir é quase nula,
deixando a pergunta: “o que pode ser feito quando não se pode
mentir ou esquecer?”. Simplesmente fantástico!
Balck Mirror, foi para mim, o maior achado desses últimos tempos, ficção
científica sutil e de qualidade. A Netflix, que não é boba e nem
nada e vem crescendo no universo das séries, apresentando maravilhas
como “Demolidor” e “Narcos”, já mostrou interesse em
produzir mais temporadas da série e quem sabe ainda em 2016 nos
presenteie com novas histórias. Enquanto esses novos episódios não
saem, eu digo que vale muito a pena conferir os sete que estão ai
dando sopa nas internets da vida esse espelho negro nosso de cada
dia.
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
O SENHOR DAS MOSCAS (1963) - zerocult #2
Um
grupo de sobreviventes de um acidente aéreo se vê isolado em uma
ilha deserta tendo de lutar para sobreviver e na ausência de um
poder que monitore seus atos, o lado mais selvagem de suas
personalidades vai se mostrando, a razão vai sendo deixada de lado e
a força e a selvageria vão dominando o grupo. Não! Não estamos
falando de “Lost” , mas sim de um clássico de 1963 , “ O
senhor das moscas”, dirigido por Peter Brook e adaptado do livro
Homônimo de Willian Golding.
O filme
gira em torno da cisão entre esses sobreviventes em dois grupos, que
começa com a apresentação dos personagens da trama. De um lado
temos Ralph, que é escolhido como líder pelo voto dos sobreviventes
e com a ajuda de seu colega “Porquinho”, cria leis para manter a
ordem, como a obrigação de segurar uma concha para poder ter a
palavra em assembléia e organização de um grupo para manter uma
fogueira acesa para chamar a atenção de possíveis viajantes que
passem próximo a ilha e possam resgata-los, ele é comedido e
sensato e busca manter a sanidade e união do grupo; do outro lado
temos Jack, líder do coral,que é arrogante e confiante,e, que aos
poucos vai se destacando ao organizar os meninos do coro como
caçadores, se tornando responsável pela alimentação do bando e
dominando o grupo pela força. Além dos dois garotos que vão
liderar cada facção, o filme ainda aprofunda dois dos personagens,
ambos pertencentes ao grupo de Ralph, um deles é “porquinho”,
que como comentado anteriormente ajuda Ralph na organização das
regras da ilha e é a razão dentro da história, em nenhum momento
ele se deixa levar pela selvageria ou anarquia que vai dominando seus
colegas e sofre tanto por se manter fiel a seus valores, quanto por
não se enquadrar nos padrões ditados por quem vai dominando a
situação; o outro personagem é Simon, um dissidente do coral, que
nos é apresentado desmaiando logo no inicio, indicando a falta de
empatia pela “fraqueza” que os futuros caçadores já possuíam,
ele é o tímido que não reage mas não teme, ele é a coragem
discreta que paga o preço por ser diferente. Quanto ao grupo de
Jack, o diretor faz questão de mostra-los como selvagens ou animais,
tanto que quase não há falas destes, apenas gritos, momentos de
caçadas e danças, podendo-se dizer que o grupo de Jack representa o
caos mais primitivo da raça humana e que aflora sempre que não
existem amarras sociais.
Conforme os dias vão passando e as dificuldades aparecendo, o grupo
vai se polarizando e esse fato é intensificado com o possível
aparecimento de um monstro na ilha. A presença desse “monstro” é
fator determinante para a derrocada da razão na sociedade que se
forma, pois grande parte dos garotos parte para o lado de Jack por
entender que apenas os caçadores são capazes de protege-los e assim
o grupo de caçadores começa a desenvolver uma espécie de religião,
onde a cabeça de suas caças torna-se uma oferenda ao monstro em
troca de proteção. Dessa forma o poder chega as mãos de Jack
através de dois pilares: A força e a religião. Essa parte da
história é o ponto alto do que o autor parece querer mostrar com a
máxima “O homem é lobo do homem.”, quando a força e a religião
tomam o mesmo lado do poder, não há mas sensatez que possa chamar o
grupo de meninos à razão e nesse momento que temos as duas vozes
racionais do filme silenciadas , Simon e Porquinho, o primeiro por
poder desmascarar o que se passa por trás do monstro e o segundo por
confiar na razão de quem já havia sido dominado pela selvageria.
Porquinho e Ralph |
O quê
falar desse filme? É simplesmente um filmaço, feito em uma época em
que o cinema não tratava o espectador como um imbecil e livre do
politicamente correto. Há bulling com o coitado do Porquinho (até
mesmo por parte de Ralph), assassinato de crianças e selvageria. O
filme é um conto que ilustra um fato que sempre esteve presente em
todas as sociedades que é o domínio pela força, seja esta física,
religiosa ou psicológica, além de nos apresentar o processo de
quebra das convenções sociais e desobediência as regras mais
cristalizadas da sociedade nos momentos extremos e que se torna
único por fazer isso utilizando crianças, que teoricamente, seriam
as pessoas menos inclinadas para esse tipo de comportamento; além
disso ainda nos coloca para refletir sobre liderança e poder.
A
direção de Peter Brook tem aquele toque clássico do final dos
anos cinquenta, passando ao expectador uma tensão que
Jack e seus caçadores |
O filme
conta com cenas memoráveis, como o discurso de porquinho apelando
pelo retorno à razão dos colegas e os questionando sobre qual tipo
de líder eles prefeririam, um sensato ou um selvagem, o que lhe é
respondido de forma derradeira. Também quando um dos gêmeos mais
jovens conta como foi seu encontro com o “monstro” e quando
Ralph, vendo que seu poder de líder vai se diluindo, se recusa a
chamar os dissidentes para não deixar claro aos outros que o grupo
está se dividindo.
Como já
dito antes, é um filmaço que coloca varias questões para se
pensar. Tornou-se um clássico para mim em seus primeiros dez minutos
e merece ser visto por todos, principalmente em dias como os de hoje,
onde MAIS DO QUE NUNCA , o homem é o lobo do homem.
Quem quiser ver On-line, segue link
http://www.filmotecaonline.com.br/2015/01/o-senhor-das-moscas-lord-of-flies.html
Assinar:
Postagens (Atom)