Eu não pensei que viveria
para dizer isso, mas "Os 8 odiados", o último filme do
tarantino foi engolido pelos outros lançamentos da época e
esquecido pelo público apenas dois meses depois de sua estréia. A
duração exagerada da temporada de blockbusters americanos de 2015,
que começou em Abril de 2015, com a estreia de "Vingadores: A
era de Ultron" e se estendeu até Fevereiro de 2016 com o
lançamento do surpreendente "Deadpool", contribuiu muito
para que o filme não tivesse a mesma notoriedade de outras obras do
diretor, principalmente pelo fato desse filme estrear no auge da
bilheteria de "Star Wars VII". No entanto, o filme está
longe de ser ruim e em contribuição a expectativa que ele me causou
quando seu primeiro trailer foi lançado, queria falar um pouco sobre
esse injustiçado e ignorado filme.
Nas montanhas do Wyoming, uma
diligência vence corajosamente a neve, trasendo em seu interior um
misterioso casal. Durante a viagem, O.B, o condutor do veículo, se
depara com um Cowboy negro sentado sobre três corpos no meio da
estrada, seu nome é Marquis Warren, um ex-Major da cavalaria
americana, que trabalha como caçador de recompensas e quer uma
carona até a cidade de Red Rock, pois seu cavalo não resistiu ao
frio extremo e ele deve entregar os corpos dos procurados o quanto
antes se quiser pegar o prêmio oferecido; O.B diz que é uma viagem
privada e se ele quiser um lugar na diligência, deve convencer quem
contratou os seus serviço, e, assim o Major Warren se depara com
John Ruth, o Enforcador, outro caçador de recompensas conhecido seu,
que está levando Daisy Dormegue, uma condenada para ser enforcada em
Red Rock; Ruth permite a carona a Warren e assim os três partem pela
estrada congelada. Após alguns problemas a diligencia é obrigada a
parar e eles encontram outra figura perdida em meio a neve, trata-se
de Chris Mannix, o filho de um general sulista, que diz que ser o
novo xerife de Red Rock e que também precisa de uma carona até a
cidade, em meio a tanta dúvida e desconfiança, John Ruth permite a
carona a mais este andarilho pela possibilidade de ser a verdade e
assim sendo Mannix o responsável pelo pagamento da recompensa pela
prisioneira. Como uma Tempestade de neve se aproxima, a diligência
vai procurar abrigo na casa de Minnie, um paradouro e abrigo aos pés
da montanha, chegando lá os quatro personagens (mais o condutor
O.B), vão se juntar a outros quatro misteriosas figuras, O vaqueiro
John Gage, que diz ter vindo de longe para passar o natal com mãe
que mora do outro lado da montanha; O inglês Oswaldo Mobray, que se
apresenta como o carrasco que irá enforcar a condenada; O general
sulista Sanford Smithers e, O Mexicano BOB, que diz trabalhar no
abrigo a quatro meses e que está tomando conta do negócio pois
Minie e seu companheiro sairam para vizitar sua mãe. Pronto, apartir
de agora e nas próximas duas horas e meia, dentro de uma pequena
casa nas montanhas geladas a tensão será esticada ao máximo,
duelos de diálogos serão travados, desconfianças surgirão, rixas
raciais e políticas emergirão, alianças inesperadas e traições
se revelarão para o deleite de muitos e desespero de alguns.
muito ódio |
O filme está longe de ser
ruim, mas não é um filme excelente. Retoma aquela pegada de tensão,
com diálogos longos e sínicos que deram fama ao diretor, mas por
vezes, o filme parece um mix de temas e situações já abordadas por
Tarantino, e isso dá um ar de mais do mesmo a obra.
Achei bacana o fato do filme
priorizar mais o estudo dos personagens, como em "Cães de
aluguel", do que a ação e violência que conquistaram muitos
fãs para o diretor como "Kill Bill" e "Bastardos
Inglórios", tanto que penso que esse filme poderia muito bem se
tornar uma peça de teatro, devido a toda trama passar, quase que 90
%, em um único cenário e focar nas histórias e reações dos
personagens e no conflito que surge entre os mesmos. Também achei
massa a referencia central da trama, que é o filme "enigma de
outro mundo" (já comentado aqui) do diretor John Carpenter,
várias pessoas isoladas no meio de um lugar distante, castigados
pelo frio, em um clima de tensão onde uma, ou mais pessoas, não é
quem diz que é ...e o final deixa essa referência clara, além da
presença de Kurt Russel, é claro!
O ponto auto realmente é a
tenção que a trama traz e a performance dos atores Walton Goggins
(Chris Mannix) e Jennifer Jason Leigh (Daisy Domergue), que robam a
cena. O ponto baixo é que a história poderia ter uma meia hora a
menos, que não faria diferença e a trilha sonora, que sempre foi um
traço marcante dos filmes do diretor, retomando clássicos da era
disco e Motown, além de trilhas de séries e filmes antigos e que
agora aparece muito de fundo, tendo apenas destaque e relevância
quando a personagem de Jennifer Jason Leigh canta para o de Kurt
Russel; talvez faça parte do contexto de solidão que o ambiente tem
a opção da utilização do silêncio e de temas menos animados para
compor a experiência, mas eu esperava mais dessa parte musical em um
filme do Tarantino.
De qualquer forma, digo que
esse não é o pior filme do diretor e digo ainda que esse é o
melhor dele com a presença do Kurt Russel, mas está bem abaixo de
outras produções que ele já nos apresentou. Gostei da referência
a John Carpenter e da atuação de Walton Goggins que achei
surpreendente , mas não achei esse retorno suficiente devida
expectativa que o lançamento de um filme desse diretor cria no
mundo. Em todo caso, "Os oito odiados" é um filme que
merece ser visto e espero que ele seja redescoberto assim que essa
onda gigantesca de filmes que 2016 promete baixar e que no próximo
filme, Tarantino aborde outras situações e temas para voltar a ser
marcante seja no inverno, seja no verão americano.
A série, Vice Principals é uma excelente série, nos primeiros minutos demonstram ser uma proposta bastante divertida, louca e com um tom cômico e muito agradáel. Com Danny McBride só espero que de verdade consigam cumprir as expectativas e que os 18 episódios tenham sido planejados para cubrir as expectatias do espectador. Impossível de perder o segundo episódio da nova série de comédia da HBO.
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