Já
faz um tempinho que ando deixando de lado os filmes e séries de Super-heróis.
Para eu perder meu tempo com um filme desse estilo, ele tem que conversar muito
comigo e já que isso não vem ocorrendo , não fiz a mínima questão de assistir “Justiceiro”, passei
longe “Defensores” e “Punho de ferro”, corro da série do “Flash”, desligo a TV
quando passa “Arrow” e, só assisti “Thor: Ragnarok” depois que todo mundo
concordou que era uma comédia e “Liga da Justiça” para dar minha última chance
a DC/Warner. Mas virou e mexeu e um dos filmes que me empolgou quando anunciado
(mas que não tive paciência para ir conferir no cinema) surgiu na minha TV em
um sábado ocioso, trazendo a mim uma surpresa que valeu suportar as mais de duas horas
de sofá em um dia de trinta e três graus . Trata-se de “Homem-Aranha: de Volta
ao lar” e um dos melhores vilões do universo cinematográfico da MARVEL (e Sony)
até o presente momento.
Pois bem, Sobre o Homem-aranha, não há nada que eu possa
acrescentar ao falar do filme do amigão da vizinhança, a não ser afirmar que
essa nova produção é infinitamente melhor que as protagonizadas por Andrew
Garfield (que se diziam espetaculares) e que as piadas características do selo
Marvel fazem muito mais sentido nessa trama do que em uma história do Capitão
América ou do Thor (embora esse último seja bacana, como eu disse na resenha),
mas o que mais chamou minha atenção é o personagem interpretado por Michael
Keaton (O Abutre), que no meio de situações incríveis e fantásticas consegue
transmitir a credibilidade que anda faltando aos antagonistas presentes nesse
estilo de filme.
E o que o Abutre tem?
Para começar, pela primeira vez, vemos a
Marvel entregar um vilão com pretensões tangíveis e não com planos
megalomaníacos. O abutre não quer dominar o universo, ou escravizar um mundo;
muito pelo contrário, quanto menos notarem sua presença melhor para ele, pois
seu único desejo é pagar as contas em dia e poder proporcionar uma vida
descente a sua família ( tá bom , talvez uma casa na praia e um carro novo também!), o que, somando a visão empreendedora abordada desde o início
do filme quase o define como um conservador; excluindo o fato que sua
personalidade agressiva em excesso não lhe proporciona limites caso necessite passar sobre uma lei ou matar um desafeto.
Outro fator que agrega ao Abutre ainda, é o
fato dele não precisar de poderes ou uniforme para ser ameaçador. Isso fica bem
claro quando o vemos resolver as ameaças de um ex-parceiro no inicio do filme
e, principalmente, quando ele descobre quem é o Homem-Aranha e tem uma conversa
breve, mas cheia de tensão com o Jovem Peter Parker, que não consegue sequer
encará-lo. Sua abordagem lembra em muito as apresentadas por outros vilões
marcantes, como Tony Soprano ou Walter White, e que eram ameaçadores não por
sua força física ou algum poder especial, mas pelo respeito e temor que suas
presenças impunham.
Por esses detalhes, considero o Abutre a
melhor coisa, nessa nova versão do cabeça de teia até aqui, que a Sony trouxe
para agregar o universo Marvel nos cinemas, com seus pés na realidade, embora
todo o resto sobrevoe o mundo fantástico dos quadrinhos, o vilão dá novos ares,
embora rarefeitos até o momento, aos
antagonistas de filmes de super-heróis de que um bom vilão faz um bom herói.
Que mais vilões críveis e carismáticos
venham nos próximos filmes .
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