Menos é mais! Existem
poucas frases mais clichês do que esta, mas nenhuma se enquadraria melhor para
definir o filme “The Babadook “, filme australiano de 2014, dirigido por Jennifer
Kent e que tive o prazer de assistir essa semana, atrasado como sempre!
O livro maldito |
O filme conta a
história de Amélia (Essie Davis),
uma enfermeira que trabalha em um asilo e que cria sozinha seu filho Samuel
(Noah Wiseman) após a morte do marido em um acidente de carro. Amélia
tem dificuldade para amar o próprio filho pelo comportamento agitado e estranho
da criança e pelo fato de o marido ter morrido levando-a para o hospital para
dar a luz.
Samuel sonha todas as noites que um monstro
sai do armário para pega-lo e após a mãe examinar todos os cantos do quarto,
pede que lhe conte uma história e dorme com ela, e , assim é a rotina da família. É numa dessas noites que o
menino escolhe o livro “the Babadook”, que Amélia não sabia que possuía em sua
biblioteca e o livro trás em versos um texto violento e ameaçador; horrorizada , Amélia, rasga o livro e o joga no lixo.
Após a noite da leitura do "the Babadoook", coisas
estranhas começam a acontecer com a portagonista e seu filho. O menino começa a criar
armas e dizer que não vai deixar a mãe morrer, Amélia começa a ter alucinações,
ouvindo estranhos sons e vultos se movimentando pela casa e tudo piora quando o
menino se torna violento o livro
destruído, reaparece em sua porta , reconstruído e tendo partes incluídas
mostrando os terrores que estão por vir e dizendo ao final: “Você não pode se livrar do Babadook”.
O filme , que aposta no terror psicológico,
contendo um ar lovecraftiano . Onde nada é muito mostrado e até quase o
final não se sabe se existe alguma ameaça paranormal ou se o que está
acontecendo não se trata de um efeito do stress que a protagonista vive e isso
no final dá um ar mais assustador que o esperado.
Ainda temos no filme singelas homenagens,
como quando Samuel sofre um ataque e sua mãe o leva para uma bateria de exames
no melhor modelo exorcista, ou pelo fato de o garoto ser fã de mágica e se
vestir como Gage, a criança que volta dos mortos em “O cemitério Maldito”, de Stephen King.
Outra coisa que coopera para o clima do filme é o ambiente extremamente claustrofóbico. O filme é rodado praticamente todo na casa dos protagonistas, com exceção de uma ou outra cena onde eles estão no carro, no parque ou rapidamente no trabalho de Amélia. Há também o clima de solidão e melancolia que parte da protagonista, que não pode contar nem mesmo com a ajuda da irmã mais nova e está presa as responsabilidades com o filho.
Como atuação a atriz
Essie Davis consegue transmitir um ar de perca da
sanidade ao aparecer com um rosto calmo e olhar nervoso o tempo todo e o menino
Noah Wiseman rouba a cena tanto por sua atuação de criança irritante e
mimada, como por seu personagem ser o mais FODA adversário de monstros em toda
história de filmes de terror, criando um plano fantástico e armas super engenhosas para derrotar o vilão, além de “exorcizar”
a própria mãe.
Em resumo, o filme me surpreendeu, me
assustando e me mostrando que o simples ainda é a melhor opção (menos é mais!).
A história não é a mais original e a narrativa já vem sendo utilizada em muitos
filmes japoneses de terror, mas a
maneira claustrofóbica e focada em um ambiente que a diretora trabalha são
espetaculares. Muito bom ! Só fiquei com pena do cachorro, mas mesmo assim recomendadíssimo!
Nota 8,5
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