O
Homem do castelo alto:
Romance de Philip K.
Dick que mostra o que aconteceria se o eixo houvesse vencido a
segunda guerra mundial . O livro acompanha a trajetória de um
artesão e falsificador de joias judeu que vive disfarçado, um espião duplo
Nazista , um político Japonês fã da antiga cultura americana e uma
professora americana de Judô que foge do passado; quatro personagens
unidos pelo destino através do I ching e pelas ideias de um livro
proibido em um Estados Unidos dividido entre a Alemanha nazista e o
Japão imperial, onde os judeus foram exterminados e os poucos negros
que restam vivem como escravos , a cultura japonesa , com sua forte
ideia de hierarquia ,predomina nas instituições governamentais e
públicas, os Italianos foram deixados de lado como seres de segunda
classe e o mediterrâneo foi seco para transformar-se em uma grande
plantação, Hitler se encontra internado devido a loucura provocada
pela sífilis e a disputa interna no partido Nazista ameaça
transformar a guerra fria entre os vencedores da Guerra em uma
terceira Guerra mundial.
Coloquei o Homem do
Castelo Auto como o segundo de meu livros preferidos de Dick
(perdendo apenas para “O homem duplo” ). A maneira como ele
sutilmente vai construindo a relação entre os personagens, as
dúvidas quanto a realidade e o medo que cada um exala , deixam a
ideia de que não há como escapar da situação agoniante onde as pessoas se
encontram, os personagens são tão reais que , embora não
se concorde com algumas de suas atitudes, os compreendemos, sem
contar na trama política e social que serve de pano de fundo a
história, que é obscura e revelada muito parcialmente, nos tratando
quase como pessoas comuns e ,tal qual, desinformadas de tudo que ocorre com a sociedade daquele universo
distópico.
Nota 8
Battle
Royale
Livro
do escritor Japonês Koushun Takami , lançado em 1999 e que eu
queria ler desde que vi o filme em 2006. Conta a história de uma
turma do nono ano do ensino fundamenta de uma escola Japonesa que é
mandada para uma ilha para que se matem até que sobre um único
sobrevivente, lá eles são vestidos com uniformes escolares, ganham
armas , tem colares com rastreadores e explosivos presos em seus
pescoços e são dados três dias para que o programa seja finalizado
ou todos colares são detonados. A história dá mais foco a alguns
desses alunos apresentando seus traumas, sonhos e desejos, mas tem em
Chuya Nanarara e sua amiga Norico os personagens centrais, com uma
distopia política como pano de fundo. O livro mostra que nas
situações mais extremas a verdadeira natureza humana se revela e
que embora no meio da inocência pode haver muita maldade, assim como
amizade e sacrifício. A obra inspirou a série de livros “Jogos
Vorazes” , que também viraram filme em 2012 e o filme Os
condenados, onde ao invés de estudantes, são prisioneiros do
corredor da morte que são mandados para a ilha. Muita ação,
sadismos e tensão, no melhor estilo Tarantino . Nota 9
O
Cemitério:
Primeiro
livro que li de Stephen King e assombrou minha imaginação por
semanas. Conta a história de Louis Creed que se muda, junto com a
família, para uma pequena cidade no Maine para trabalhar como médico
no Campus de uma Universidade e é apresentado por um vizinho ao
cemitério de animais, fato que irá destruir sua sanidade e vida.
Quando
li o livro, meu filho havia nascido a pouco tempo e ao chegar na
segunda parte, recebi um soco no estômago; o terror apresentado é
devastador, nunca havia lido nada que conseguisse expressar a dor da
perda com tanto detalhe e me induzir empatia imediata, o modo como
ele apresenta os personagens e vai revelando seus medos e segredos
são tão perfeitos que prendem nossa atenção até que o livro
acabe e quando acaba, deixa pontas soltas que ao invés de deixarem
uma lacuna na obra, te deixam com um aperto no peito e ao mesmo tempo
satisfeito. Se existe uma palavra para esse livro a palavra é
perfeito. Nota 10