Dia
dois de Outubro estreou no canal HBO, “Westworld”, série de
ficção científica escrita por Jonathan Nolan e produzida por J.J
Abrams, que já chegou metendo o pé na porta e mostrando a que veio,
com um piloto com um potencial gigantesco onde se destacou, além do
conceito de inteligência artificial, a brutalidade e Filosofia que
nos aguardam para essa temporada. No entanto, o que pouca gente sabe
é que a série é baseada em um filme lançado em 1973 pela Metro
Goldwyn Mayer, escrito e dirigido por Michael Crichton, o celebre
autor de “Jurassic Park” (esse cara era doido por um parque
temático) e estrelado por Yul Brynner, Richard Benjamim e James
Brolin.
"WestWorld"
conta a história de um parque multitemático feito para adultos,
onde as pessoas podem realizar seus sonhos e fantasias mais ferozes
em três cenários, a idade média européia, o Império romano e o
Oeste selvagem americano, todos povoados por robôs programados para
simularem como se estivessem realmente naqueles ambientes, tanto no
tocante a violência, quanto a sedução, com a vantagem que nenhum
humano pode ser machucado por uma máquina, apenas ser agradado e
tudo isso pela bagatela de mil dólares diários.
É
em um voo para o parque, que somos apresentados a Peter e John
(Benjamim e Brolin, respectivamente), dois turistas, que resolvem
sair da rotina e viver uma temporada de aventura no velho Oeste
americano, atirando em pistoleiros, bebendo em saloons e dormindo com
damas de vida fácil (por assim dizer), tudo vai como o planejado
durante grande parte de suas estadias, no entanto, pouco a pouco, um bugs vai tornando os robôs menos obedientes e amistosos, colocando
em risco, além do roteiro e encantamento do parque, a própria
segurança dos visitantes.
Assistindo
o filme com os olhos de 1973, o enxergo como, mais do que uma obra
divertida e imaginativa, mas, como uma produção inovadora. Para
começar temos um prólogo no filme, onde um apresentador quebra a
quarta parede e fala direto com o espectador, entrevistando pessoas
que voltaram do parque e fazendo um convite claro a quem tiver os mil dólares diários necessários para a estadia, lembrando muito o que
foi visto quinze anos depois, em Robocop. Outra coisa é o conceito
de lugar livre de amarras morais, onde quem paga, pode fazer o que
quiser, algo que foi uma das principal heranças para série da HBO,
junto com a questão de ego e o ato de ser dos robôs, que é
bastante rasa no filme e parece apenas circundar o robô vivido por
Yul
Brynner , dando a entender que o bugs os liberta, mas não modifica sua programação, algo que a série
irá trabalhar muito melhor, principalmente porque parece girar em
torno das escolhas e descobertas dos robôs e não exatamente do
temor humano.
A tecnologia dos anos setenta |
No
entanto, essa não possibilidade de fuga da programação, do mesmo
jeito que dá o motivo de ser do filme, que são robôs programados
para lutar e desafiar humanos, livres de suas limitações
programadas, contradiz a si mesma, quando alguns robôs que são
feitos para satisfazer sexualmente os humanos, resolvem executa-los
de forma convencional (tiros e facadas) ao invés de mata-los de
tanto fazer sexo, que seria muito mais alinhado com o que os definia
a principio.
Essa
primeira análise deixa claro que o filme possui alguns problemas de
roteiro, que embora não maculem o conceito central, deixam furos que
poderiam ser melhor trabalhados. O furo que mais me deixou encucado
é referente aos visitantes coadjuvantes, no caso um tiozão de
bigodes que vai para a parte de idade média do parque e o outro
tiozinho de óculos, que vira o xerife do parque; primeiro é
apresentado junto com os protagonistas, super empolgado e , depois de
ter um romance com a rainha na terra medieval, acaba sendo morto
pelo "cavaleiro negro" quando os robôs perdem o controle,
sem ao menos ter um contato mais pessoal com os protagonistas, ou sua
morte definir uma possibilidade de salvação para o grupo, sua
história se justifica como sendo a do cara que está lá para morrer
e nos mostrar que tudo deu errado. Pior ainda é o tiozinho de
óculos, que surge como um nerdão, sempre se mostra atrapalhado e
nem ao menos é visto se ele morre mesmo, sendo que as cenas onde ele
é mostrado poderiam ser economizadas para aprofundar muito mais na
questão do bug, ou no aprofundamento da história dos dois
protagonistas, mas não dá para julgar, pois é um filme que foi
escrito e lançado antes da ideia que temos hoje de inteligência
artificial e onde a ação, no cinema, era mais valorizada do que o dialogo e reflexão.
Meu nome não é Bale |
As
Atuações são bem legais até para os dias de hoje, embora carregam
muito dos trejeitos dos filmes do tempo em que foi feito, o que é
normal. Yul
Brynner parece
reviver seu personagem em "Sete Homens e um Destino",
usando até a mesma roupa, só que muito mais frio e impassível e, o
cara estava em ótima forma, para quem na época tinha cinquenta e
três anos, parecendo
realmente durão; Já
Richard Benjamim rouba o inicio do filme, falando sem parar e
visivelmente com medo de tudo e, ao
final,
quando ele sobrevive as piores situações, quebrando a expectativa de que isso aconteceria com o personagem de James Brolin, o filme
surpreende mais uma vez mudando
o paradigma da época, e,
Falando em Brolin, é engraçado ver o pai de Josh Brolin como um
Jovem metido a charmozão e
confiante, mas o que
realmente chama a atenção
é que ele é a cara do Christian Bale!!
Mas
nada supera a ideia de "Futuro do pretérito" que o filme
traz. Assistir a ideia de como seria uma tecnologia que pudesse dar
"vida" a uma máquina com os olhos dos anos setenta é
muito engraçado, para começar temos os painéis cheios de luzinhas,
como em "Alien" e todas emitindo bips ao mesmo tempo, do
mesmo modo, como o conceito de CD, pendrive e nuvem não existiam, o
que o filme nos apresenta são PC's com enormes rolos de fita
magnética e isso é muito louco, ao
pensar
na quantidade desse material para fazer três cidades com centenas de
pessoas artificiais funcionarem; tudo
isso somado a moda extravagante dos anos setenta, onde até o avião
tem um papel de parede cafona, o
que dá
aquele charmoso
ar
de trash no filme, que só é superado quando o rosto de Yul Brymer
desgruda da cabeça.
"Westworld"
é um bom filme e, apesar de não trazer nada que revolucionou a época,
entrega conceitos tão bacanas, que deram origem a uma das séries
mais legais que estrearam esse ano. Uma obra que merece ser assistida
por todo fã de ficção científica ou por quem deseja saber de onde
veio a ideia que Jonathan Nolan irá explorar durante os próximos
anos, então não perca tempo e, além da série, assista também ao
filme, mas veja logo, antes que as maquinas despertem e percebam que
os grandes vilões, na verdade, somos nós e se rebelem.
Super boa série! Eu acho que vale muito à pena, acho que essa serie é uma das melhores que HBO estrearam. Eu sempre sigo os últimos lançamentos no hbo. Eles tem as algumas das melhores séries. Faz um pouco eu vi uma das suas series em espanhol chamada Sr. Ávila. Adoro a idéia da serie, pareceu muito interessante e de verdade verei o próximo capitulo. Na verdade promete, os primeiros capítulos que tenho visto são ótimos! É muito boa! É uma historia boa que nos mantêm presos no sofá.
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