O verão
americano de 2015, veio e cumpriu tudo que se propôs a fazer nos
cinemas. Entre muitos bons filmes , tivemos "vingadores 2" e "Mad Max" de
carros chefe, mas como em uma mudança mal feita, muita coisa ficou
pelo caminho e foi muito pouco comentado, entre estes eu destaco
“CHAPPIE”, do diretor Nel Blomkamp, que teve o azar de estrear
poucas semanas antes das duas máquinas de arrecadar dinheiro citadas
acima, o que acabou o ofuscando, mas que nem por isso merece ser
desprezado e vale ser comentado pela homenagem que presta , diversão
que proporciona e pela coragem do diretor.
O filme
apresenta a cidade de Joanesburgo, na África do Sul , em um futuro
próximo, dominada pela violência e criminalidade , onde a solução
encontrada foi a criação e incorporação de guardas robôs à
policia local. Esses policiais robôs são criação de Deon (Dev
Patel), que sonha em encontrar a chave para a inteligência
artificial e que é engenheiro de uma empresa de armamentos que se
expandiu devido a seu projeto; o sucesso o fez importante para a
diretoria da empresa, liderada por Michelle Bradley (Sigourney
Weaver)
e alvo de inveja de seu colega Vincent
Moore
(Hugh Jackman), que vê seu projeto de combate ao crime sendo
preterido em favor do projeto de sucesso de Deon. Fechando o elenco,
temos uma gangue do sub-mundo de Soweto, composta por Ninja, Yo-landi
(esses dois rapers do grupo sul-africano Die antwoord usasndo seus
“verdadeiros” nomes) e Amerika (Jose
Pablo Cantillo),
um grupo de bandidos que ao se ver pressionados por um chefe do crime
local, a quem devem um milhão de Mandelas, tem o plano brilhante de
sequestrar o engenheiro Deon e o forçar a lhes entregar o “controle
remoto” de um dos robôs para que possam assaltar um carro forte e
quitar a sua dívida e assim começa a história.
No
esconderijo da Gangue, Ninja explica o que quer de Deon e esse, no alge
do poder do cagaço, não vê outra solução a não ser implantar o
programa de I.A no chassi avariado do guarda que ele pegou no
desmanche e assim nasse Chappie, chamado assim por ser o diminutivo
de “meu chapa”. No inicio ele age como uma criança e teme tudo,
mas como é citado por Deon, é uma criança com acesso a toda
informação disponível na internet e uma facilidade de aprender
elevada a enésima potência e assim ele vai evoluindo, sendo
orientado por Yo-landi que ele passa a tratar como mãe e Ninja como
pai, tendo visitas de seu criador para tentar mante-lo em caminho
menos tortuoso, essa discordância de pontos de vista em sua
orientação é o que tornam mais humano e que a meu ver dão o ar
critico do filme que toda ficção científica deve ter, enquanto os
planos de Ninja são bem claros e usar Chappie como arma para
recolher o dinheiro é o que importa, o manipulando e distorcendo a
realidade, as ideias éticas de Deon, como não roubar, não usar
armas e não machucar as pessoas são diretrizes que o protagonista
segue baseados em uma promessa de criança no melhor estilo professor
e aluno.
Por
manter as promessas feitas a Deon ,Chappie sofre ! Para faze-lo
aprender, Ninja o deixa sozinho nas ruas dominadas por bandidos e
vendo um robô da polícia vulnerável eles partem para cima o
apedrejando e tentando incendia-lo, em uma cena de causar comoção;
a muito custo Chappie chega a um mirante da cidade , onde acaba sendo
encontrado por Vincent, que vem observando os movimentos de Deon e ao
descobrir da existência do robô inteligente vai a sua caça para
poder recuperar a chave de segurança que se encontra com o mesmo, o
torturando e humilhando, chegando a decepar um de seus braços,mas
Chappie consegue se desvincilhar e foge para casa, onde para sua
alegria tem um novo braço instalado e é reconfortado por sua mãe.
No dia seguinte, Ninja tenta novamente educar seu filho, o ensinando
a atirar o que ele não pode fazer devida promessa deita a Deon,
então Amérika tema Ideia de convencer Chappie que utilizando facas
e shurikens (isso mesmo estrelas ninja) os humanos não se machucam,
mas ao invés disso entram em um sono profundo e gostoso (sacanagem)
e assim nosso robô protagonista se torna um especialista em artes
marciais e parte com seu pai e o amigo para recuperar os carros do
papai, ou melhor, os carros que Ninja quer roubar para trocar por
armamentos e assaltar o carro forte.
Temos
então uma divertida cena de assalto onde Chappie vai retirando
pessoa a trás de pessoa dos carros que Ninja quer para si, tudo
devido as mentiras que vão sendo contados ao robô como, “o homem
roubou o carro do papai para comprar bebida”, “a mulher má pegou
o carro do papai para roubar crianças” e assim por diante. Ao
final, ao irem trocar os carros, Chappie se depara com a cena de uma
rinha de cães e descobre o que é a morte, nesse momento ele entende
que sua bateria está acabando e que como seu corpo é avariado não
há conserto e que ele morrerá em breve. Ninja então aproveita a
situação e questiona se ele quer ser como o cão morto ou o cão
que sobrevive e manipula Chappie para que ele perceba que Deon apenas
o vê como uma experiência, porque o fez para morrer e chegando no
abrigo e encontrando Deon é o que Chappie vai questionar, nesse
instante Vincent começa a trabalhar em seu plano de aprovação de
seu projeto, começando por desativar todos guardas robôs (
inclusive Chappie) e apagar o programa que os mantem ativos, nisso
Deon o leva para a fábrica e o reativa, é onde o robô, ao ver um
chassi novo, tem a ideia de trocar de corpo, o que mais tarde é
usado por Ninja para razão de conseguir dinheiro por meio de um
assalto para comprar um novo chassi.
É
nesse roubo , quando Chappie e visto pelas câmera e vinculado a
empresa, que a Diretora da empresa dá o aval para a inicialização do projeto ALCE, desenvolvido por Vincente e que se trata de um drone Robô gigantesco ( no melhor estilo do ED-209 do Robocop), repleto de
armamento e movido por um capacete que transfere o pensamento humano
para a máquina. Esse drone parte para a caça de Chappie no mesmo
instante em que o chefe do submundo resolve que quer nosso herói robô para si. Deon parte ao auxilio de sua criação, pegando o maior
número de armas possíveis. Chegando lá ele tenta desesperadamente
convencer que Chappie fuja, mas não obtém sucesso e isso porque
Ninja confessou que não há como salva-lo e que só queria usa-lo
para o roubo, o que destruiu o ânimo do robô e sua vontade de viver
é quando a Gangue rival chega e uma batalha se inicia, batalha que só muda de foco com achagada do protótipo ALCE que vai matando todos
bandidos com as gargalhadas sádicas de Vincent o comandando da
empresa; Nessa sequência temos o momento mais gore, quando ALCE após
pisar em Amérika o corta ao meio em uma grande homenagem a Paul
Verhoeven (diretor de Robocop e tropas estelares) e quando, após
isso Chappie percebe que as pessoas que ama estão sendo ameaçadas
ele resolve lutar e aí é muito bacana! Utilizando de suas
capacidades e armas levadas por Deon, ele mostra que o projeto de
Vincente é tão mediocre como o próprio e o destrói, no entanto,
durante a fuga Deon é gravemente ferido e sua mãe (Yo-Landi) morta,
restando a Chappie uma única alternativa transferir a consciência de Deon para outro corpo. Sim! Ao estudar uma maneira de trocar de
corpo, nosso herói descobre como transferir a consciência de um
corpo para outro e para isso precisa do capacete de transferência de
Vincent e assim parte para a empresa.
Lá
chegando ele encontra Vincent e da-lhe a surra que Hugh Jackman
estava merecendo desde “X-men Origens: Wolverine”, no melhor
estilo malando e humano, vai quebrando braço, atravessando parede e
batendo no sujeito até que este fique desacordado. Após ir à
forra, Chappie transfere a consciência de Deon para outro robô e
Deon passa a consciência de Chappie para um guarda mais próximo.
Então temos ninja, queimando as coisas de Yo-Landi e temos uma
reviravolta, onde uma cena de flashback revela que nosso protagonista
havia feito um “Back-up” da consciência de sua mãe e o filme termina com a fabrica sendo acionada remotamente e um novo robô
sendo montado com o rosto de Yo-Landi, que abre os olhos e sobem os
créditos.
Gostei
demais do filme, principalmente por ter traços de ação que não se
vê mais, como a carnificina e violência típica dos final dos anos
80, por isso que digo que o filme além de ser divertidíssimo é uma
homenagem sincera ao “ROBOCOP” de 1987, tendo até sua versão do
ED-209 e funciona melhor como um remake do que o robocop do padilha
que é sem sal e sem graça. O ator sul-africano Sharlto Copley
, velho parceiro do diretor, está de parabéns pela atuação, ele
emociona e cativa nas cenas de “drama” e empolga quando a
porrada come e isso é muito show! O Casal de Rappers também não
decepciona na atuação e sendo a trilha sonora do filme
responsabilidade deles dá um ar ainda mais de que tudo foi para o
espaço e se está vivendo em uma distopia. Talvez o ponto fraco do
filme seja o roteiro repetitivo, se vermos “distrito 9” e
“Chappie” em duas TV's lado a lado, é quase como ver o mesmo
filme com a diferença de que no primeiro se falam de aliens e o
segundo de robôs, mas mesmo assim eu recomento.
Pois
bem! Chappie é um bom filme, com diversão garantida para quem gosta
de ação e ficção científica, tem seus altos e baixos , mas
consegue prender a atenção nas duas horas que dura. Um rival em
potencial para Ultron e tão digno como o Visão para levantar o martelo do Thor nesses tempos de distopia e falta de gasolina... Ops!
Lá vem Vingadores 2 e Mad Max de novo!
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